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A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Trabalho Escolar: A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE FADAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  5/12/2014  •  2.212 Palavras (9 Páginas)  •  714 Visualizações

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A IMPORTÂNCIA DOS CONTOS DE

FADAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Diana dos Reis Costa*

Jailma Alves dos Santos*

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (Paulo Freire).

RESUMO: As constantes notícias sobre as mais variadas formas de conflitos experimentados pelas crianças e a sua inabilidade em resolvê-los, inspirou esse trabalho. O texto apresenta o resultado de pesquisa bibliográfica realizada sobre como a literatura infantil influencia na formação emocional, psicológica, de caráter da criança, e como essas estórias podem ajudar a solucionar tais conflitos. A literatura infantil tem uma grande importância na evolução emocional e psicológica da criança, mas a forma superficial e/ou, muitas vezes, errônea como é trabalhada nas escolas, acaba por não deixá-la cumprir o seu papel principal: entreter a criança, despertar o seu gosto pela leitura, iniciá-la na vivência e solução de problemas comuns e inevitáveis a todo ser humano. O que aqui será exposto visa mostrar como a literatura, mesmo mantendo a sua função principal que é a de entreter e divertir, pode ser usada como compreensão de si mesmo e do mundo ao redor da criança.

Palavras-chave: literatura infantil, imaginação, emoções.

* Estudantes de Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB- CAMPUS IV

INTRODUÇÃO

A literatura é um caminho para a criança desenvolver a imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e significativa. Ao ver-se projetada na estória, bem como aos seus dilemas, a criança sente-se atraída, presa à narrativa, identificada com o que está lendo, o que a faz sensível àquilo, levando-a a fazer uma autoanálise e estabelecer comparativos entre os seus dilemas e os vividos pela personagem. Diante disso pode vir a questionar-se e colocar-se no lugar da outra, experimentando os resultados por ela vividos. É obrigação da escola, iniciar o aluno no mundo das letras. Mas os textos literários não servem apenas para formar bons leitores e escritores. Os textos literários podem também contribuir, e muito, para a formação de um adulto mais equilibrado, menos conflituoso, mais simplificador do que ampliador dos problemas. Uma vez que educar para a vida também é função da escola, a literatura infantil é uma ferramenta muito útil na busca pelo objetivo de formar homens e mulheres mais conscientes do mundo à sua volta.

COMO SURGIU A LITERATURA

A palavra literatura vem do latim “litteris” que significa “letra”, que também quer dizer “escritos, cartas” e parece referir-se, primordialmente, à palavra escrita ou impressa. Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética.

No final do século XVII foram escritos os primeiros livros destinados a crianças. No entanto, eles não podem ser ainda considerados literatura. Eles são escritos por professores e sua função consistia em ensinar valores, hábitos e ajudar a enfrentar a realidade social. Nessa época, a criança era considerada um adulto em miniatura, que participava da vida adulta, inclusive tomando contato com sua literatura. A partir do século XVIII, a criança é reconhecida como um ser diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta.

O aparecimento da Literatura Infantil decorre da ascensão da família burguesa, do novo "status" concedido à infância na sociedade e da reorganização da escola.

No final do século XIX a literatura infantil chegou ao Brasil. Carlos Jansen e Alberto Figueiredo Pimentel foram os primeiros brasileiros a se preocuparem com a literatura infantil no país, que teve seu início de fato em 1917, com Thales de Andrade. Apesar de tudo, a literatura infantil sofre alguns preconceitos, pois muitos escritores negam que suas obras são escritas para os pequenos. Isso nos dá a impressão que essa literatura não é tão importante, se esquecem de que se sua obra for boa e tiver conteúdo, ela poderá influenciar crianças de uma forma positiva.

Porém, é com Monteiro Lobato que começa a verdadeira literatura infantil brasileira, encontrando o seu ápice em 1921, com a estréia do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” e sua “Narizinho Arrebitado”, apresentando ao mundo Emília, a mais moderna e encantadora fada humanizada. Ele foi o primeiro escritor que teve respeito e compromisso com a infância, despertando um mundo de fantasias no imaginário infantil.

A LITERATURA INFANTIL COMO MECANISMO DE EVOLUÇÃO PESSOAL

Um dos papéis da literatura é ajudar a criança a compreender o mundo e a si mesma, a construir sentidos para a vida. Lidando com a imaginação, com a fantasia – faculdades que a criança domina bem – e contando com o arranjo artístico da linguagem, a literatura fala diretamente ao inconsciente da criança, explicando para ela coisas que não conseguiria entender de outra forma. A estória de João e Maria, por exemplo, pode mostrar à criança que ela é capaz de enfrentar (e vencer) o medo; que mesmo estando numa situação difícil, com inteligência e discernimento ela poderá achar uma solução.

Através da literatura a criança entra em contato com emoções, sentimentos e questões existenciais: “em suas narrativas afetuosas eu descobria o contraditório, o medo, o desejo, o ódio, a insegurança, sentimentos comuns a todos nós” (Queiroz, 1996:24). E, de acordo com o escritor Ricardo Azevedo, “esses são assuntos sobre os quais não tem cabimento dar aula”: “a morte, a busca do autoconhecimento, a amizade, a alegria, os afetos, as perdas, o desconhecido, o imensurável (o gosto, o prazer, o amor, a beleza, etc), a busca da felicidade, a astúcia, o ardil, os sonhos, a dupla existência da verdade, a relatividade das coisas, a injustiça, o interesse pessoal versus o coletivo, o livre arbítrio, a passagem inexorável do tempo, o paradoxal, o conflito entre o velho e o novo, etc” (Azevedo).

O que desde a década de 70 vem sendo chamado de “Literatura Reveladora”

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