A CARACTERIZAÇÃO DA LINGUAGEM DE CRIANÇAS COM TEA (TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA) EM SUA PERSPECTIVA SEMÂNTICA
Por: Irmãos Gamers • 30/9/2019 • Projeto de pesquisa • 4.258 Palavras (18 Páginas) • 606 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO-UFMA[pic 1]
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS
(MESTRADO)
caracterização da linguagem de crianças com tea (transtorno do espectro autista) em sua perspectiva semântica
Autora: GIORJA DA SILVA COSTA SOUSA
1ª Opção de Orientadora: PROFA. DRA. MONICA FONTENELLE CARNEIRO
2ª Opção de Orientador: PROF. DR. JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA
Área de Afinidade: LP1-TEXTO E DISCURSO
Bacabal - MA
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. JUSTIFICATIVA 5
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA 5
4. OBJETIVOS 6
4.1 Objetivo geral 6
4.2. Objetivos específicos 6
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6
5.1 Conceito de autismo 6
5.2.Características do autismo 8
5.3 Autismo e a linguagem 9
5.4 Autismo e a Semântica 11
6. METODOLOGIA 12
7. CRONOGRAMA 13
Introdução
Um relatório do Centro de Controle de Doenças (CDC) divulgado no ano de 2018 mostra um aumento significativo na porcentagem de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) nos Estados Unidos.
O estudo revelou que 1 em 59 crianças tem autismo, o que mostra que houve um aumento de 15% dos casos no que diz respeito aos dois anos anteriores segundo dados de pesquisas passadas. No Brasil, temos apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje, um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), de 1 autista para cada 367 habitantes (ou 27,2 por 10.000) — a pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes da cidade. Porém segundo a estimativa da OMS, no mundo atualmente existem 70 milhões de pessoas com autismo, sendo 2 milhões delas no Brasil.
Diante desta realidade que se faz presente em nossos dias, torna-se necessário falar sobre o TEA, como forma de compreendê-lo melhor e assim viver adequadamente com os portadores desse transtorno. Quem faz parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta alterações no seu desenvolvimento neurológico desde idades muito precoces, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza sempre por desvios qualitativos na comunicação, por não possuir um domínio na linguagem, na interação social por dificuldades na socialização e no uso da imaginação, por não saber lidar com jogos simbólicos. Essas características se tornam responsáveis por um padrão de comportamento restrito e repetitivo, mas com condições de inteligência que podem variar do retardo mental a níveis acima da média.
Por apresentar situações muito diferentes entre si, em uma gradação que vai do mais leve ao mais grave, o TEA, também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês), recebe o nome de espectro. Porém, esse transtorno seja em desordens de menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social.
A capacidade linguística das crianças com TEA apresentam características que vão do mutismo com pouca funcionalidade comunicativa até às capacidades sintáticas relativamente bem desenvolvidas e a uma fala funcional. Sendo importante ressaltar que quem faz parte desse transtorno comumente apresenta como os primeiros sintomas perceptíveis na infância a dificuldade na linguagem que acontece pela presença de comprometimento da compreensão, uso da fala, escrita e de outros sistemas simbólicos. Esse distúrbio na linguagem pode se apresentar na sua forma (fonologia, morfologia, sintaxe), em seu conteúdo (semântica), e ainda quanto a sua função na comunicação (pragmática).
As dificuldades no campo da linguagem presentes no Espectro do Autismo formam uma área de intervenção e investigação muito desafiante, existindo no entanto poucos estudos na área, ainda mais no que se diz respeito à comunicação expressiva e ao desenvolvimento da linguagem, talvez isto ocorra devido às dificuldades inerentes ao estudo de aspectos de linguagem em crianças com TEA .
A linguagem é um sistema de comunicação que as pessoas utilizam entre si para interagir, estando esta formada por um sistema de signos de natureza social, onde somente suas regras sendo conhecidas por todos os seus participantes permite uma comunicação eficaz. Desta forma podemos afirmar que para que haja um desenvolvimento do conhecimento humano a linguagem se faz essencial, pois além ser o meio pelo qual o homem comunica suas intimidades, emoções, a mesma permite que este analise e pense a realidade que o norteia.
Sabendo da importância da linguagem é preciso dizer que o desenvolvimento desta nas crianças ocorre por meio da presença das habilidades linguísticas: fonética, fonológica, semântica, lexical, morfossintática e pragmática, onde o aprimoramento destas habilidades se dá por um longo processo até a vida adulta, quando isto acontece aumenta-se a capacidade de compreensão e uso de palavras de múltiplos significados, linguagem figurada e inferência de conteúdos implícitos. Porém como abordado anteriormente os autistas possuem dificuldades quanto ao uso dessas habilidades, e no que se diz respeito a semântica em específico pesquisas realizadas confirmam que até autistas de alto funcionamento apresentam dificuldades na interpretação de metáforas, expressões idiomáticas, comentários humorísticos ou sarcásticos, além de não compreender dicas não-verbais durante uma conversa. Logo se faz necessário diante disso analisar a linguagem das crianças com TEA e em específico quanto a sua perspectiva semântica, como forma compreender melhor o seu uso por estas e assim poder apresentar suas características.
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