Émile Durkheim
Por: RenataGeroldi • 22/11/2015 • Resenha • 2.004 Palavras (9 Páginas) • 429 Visualizações
Émile Durkheim
Sociólogo Frances, nascido em Épinal em 1858, próximo á fronteira com a Alemanha, filho de judeus, declarou-se agnóstico após a sua ida para Paris.
Em sua adolescência conviveu com muitos conflitos que marcaram profundamente a história francesa, entre eles, a derrota de Sedam, a capitulação das tropas alemãs, a Comuna de Paris, a proclamação da III República- com a formação do governo provisório de Thiers até a votação da Constituição de 1875 e a eleição de seu primeiro presidente (Mac-Mahon).
Aos vinte e um anos de idade, foi estudar na Escola Normal Superior, onde se formou em Filosofia com o título de Agrégé de Philosofie em 1882.
Em 1887 ocupou a primeira cátedra de Sociologia criada na França na Universidade de Bordeus. Ministrou aulas de Pedagogia e Ciência Social na Faculté de Letters de Bordeaux, onde permaneceu até 1902, quando foi convidado a lecionar Sociologia e Pedagogia na
Suborne.
Émile Durkheim é considerado, junto com Karl Marx e Max Webber, um dos pais da Sociologia.
Tomou a sociedade como objeto legítimo de estudo, com natureza e dinâmica próprias, rompendo com a tendência então dominante de reduzir os fenômenos sociais a experiências individuais. Durkheim foi influenciado pelo positivismo de Auguste Comte. Para quem a vida social era regida por leis e princípios a serem descobertos a partir de métodos associados às Ciências Físicas e Biológicas. Essa influencia aparece muito clara nas metáforas por ele utilizadas para comparar a sociedade a um organismo vivo.
Em 1893 publicou sua tese de doutoramento, A Divisão do Trabalho Social, estudo que analisa o problema da ordem social de individualismo econômico.
Num momento onde o desenvolvimento e a modernização das indústrias cresciam muito rapidamente e a sociedade sofria drásticas transformações, Durkheim, com uma nova perspectiva, faz uma analogia entre a sociedade pré-capitalista e a capitalista, dividindo as mesmas em solidariedades orgânicas e mecânicas.
Na solidariedade mecânica as pessoas têm uma maior interação social, pois vivem de forma cooperativa, onde tudo o que se faz é em favor de todos. O ser individual não vive por si só, mas em prol da comunidade e através da coletividade, o individuo se identifica com a com o meio social em que vive através de suas tradições culturais e seus costumes, a divisão do trabalho em si, pouco influencia nas relações.
Em contrapartida, a solidariedade orgânica, na qual há uma maior heterogeneidade cultural, e as funções no trabalho tornam-se mais diversas, o indivíduo passa a pensar em suprir as próprias necessidades através do trabalho de outros membros do grupo.
No ano de 1895, publica As Regras do Método Sociológico, obra que define o fato social e esquematiza a trama metodológica com que estudou os fenômenos sociais.
Nessa obra, Durkheim especifica que toda maneira de agir, pensar e sentir que exerça sobre o individuo uma coesão exterior, ou ainda, tudo o que é comum a maioria dos membros de um grupo independente de suas manifestações pessoais, tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, é considerado um fato social, desde que três características sejam observadas nessa perspectiva:
-Ser exterior ao individuo, ou seja, ser proveniente da sociedade, existindo independente da vontade do ser humano.
-Exercer uma coesão social sobre o individuo, tendo um poder imperativo sobre as pessoas de modo que estas apenas a respeitem e não tentem modificá-la.
-Ser gera, ou seja, os costumes, as tradições, as regras do grupo devem ser aderidas pela maioria dos indivíduos, sendo que, se o mesmo não se submete ao que foi estabelecido, corre o risco de ser rejeitado pelo grupo, independente de sua concordância com relação ao que foi estabelecido.
Essa analise de Durkheim segue a visão positivista, de forma objetiva e analisando o fato social como se fosse um objeto, descrevendo-o de maneira imparcial, de forma neutra, provando assim que o fato social independe do individuo e que existe, de maneira implícita, no interior de cada grupo, um comportamento padrão, assegurando assim a consciência coletiva. Essa consciência é o que pode garantir a harmonia dentro da sociedade nas relações entre os indivíduos.
Tendo em mente que na Europa aconteciam grandes transformações devido ao crescimento industrial e demográfico, sabendo-se que a sociedade tornava-se cada vez mais heterogenia e sua compreensão cada vez mais complexa, Durkheim busca uma maneira prática para explicar o movimento social que se tornara mais intenso e complexo.
Pensando no âmbito industrial e analisando o sistema operacional das fabricas e seu desenvolvimento, pode-se dizer que Durkheim via a sociedade baseada no mesmo sistema, onde cada seção da linha produz uma parte até chegar ao produto final, pronto para ser consumido.
Outra obra de Durkheim de grande importância é O Suicídio.
Escrito em 1987, dedicava-se em explicar os conflitos que se formavam devido a não aceitação das regras que a sociedade impunha aos indivíduos, caracterizando-os como anomia da sociedade, ou seja, um momento em que há a desregularização, não há leis, os indivíduos sentem-se perdidos, sem valores de comportamento para seguirem, dando espaço ao suicídio anônimo, que acontece quando há o enfraquecimento da moral coletiva e da ausência de uma legislação forte que regre as paixões causadas pela sociedade moderna. Durkheim caracteriza o suicídio em três tipos:
-Suicídio Egoísta: onde o individuo chega a um ato extremo devido apenas por motivos pessoais e individualistas provenientes da diminuição da proteção que determina a coesão de certos grupos ou instituições.
-Suicídio Altruísta: acontecem com mais freqüência nas sociedades de solidariedade mecânica, onde o individuo da sua vida em favor de uma causa, como os mártires religiosos, por exemplo.
-Suicídio Anômico: é quando não há normas que regrem a sociedade devido a crises dolorosas ou súbitas transformações na sociedade de modo que ela deixe de cumprir seu papel de reguladora.
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