A Definição da gramática tradicional

Como sabemos na definição da gramática tradicional, artigo acompanha um nome concordando em gênero e/ou número.

KOCH(1991) vai definir da seguinte maneira: São as formas que vêm relacionadas a um nome com o qual concordam em gênero e/ou número, antecedendo-os e ao(s) possível(is) modificador(es) de nome dentro do grupo nominal, e que, embora não sendo (a priori e sempre) artigos, exercem, nessas condições, a “função-artigo”, isto é, pertencem ao paradigma articular funcionalmente definido.

· Artigos definidos: o, a, os, as

· Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas.

De um modo geral o artigo indefinido funciona como catafórico (remete a uma informação subseqüente), e o artigo definido como anafórico (faz remissão à informação que o precede no texto), como nos exemplos:

Um índice importante do descalabro da atual situação econômica do país é o gradativo empobrecimento da classe média.

Depois de algum tempo, aproximou-se de nós um desconhecido trajado de modo estranho. O desconhecido tirou do bolso do paletó um pequeno embrulho.

Há ainda considerações de que o artigo definido pode não só remeter a informações do contexto precedente (anáfora superficial), como a elementos da situação comunicativa e ao contexto prévio (culturalmente partilhado entre os interlocutores). O sol, o cristianismo, etc. Imagens que fazem parte da construção cognitiva dos envolvidos no discurso, sem que estejam necessariamente explícitos no enunciado (anáfora profunda). “Teoria do artigo” Weinrich (1971, 1973).

Ex:

Ele não pôde vir de carro. A bateria estava descarregada e os freios estavam falhando.

O cognitivo (frame) é ativado nesse exemplo através do termo carro. O referente é deduzido do contexto através de inferências, ou seja, do conhecimento de mundo dos interlocutores em questão.

Existem ainda regras para o emprego dos artigos como formas remissivas, um referente introduzido por um artigo indefinido só pode ser retomado por um SN introduzido por artigo definido:

Ex: “ Era uma vez um rei muito rico que tinha duas filhas. O rei...”

Já um SN introduzido por artigo definido pode ser retomado por outro SN precedido por artigo definido:

Ex: O presidente falou a população. O presidente expôs o novo programa econômico do governo.

O artigo definido pode ainda remeter a informações subseqüentes:

Ex: “A vaca que ri...” onde a que ri + vaca remeteria a uma informação subseqüente (catafórica).

Relações catafóricas remetidas por artigo, só podem ocorrer dentro do mesmo enunciado (exemplo?), já relações anafóricas podem e geralmente ultrapassam os limites do enunciado que as contém.

Observamos então nas definições apresentadas:

Artigos definidos remetem geralmente a relações anafóricas, mas podem também estabelecer relações catafóricas em determinados enunciados. Anáforas podem ser classificadas em superficial (explícita no texto) ou profunda (implicação semântica).

Formas remissivas não-referenciais presas (“artigos”)

Como sabemos na definição da gramática tradicional, artigo acompanha um nome concordando em gênero e/ou número.

KOCH(1991) vai definir da seguinte maneira: São as formas que vêm relacionadas a um nome com o qual concordam em gênero e/ou número, antecedendo-os e ao(s) possível(is) modificador(es) de nome dentro do grupo nominal, e que, embora não sendo (a priori e sempre) artigos, exercem, nessas condições, a “função-artigo”, isto é, pertencem ao paradigma articular funcionalmente definido.

· Artigos definidos: o, a, os, as

· Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas.

De um modo geral o artigo indefinido funciona como catafórico (remete a uma informação subseqüente), e o artigo definido como anafórico (faz remissão à informação que o precede no texto), como nos exemplos:

Um índice importante do descalabro da atual situação econômica do país é o gradativo empobrecimento da classe média.

Depois de algum tempo, aproximou-se de nós um desconhecido trajado de modo estranho. O desconhecido tirou do bolso do paletó um pequeno embrulho.

Há ainda considerações de que o artigo definido pode não só remeter a informações do contexto precedente (anáfora superficial), como a elementos da situação comunicativa