A MARGEM DA PALAVRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS[pic 1][pic 2][pic 3]

CAMPUS DE JATAÍ

CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS

ANDREANE LIMA E SILVA

A MARGEM DA PALAVRA

JATAÍ

2006[pic 4]

ANDREANE LIMA E SILVA[pic 5]

A MARGEM DA PALAVRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de Goiás - Campus de Jataí como requisito parcial à obtenção do título de Licenciatura em Letras – Habilitação Português.

Orientadora: Drª. Eliana Melo Machado Moraes.

JATAÍ

2006[pic 6]

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À minha Mãe

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AGRADECIMENTOS[pic 9]

À meus pais Almerides Clara de Lima e Silva e Saulo Ribeiro da Silva por sempre estarem ao meu lado em todas as temporadas, e por nunca, em nenhum momento, duvidarem da minha capacidade, por depositarem seus créditos em minhas quimeras, me mostrando que os sonhos, mesmo aqueles mais insanos, são metas factíveis por meio da nossa perseverança e resignação.

E em especial a minha mãe. Levei muito tempo pra perceber que preciso de seu estímulo, de sua amabilidade, de sua existência para subsistir. Suas palavras e sua atenção me fazem sentir melhor. Um dia eu vi a tristeza chegar de mansinho,
o vento bater na soleira da janela, a chuva cair seca no vão da porta...
e eu tive medo!
Aquele medo que geralmente percebemos nos olhos das crianças.
Então, eu te encontrei...

Aos amigos Érika Luiza Pires, Luciana Lima e Susana dos Santos pela habilidade ímpar de sempre depositarem uma nota de alegria e colocarem um sorriso em minha face quando nos momentos em que, abatido, prostava-me propenso a desistir. Sei que o tempo é irrefreável, mas o que me deixa mais feliz é que quando as folhas caíram levadas pela quadra da estação ainda continuarão por perto, continuarão alimentando as minhas raízes com vossa jovialidade, nas lembranças dos momentos inesquecíveis enquanto cruzavam o meu caminho.

À meu irmão Joaquim Onofre Silva Neto. Muitas batalhas você me ajudou a ganhar, não me esqueço das horas inteiras que você passou me ouvindo.

Agradeço sua força que, bravamente, você conseguiu me emprestar.

À profª.e amiga Joelma Santana Siqueira pelo ingresso na arte literária. Há pessoas que passam pela vida apenas por uma estação, mas seus ensinamentos permanecem e sua presença pode ser sentida para sempre.

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Obrigado aos mestres-professores: Mara Rúbia Sousa de Moraes, Fernanda Freitas Soares, Sílvio da Silva, Elaine Cristina Cintra, Coraci Helena do Prado, Luciana Borges Alves Pinto, Maria de Lourdes Faria dos Santos Paniago, Enilva Peres de Assis Golçalves. Obrigado não é bem a palavra que eu gostaria de lhes dizer. Eu queria poder encontrar outra forma de falar o quanto vocês foram e são importantes para mim. Agradecimento especial a minha orientadora Eliana Melo Machado Moraes.[pic 10]

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Oco de pau que diz:
Eu sou madeira, beira
Boa, dá vau, triztriz
Risca certeira
Meio a meio o rio ri
Silencioso, sério
Nosso pai não diz, diz:
Risca terceira

Água da palavra
Água calada, pura
Água da palavra
Água de rosa dura
Proa da palavra
Duro silêncio, nosso pai

Margem da palavra
Entre as escuras duas
Margens da palavra
Clareira, luz madura
Rosa da palavra
Puro silêncio, nosso pai

Meio a meio o rio ri
Por entre as árvores da vida
O rio riu, ri
Por sob a risca da canoa
O rio riu, ri
O que ninguém jamais olvida
Ouvi, ouvi, ouvi
A voz das águas

Asa da palavra
Asa parada agora
Casa da palavra
Onde o silêncio mora
Brasa da palavra
A hora clara, nosso pai

Hora da palavra
Quando não se diz nada
Fora da palavra
Quando mais dentro aflora
Tora da palavra
Rio, pau enorme, nosso pai

A Terceira Margem do Rio

Caetano Veloso

Composição: Caetano Veloso/Milton Nascimento[pic 14]

SUMÁRIO[pic 15]

LISTAS
I. ORIGEM E CONSTITUIÇÃO DO OBJETO ..................................................................	08
1.1 HIPÓTESES  .................................................................................................................	11
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................	12
1.3 METODOLOGIA ..........................................................................................................	13
II. NAVEGAR OU SUBMERGIR?  ...................................................................................	15
2.1 DESCRIÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................................................... 2.2 ANÁLISE DOS DADOS  ..............................................................................................	21 27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................................	64
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................	66
ANEXOS

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I. ORIGEM E CONSTITUIÇÃO DO OBJETO

“Todo abismo é navegável a barquinhos de papel”

José Guimarães Rosa

Embora comungue com aqueles que dizem não ser papel da escola formar escritores literários e que não se fazem “Shakespeares” em bancos de sala de aula, não quero dizer com isso que amoldar leitores promissores não passe por aí.  Por ocasião e a partir de minha experiência como aluno estagiário no Centro de Línguas da Universidade Federal de Goiás - Campus de Jataí - no decurso de dois anos e das observações feitas durante o relatório das atividades de práticas de ensino do Português – estágio – em 2006, teve origem as preocupações e as indagações que emergem doravante neste trabalho.  Quanto mais ouvia algumas pessoas creditarem na valia desmedida do conhecimento livresco que se adquire na escola como forma de aprimoramento das habilidades, paradoxalmente tornava-se mais agudo a meu ver o afastamento por parte dos alunos das solicitações de leitura e o despreparo na elaboração escrita de uma linguagem em conformidade com as exigências do gênero literário.