A História de Portugal
Por: Elsa Miranda • 25/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.697 Palavras (7 Páginas) • 254 Visualizações
INTRODUÇÃO
Canto IV
- História de Portugal – 2.ª Dinastia (1-27)
- Revolução 1383-85 (1-15)
- Discurso de D. Nuno Álvares Pereira (15-19)
Vasco da Gama prossegue a narrativa da História de Portugal, contando agora o que sucedeu na 2.ª Dinastia, desde a Revolução que se deu entre 1383 e 1385 (Esta parte encontra-se entre o verso 1 e 15), até ao momento do reinado de D. Manuel, em que a Armada de Vasco da Gama parte para a Índia.
Continua contando também o discurso feito por D. Nuno Álvares Pereira (que vós podeis encontrar entre o verso 15 e o 19).
- Batalha de Aljubarrota (28-44)
- Nobres portugueses contra os próprios irmãos, aliados de Castela
- Ao valorizar D. Nuno Álvares Pereira (chefe do exército), valoriza todo o povo, visto que na época se associava o valor do chefe ao valor dos seus súbditos (“um fraco rei faz fraca a forte gente”)
Com a morte de D. Fernando, a viúva D. Leonor quer a todo o custo que a sua filha Beatriz seja herdeira do trono. Porém, a fama de adúltera que a rainha tinha, gera desconfiança quanto ao facto de Beatriz ser realmente filha legítima de D. Fernando. Isto faz com que D. Leonor ponha Castela em guerra contra Portugal.
Neste episódio destacam-se as figuras de Nuno Álvares Pereira, uma das personagens mais corajosas da História de Portugal e de D. João I, mestre de Avis, que combatendo ao lado do exército, incentiva os soldados portugueses a lutarem contra os inimigos.
Deste modo, ao valorizar D. Nuno, valoriza-se todo o povo, visto que na época se associava o valor do chefe ao valor dos seus súbditos – como diz (no verso 8, da estrofe 138, do canto III) “um fraco rei faz fraca a forte gente”.
É importante referir: o exército castelhano era quatro vezes maior que o português e nesta batalha estava em causa a independência de Portugal.
- Sonho de D. Manuel (67-75)
- Rios Ganges e Indo aparecem-lhe como velhos, que lhe indicam que os portugueses terão sucesso na Índia
- Vasco da Gama é chamado para se lançar na viagem para a Índia
- Plano da História (com ligação à viagem)
Sucede ao trono D. João II e fica conhecido na História de Portugal por ter delineado o primeiro projeto de viagem em busca do caminho marítimo para a Índia. Porém, os homens que mandara em viagem, tendo alcançado as “terras de Mafamede” (terras islâmicas), não conseguem completar a jornada e retornar para contar a história. (estrofe 65)
D. João, não tendo sucessor ao trono, nomeia o seu primo legítimo e cunhado D. Manuel e com ele os Portugueses conseguirão o que desde o tempo de D. João I ambicionam (estrofe 66)
Posteriormente conta Camões que D. Manuel, ao se deitar, teve um sonho profético. (estrofe 68)
Das estrofes 68 até à 76, o poeta descreve pormenorizadamente o sonho profético de D. Manuel, de forma a enfatizar a predestinação dos feitos ulteriores.
- Despedida em Belém (84-93) – episódio lírico
- Vasco da Gama evita grandes despedidas, pois só trariam maiores angústias.
No episódio das Despedidas em Belém, estamos perante as despedidas dos navegadores portugueses que vão para a Índia; fazem-se os preparativos numa igreja abençoando as naus, para que estas não naufraguem e reza-se pelos marinheiros, pedindo a Deus a sua proteção.
- Velho do Restelo (94-104)
- Representa o bom senso e prudência dos que defendiam a expansão para o Norte de África
- Representa a ligação à terra-mãe
- Camões mostra que a opção não é consensual e que, apesar de descrever os ideais épicos, existem outras ideologias
- Motivações erradas (glória de mandar, cobiça, fama e prestígio)
- Alerta para os perigos do mar, para a inquietação e adultério dos que ficam e para o despovoamento do território nacional
- Excesso de ambição é prejudicial (Ícaro)
- Lamentação da estranha condição humana
Este canto termina com a partida da Armada, cujos navegantes são surpreendidos pelas palavras profeticamente pessimistas de um respeitável velho que estava na praia, que sobressai de entre todos os que se tinham feito ouvir até então. Ele representa todos aqueles que se opunham à louca aventura da Índia e preferiam a guerra santa no Norte de África e critica a ambição portuguesa. Nós aqui estamos perante o episódio do velho do Restelo.
Na estrofe 94, o sujeito faz a descrição do velho, caracterizando-o como sendo um idoso de aspeto respeitável e de voz solene e bem audível. Com sabedoria resultante da experiência de vida que tem, apresenta-se com uma atitude de descontentamento e desapontamento perante a empresa dos descobrimentos. (estrofe 94)
Na estrofe 95, inicia-se o discurso feito aos navegadores. O velho afirma que o propósito desta viagem se encontra encoberto pela busca de fama e honra. Na verdade, o povo ia iludido pela promessa de reconhecimento, ignorando as mortes, perigos, tormentas e crueldades a que estaria sujeito. As pessoas que mais sofrem nesta viagem são os que ficam em terra. (estrofe 95)
Na estrofe 96, refere as famílias que ficaram desamparadas, o adultério, os desastres, o empobrecimento material do país e a destruição do império. (estrofe 96)
Na estrofe 97, o velho afirma que não haverá fama, histórias, triunfos, nem palmas ou vitórias com esta viagem. (estrofe 97)
Na estrofe 98, critica a nova geração, chamando-a de insana, pecadora e desobediente. Faz referência a Adão cujo pecado provocou não só a sua expulsão do paraíso, mas também o privou do estado de paz e de inocência da idade do ouro, colocando-o na idade do ferro e das guerras. (estrofe 98)
Na estrofe 99, surge a crítica à ambição desmedida do homem, pois este nunca está satisfeito com o que tem e está em busca de uma estúpida fantasia materialista, desprezando a vida humana. (estrofe 99)
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