A LEITURA COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO DOS DEFICIENTES
Por: luanabrandao • 15/3/2017 • Artigo • 3.174 Palavras (13 Páginas) • 343 Visualizações
A LEITURA COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO DOS DEFICIENTES
Andrê Rheydnner Pereira de Sousa1
Luana Karen Virgino Silva Brandão2
RESUMO
O presente trabalho tem como propósito expor o quão pertinente é o uso da leitura como mecanismo de inclusão dos deficientes. O artigo ressalta a trajetória do portador de necessidades especiais desde a antiguidade, até os dias que correm, destacando os óbices e suas conquistas, além de realizar um levantamento das condições atuais do deficiente no Brasil. Busca entender o desenvolvimento da leitura na vida dos deficientes visuais e auditivos, analisando e discutindo as técnicas utilizadas por eles. No caso dos cegos destaca-se o Sistema Braille, os audiolivros e os ledores. Os surdos contam com a Libras como meio de adquirir a leitura do Português. Outrossim, o estudo foi fixado na reflexão de que para a conquista da cidadania, a leitura é fundamental.
Palavras-Chave: Deficiente. Leitura. Inclusão.
- Aluno do Curso Técnico de Administração na Forma Integrada- Módulo V- Matutino
Instituto Federal do Maranhão- Campus Bacabal
E-mail: andrerheydnner@gmail.com
- Aluna do Curso Técnico de Administração na Forma Integrada- Módulo V- Matutino
Instituto Federal do Maranhão- Campus Bacabal
E-mail: luanabrandao111@gmail.com
RESUMEN
Este trabajo tiene como objetivo exponer cuán relevante es el uso de la lectura como el mecanismo de inclusión de deficientes. En este artículo se enfatiza la trayectoria de la persona con necesidades especiales desde la antigüedad hasta los días actuales, destacando los obstáculos y logros, allá de examinar las condiciones actuales de los deficientes en Brasil. Busca comprender el desarrollo de la lectura en la vida de los deficientes visuales e auditivo analizar y discutir las técnicas utilizadas por ellos. En el caso de los ciegos se destaca el Sistema Braille, audiolibros y ledores. Los sordos tienen las libras como un medio para adquirir la lectura del portugués. Por otra parte, el estudio se encuentra en la reflexión de que para la conquista de la ciudadanía, la lectura es fundamental.
Palabra-Llave: Deficiente. Lectura. Inclusión.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo, cujo tema é A LEITURA COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO DOS DEFICIENTES, configurou-se a partir de uma questão de pesquisa: como a leitura se desenvolve na vida dos deficientes e qual sua importância na inclusão destes?
O trabalho tem como principal objetivo analisar a leitura como uma ferramenta de inclusão, assim como discutir as técnicas de leitura para deficientes, e a importância da leitura como forma de acesso à educação.
Na Antiguidade o homem era valorizado pela força de seu trabalho na agricultura, pecuária e artesanato. Assim um indivíduo com necessidades diferenciadas era considerado inútil. Os hebreus, por exemplo, acreditavam que era um castigo, fazendo desses indivíduos pessoas amaldiçoadas. Em muitas sociedades, crianças logo ao nascerem eram mortas, sem nenhum sentimento de culpa, por ter uma deficiência e não serem considerados úteis a sobrevivência do grupo.
A Idade Média, quando a cristandade começou a florescer na Europa, traz consigo os valores éticos, os quais proíbem a morte de bebês nascidos com alguma deficiência, independentemente de suas capacidades físicas, pois eram considerados criaturas de Deus. Porém essas pessoas eram posteriormente ignoradas e largadas a própria sorte.
Só com a chegada da Idade Moderna é que insciência começou a ser suprimida, dando lugar a novas ideias, período que ficou marcado como Renascimento e trouxe novas formas de ver o mundo, inclusive uma nova forma de vislumbrar as deficiências, agora compreendido como efeito de causas naturais.
A partir das Revoluções Industrial e Francesa surgiram várias invenções como a cadeira de rodas, muletas, próteses, bengalas, etc., com o intuito de reabilitar e inserir as pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho. Nesse período, também foi criado o Código Braille, método publicado em 1829 e que é utilizado até hoje para auxiliar os portadores de deficiência visual.
Em âmbito brasileiro, a questão dos deficientes remonta ao Império, período em que os portadores de necessidades especiais eram retirados do seio de sua família e da sua comunidade, levados para instituições ou escolas especiais onde viviam enclausurados, tornando-os incapazes de viver em sociedade. Só a partir da década de 50, incentivado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos que trouxe as ideias de igualdade, liberdade, diversidade e fraternidade, é que se estabeleceu uma força contrária, mas que só estabeleceu um novo paradigma: o da normalização.
Normalizar era a intenção de tratar os indivíduos deficientes, que eram vistos como se tivessem um desvio do normal, através da medicina, psicologia e outras áreas, para ajustá-las ao restante da sociedade, buscando chegar o mais próximo possível do que era tido como normal, oferecendo a eles clínicas e centros de reabilitação. Essa ideia logo começou a ser criticada, porque a inclusão não exige que o indivíduo se molde a sociedade, como se o problema estivesse nele e que devia ser corrigido, mas agora, cria-se um novo conceito de que não se deve apagar as diferenças, e sim, respeitá-las.
A partir da década de 80, então, iniciou-se um processo de tomada de consciência, em que, a sociedade e o ambiente em que vivem deveriam ser modificadas para tornar os espaços acessíveis a todos. Nesse contexto, a inclusão presume que a sociedade atenda todas as diversidades com qualidade, respeito e valorização.
Atualmente no Brasil, 23,9% da população total tem algum tipo deficiência – visual, auditiva, motora, mental ou intelectual – de acordo com o último censo demográfico do IBGE, das quais 18,6% são deficientes visuais, 5,1% tem deficiência auditiva, 7% tem dificuldades motoras e 1,4% sofrem de problemas mentais. Justificando assim a enorme importância de se falar de inclusão.
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