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A LINGUA DE EULALIA - ASSIMILAÇÃO

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Por:   •  7/7/2013  •  2.235 Palavras (9 Páginas)  •  3.095 Visualizações

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Nathielen

APRESENTAÇÃO: Sabemos que na língua portuguesa há uma presença muito grande variações linguísticas, que mudam de estado para estado, de região para região e assim sucessivamente. Este trabalho objetiva tratar do processo de variação conhecido como assimilação, em particular do grupo – nd,e do grupo mb, percebido na fala de muitas pessoas. Esse tipo de alteração ocorre quando dois sons diferentes, mas com algum traço em comum se tornam parecidos ou até mesmo idênticos. A assimilação do – nd, só é possível porque o /n/ e o /d/ são consoantes dentais, ou seja, há uma similaridade entre ambas e esse fato permite que um fonema assimile o outro, no caso o /d/ é assimilado pelo /n/.A assimilação do mb, ocorre porque elas são consoantes bilabiais. O presente estudo segue o método empírico-dedutivo, visto que as falas analisadas foram obtidas em situação de interação informal. Primeiramente foram gravadas entrevistas, em seguida realizaram-se transcrições, posteriormente ocorreu a análise das transcrições. Ficou clara a presença da assimilação na fala dos entrevistados, além de outros processos de variações, que em grande parte são decorrentes da mesma. Percebe-se que a variação em estudo ocorreu tanto na fala das pessoas que tinham menos escolaridade, quanto na das que tinham maior grau de instrução.Também, vamos abordar a simplificação dos verbos, fenômeno que ocorre frequentemente na fala de várias pessoas. Para o estudo deste assunto, analisamos os exemplos do livro A Língua de Eulália e os exemplos encontrados nas entrevistas, após, aplicaremos um exercício para comprovar esse fenômeno em nossa própria fala.

INTRODUÇÃO DA ASSMILAÇÃO - PRISCILA

A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso da mesma varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme, pois dependendo da situação de comunicação uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só língua.

Na língua portuguesa podemos notar vários processos de variações como a ditongação, a monotongação, a vocalização, a assimilação. Segundo Bagno, a assimilação é “a força que tenta fazer com que dois sons diferentes, mas com algum parentesco, se tornem iguais ou semelhantes. Às vezes consegue por completo e outras só pela metade” (Bagno, 2003, p. 77).

Esse tipo de variação fonética ocorre tanto na fala de pessoas não-escolarizadas quanto na de pessoas escolarizadas, porém na fala dessas ela só vai ocorrer em situações informais e / ou descontraídas ou numa fala mais rápida, pois ao falarem os verbos no gerúndio com terminação –ndo, ocorre a troca por –nno e depois ¬no, como em mandando / mandanno, mandano, ou ainda, com a pronúncia do advérbio quando, articulando como quano, só que essa utilização é menos recorrente que a dos verbos.

REFERENCIAL TEÓRICO- MONICA

O conhecimento educacional sempre recusou a multiplicidade de estilos lingüísticos dentro da língua portuguesa, em especial, nas instituições educacionais e assim a utilização da norma padrão / culta por parte de docentes e discentes e sociedade é vista como a única forma aceita de utilizar a língua, desprezando-se todas as outras maneiras de uso da mesma.

No Brasil, o estudo de variações linguísticas começou a ser mais abundante a partir dos anos 50 do século passado, mas esse tipo de estudo já era realizado anteriormente, porém com um destaque bem menor do que os dias atuais. É importante conhecermos essas variações para entendermos melhor alguns processos de formação de palavras, além de notar a evolução da língua por meio de algumas dessas modificações linguísticas.

Este trabalho irá tratar da variação conhecida como assimilação, que é estudada pela Fonética e Fonologia. Segundo Silva (2001, p. 23) a Fonética é a “ciência que descreve, classifica os sons e analisa suas particularidades articulatórias, acústicas e perceptivas. Suas principais áreas de interesses são: fonética articulatória, acústica, auditiva e instrumental” . Para Callou e Leite (2001, p. 11) a Fonologia é a ciência que analisa

um sistema lingüístico determinado, cabe a ela estudar as diferenças de

significação, estabelecer como se relacionam entre si os elementos de diferenciação e quais as condições em que se combinam uns com os outros para formar morfemas, palavras e frases.

A Fonética se distingue da Fonologia pelo fato de considerar os sons separados de suas distinções paradigmáticas – que são aquelas cuja presença ou ausência importa em mudança de significado ((fala, cala, bala)) – e de suas combinações sintagmáticas, ou seja, as suas disposições e acomodações lineares no consecutivo sonoro (cola, loca).

Callou e Leite (2003, p. 11) ainda abordam que “a caracterização da fonética como ciência trata da substância da expressão e da fonologia como ciência trata da forma da expressão é aceita pela maioria dos lingüistas por não implicar a oposição entre os dois campos do conhecimento, nem sua independência”. Assim sendo, a Fonética e Fonologia passam a ser percebidas como interdependentes, já que para realizar um estudo fonológico é preciso partir do campo fonético.

Ouvimos corriqueiramente as pessoas dizerem cantano, brincano, fazeno, ino, no lugar de cantando, brincando, fazendo e indo, isso ocorre porque os fonemas /n/ e /d/ são consoantes dentais, que para serem produzidas é preciso que a ponta da língua ou parte dianteira da língua entre em contato com os alvéolos e com os dentes incisivos e por serem produzidas na mesma zona de articulação esses dois fonemas podem sofrer a assimilação, que, no caso em estudo, ocorre com a transformação do nd > nn >n.

A assimilação é a aproximação ou mesmo identidade total entre fonemas existentes na mesma palavra, resultante da influência de um sobre o outro, ela pode ser vocálica e consonantal, total e parcial, progressiva e regressiva (Paulo Hernandes). Ou seja, ela permite que dois sons diferentes, mas com algum traço similar, se tornem idênticos ou parecidos, às vezes consegue por inteiro, outras vezes apenas parcialmente

Além da variação do grupo –nd, existe também outros tipos de variações assimilatórias, como a vocálica, que pode acontecer com harmonização da vogal pré-tônica com a alta tônica, como por exemplo em medido, midido. Sobre esse tipo de assimilação Cavaliere (2005, p. 72) aborda que ela é

Sem

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