A Literatura Clássica

Faculdade de Letras da UFMG

Seminário de Leitura: Literatura Clássica

1o. semestre de 2018

Prof. Jacyntho Lins Brandão

Primeira avaliação (30 pontos):

Nome do aluno: Izabella Damasceno Alves

1.Leia o estudo de Tzvetan Todorov intitulado “Como ler?” (o texto foi enviado em pdf)

2. Descreva brevemente o que, conforme o autor caracteriza e distingue os seguintes modos de leitura:

2.1. Projeção: é definida pela concepção do texto literário como transposição feita a partir de uma série original.  As possibilidades de projeção são: a biográfica ou psicanalítica, em que projetaremos para a vida do autor; A crítica sociológica, que se postularmos que o original está constituído pela realidade social contemporânea à publicação do livro ou aos acontecimentos representados; E a projeção filosófica ou antropológica, que é quando partimos  do “espírito humano”,  com suas propriedades intemporais. Mas seja qual for a ideia que o leitor tenha da natureza do original, adota sempre uma mesma atitude reducionista e instrumentalista em relação ao texto.

2.2. Comentário: originário das dificuldades geradas pela compreensão imediata de alguns textos, o comentário define-se por sua interioridade em relação à obra comentada. O comentário tem a função de tentar esclarecer o sentido, e não traduzir, tendo como limite a paráfrase. O comentador se recusa a omitir o que quer que seja  do texto como objeto, assim como exclui qualquer suplemento que venha a se enxertar.

2.3. Poética: o objeto da poética será constituído pelos “procedimentos” literários, ou seja, por conceitos que descrevem o funcionamento do discurso literário. A poética tem uma afinidade – longíqua – com a projeção. Ambas consideram a obra individual como um produto. O  resultado de um estudo de poética é sempre o “geral”, ou seja, a literatura ou uma de suas subdivisões, e todo discurso sobre  a literatura se baseia numa concepção geral do texto literário; a poética é o lugar de elaboração dessa concepção.

2.4. Leitura: consiste em relacionar cada elemento do texto com todos os outros, estando estes repertoriados não em sua significação geral, mas com vistas a esse uso. A leitura se fundamenta não em obliterar a diferença, mas em desmontá-la, apresentá-la como um efeito de diferença, sem jamais “atingir” o texto, a leitura poderá dele se aproximar  infinitamente

2.5. Interpretação: refere-se a qualquer substituição do texto presente por um outro texto, a qualquer atividade que procure descobrir, através do tecido textual aparente, um segundo texto mais autêntico. Para a leitura, o texto nunca é outro, ele é múltiplo, e se a leitura não privilegiasse certos pontos do texto, ela se esgotaria rapidamente. A escolha de nós, que pode variar infinitamente, produz em contrapartida a variedade de leituras que conhecemos; é ela que nos faz falar de uma leitura mais ou menos rica, de uma estratégia mais ou menos apropriada.

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