A Pedofilia na Internet

Durante a segunda fase do modernismo Carlos Drummond de Andrade apresentou-nos o poema “Pedra no meio do caminho”, que representava as dificuldades enfrentadas pelos civis. Nos dias atuais, nos deparamos com outro problema: a pedofilia na internet. Desde 2008 a prática é considerada crime pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, entretanto, ainda assim carece de uma lei específica. Tendo isso em vista, indaga- se uma problemática que se faz por dispor de raízes sociais.

Primeiramente, vale ressaltar que o Brasil ocupa o 4° lugar no ranking de sites relacionados à pornografia infantil, que são mais de 40 mil no mundo. Recentemente, em Várzea Grande, no Mato Grosso, um homem de 46 anos foi preso por aliciar mais de 20 meninas pela internet. A abordagem online coloca em risco à vida das crianças e adolescentes que, sem malícia, acabam possibilitando o contato pessoal e tornam-se vítimas de abuso sexual, como o caso Araceli, ocorrido há 45 anos atrás, em que a menina Araceli Sanchéz foi encontrada morta com marcas de agressão.

Além disso, as estatísticas relatam que 90% dos contraventores não possuem nenhuma alienação psicológica , logo,são juridicamente imputáveis. Sendo assim, a inclinação cultural tradicional de correlacionar delito sexual e doença mental deve ser desacreditada. Ademais, a internet, apesar de muito vantajosa, facilitou o acesso ao conteúdo e a discrição daqueles que o buscam, tornando cada vez mais difícil estabelecer o perfil dos pedófilos, já que esses utilizam-se de fakes nas mídias sociais. Porém, em sua maioria são homens com mais de quarenta anos que buscam na pornografia infantil meios para saciar o prazer hediondo.

Em suma, a gama de eventos sucedidos nessas condições é produto da falta de monitoramento por parte da família ao conteúdo que crianças e adolescentes têm acessado, e também a carência de leis relacionadas diretamente à pedofilia na internet. Logo, atribui-se ao Ministério Público Federal o dever de punir sob medidas legais a agressão aos direitos da criança e do adolescente na esfera midiática, por meio da análise jurídica e penal dos casos, aumentando a fiscalização nas plataformas digitais como sites de relacionamento, dessa forma reduzindo os impactos gerais do uso irresponsável da internet. Somente assim seremos aptos a exercer o ideal democrático.

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