A MUSICOTERAPIA COMO FERRAMENTA PARA O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DE DEFICIENTES INTELECTUAIS: CONTRIBUIÇÃO DE VYGOTSKY
Por: Valeriagaievik • 2/6/2018 • Artigo • 5.914 Palavras (24 Páginas) • 417 Visualizações
A MUSICOTERAPIA COMO FERRAMENTA PARA O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DE DEFICIENTES INTELECTUAIS: CONTRIBUIÇÃO DE VYGOTSKY
Tatiane Peixoto[1]
Taynara Maria José[2]
Valeria Cristina Gaievik[3]
RESUMO: O ensino das Ciências, nas escolas, tende a promover o desenvolvimento da cidadania entre os sujeitos, bem como sua autonomia e criticidade. Um dos temas que podem ser abordados nas aulas é a higienização das mãos, um hábito essencial para a profilaxia e prevenção de inúmeras doenças provocadas por microrganismos. Na Educação Inclusiva, é de grande importância que os alunos aprendam certos hábitos de higiene e, por meio da música, torna-se mais fácil ensinar crianças e adolescentes com problemas de aprendizagem. Ao se promover aulas com metodologias diferenciadas, torna-se capaz promover o construtivismo, discutido por Vygotsky. Neste sentido, este artigo tem como objetivo geral discutir a importância de utilizar a musicoterapia como ferramenta auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, principalmente no sentido de promover o ensino da necessidade de lavar as mãos. Como objetivos específicos, este estudo busca abordar a Psicologia da Educação e a teoria construtivista de Vygotsky, bem como apresentar um plano de aula que contemple o tema “A importância da higienização das mãos” aplicado na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE de Alto Piquiri. Grandes são os problemas provocados a partir da fala de bons hábitos de higiene, em especial a higienização das mãos. Neste sentido, este estudo justifica-se pela necessidade de ensinar bons hábitos de higiene à alunos da Educação Especial, promovendo cidadania por meio de temas contemplados no ensino de Ciências. Após a aplicação do Plano de Aula proposto, com auxílio da musicoterapia, os alunos demonstraram compreender a importância da lavagem das mãos, atendendo os objetivos propostos no estudo.
Palavras-chave: Construtivismo. Hábitos de Higiene. Lavagem das Mãos. Musicoterapia.
1 INTRODUÇÃO
O ensino de Ciências, na educação, segundo Praia, Gil-Pérez e Vilches (2007, p. 142) contribui diretamente na formação de uma consciência cidadã entre os sujeitos e, consequentemente na criticidade e na possibilidade de participação nas tomadas de decisões.
Sobre o papel do professor de Ciências Biológicas, este profissional tende a abordar temas que contemplem o aprendizado acerca do ambiente e da sociedade da qual o aluno faz parte, ou seja, aos professores cabe o papel de apresentar conceitos capazes de melhorar a qualidade de vida dos estudantes e também de quem com eles convivem (DEMO, 2002, p. 23).
Estes professores representam papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem e também na efetivação da Psicologia da Educação, voltada ao desenvolvimento cognitivo dos sujeitos à partir de abordagens de teóricos como Vygotsky, que esclarece a importância da interação social entre os sujeitos para o desenvolvimento dos mesmos, quer seja no ambiente escolar, quer seja na sociedade da qual faz parte (GASPAR; MONTEIRO, 2005, p. 231).
Esta interação se apresenta ainda mais essencial entre alunos que tendem a apresentar maiores dificuldades de socialização, como é o caso de alguns sujeitos com deficiência mental. No caso da deficiência intelectual, esta determina certas limitações, significativas para o desenvolvimento do ser humano (BRASIL, 2006, p. 13). Por este motivo, a interação se apresenta ainda mais importante entre estes indivíduos.
Dentre os assuntos a serem abordados nas escolas, é importante que, no ensino de Ciências, temas como hábitos de higiene e higiene pessoal devem ser abordados e, segundo a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2016, p. 7), o hábito de higienizar as mãos é capaz de prevenir inúmeras doenças. Por este motivo, a abordagem de tal assunto é de grande importância no ambiente escolar.
Para tornar o ensino mais eficiente, formas diferenciadas devem ser utilizadas e, a musicoterapia, ou o ensino a partir da música, é uma forma eficaz e que promove além da interação, o maior interesse dos alunos, já que promove um momento lúdico aos mesmos (HURON, 1999, s. p.).
Neste sentido, tendo em vista a necessidade de abordar temas como a higienização das mãos e, considerando a importância do mesmo ser tratado entre alunos da Educação Especial, este artigo tem como objetivo geral discutir a importância de utilizar a musicoterapia como ferramenta auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, principalmente no sentido de promover o ensino da necessidade de lavar as mãos.
Como objetivos específicos, este estudo busca abordar a Psicologia da Educação e a teoria construtivista de Vygotsky, bem como apresentar um plano de aula que contemple o tema “A importância da higienização das mãos” aplicado na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE de Alto Piquiri.
Sabe-se que grandes são os problemas provocados a partir da fala de bons hábitos de higiene, em especial a higienização das mãos. Neste sentido, este estudo justifica-se pela necessidade de ensinar bons hábitos de higiene à alunos da Educação Especial, promovendo cidadania por meio de temas contemplados no ensino de Ciências.
2 O PAPEL DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Contemporaneamente, o ensino de Ciências Biológicas pauta-se na orientação dos alunos de maneira que os mesmos consigam processar os conteúdos apresentados, sempre com capacidade de interpretar e ainda argumentar sobre os temas abordados em sala de aula. Neste sentido, os inúmeros conceitos trabalhados, bem como a diversidade apresentada pode ser capaz tanto de fazer com que os alunos tenham interesse pela disciplina quanto de desenvolver nos alunos falta de interesse. Assim, é importante que as aulas sejam didáticas e ao mesmo tempo estimulantes, promovendo a interação e o interesse dos alunos em aprender (SOBRINHO, 2009, p. 16).
Segundo Demo (2002, p. 23), os professores devem, constantemente, desafiar seus alunos para o conhecimento. Ou seja, o professor passa a apresentar um assunto de maneira que estes tenham conhecimentos para refletirem sobre diferentes conceitos, melhorando então seu convívio social, sua qualidade de vida e também sua relação com o meio ambiente, tornando-se então, pessoas mais responsáveis e também solidárias.
Sobrinho (2009, p. 16) aponta que os professores devem ser capazes de estimular seus alunos a confrontarem temas abordados e sala de aula, fazendo com que o conhecimento seja reconstruído. Desta forma, a aprendizagem deve ser propiciada com o objetivo de transformar conceitos científicos em conteúdos que sejam capazes de transformar seu cotidiano, melhorando então sua interação com o mundo.
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