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A Personagem Medéa

Por:   •  18/10/2023  •  Artigo  •  2.488 Palavras (10 Páginas)  •  43 Visualizações

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E. E. EMÍLIA CERDEIRA[pic 1]

ATIVIDADE AVALIATIVA DE PORTUGUÊS

4º Bimestre

Componente curricular: Portugues

Ano: 7º/ EF

Turma: 7º ano

Data: ______/ ______ / 2022

Professor(a): Santos

  01

HABILIDADE: EF67LP28

Valor : 04 pontos

Professor G.P.Santos - Português                                  

                                   A Personagem Medéia

   Medéia é personagem de uma tragédia (peça teatral) de Eurípedes. Foi encenada em 431 a. C. É figura da mitologia grega e esposa de Jasão.

   Filha de Aeetes (Eetes), rei da Cólquida, e de Eidyia, sua rainha. Por meio de sua mãe, Medéia era neta de Hélio(sol) e sobrinha de Circe (bruxa com quem outro herói da mitologia grega , Ulisses, se relacionou). Medéia dominava várias “artes mágicas”.

   Jasão partiu de Iolcos na embarcação chamada Argos, junto com seus companheiros, para conseguir um tal manto, ou velocino de ouro, pelo que o rei , seu tio Pélias, lhe devolveria seu trono, o qual Jasão merecia por direito. Ele deveria recuperar, numa difícil missão até a Cólquida, esse tal manto.

   Quando os argonautas (Argos era o nome da embarcação usada por Jasão e seus companheiros) chegaram a Cólquida com a missão de obter o velocino (manto) de ouro, Medéia, se apaixonou por Jasão, ajudou-o a conseguir o manto, e a fugir (já que o rei Aeetes, pai dela, não entregaria o manto a ele). ( De modo a obter o apoio de Medéia, Jasão tinha lhe jurado fidelidade).

   Aeetes perseguiu Jasão no mar, mas Medéia usou de uma estratégia brutal para atrasar seu pai: ela matou seu próprio irmão Absirto, cortou seu corpo em pedaços e foi lançando estes no mar, atrás de si. Aeetes, por essa causa, teve que interromper a perseguição várias vezes, para recuperar as partes do corpo de seu próprio filho, lançadas no mar. Isso possibilitou que Jasão e Medéia fugissem.

   De volta a Iolcos, uma vez que Pélias “enrolava” Jasão, quanto a dar-lhe o trono, Medéia enganou as filhas dele, de modo que, com a desculpa de rejuvenecê-lo, elas mesmas matassem seu pai. Não obtendo o trono, que foi tomado por Acasto, outro filho de Pélias, Jasão e Medéia tiveram que fugir, indo parar em Corinto (ou talvez Corcira, outra cidade).

   Quando Jasão lhe foi infiel, desposando Glauce, filha do rei local Creon, Medeia, para se vingar dele, e de todos que a oprimiam, por meio de artes mágicas, fez Glauce morrer horrivelmente, consumida por fogo. Seu pai Creon , ao abraçar o que restou do corpo de sua filha, também morreu. (Creon tinha expulsado Medéia da cidade).

   Por fim, Medéia apunhalou os próprios filhos, tudo isso para se vingar de Jasão. A seguir, fugiu para Atenas.

   Esses últimos episódios, a partir da traição de Jasão, são os destacados na tragédia de Eurípedes. Nesta peça, Medéia vai de humana, que sofre com a traição do marido, a monstro, que por vingança mata os próprios filhos. As ocorrências anteriores, narradas neste texto, lançam luz sobre os motivos para as ações da assassina. Ela sacrificou muito para seguir Jasão. Esperava dele o comprimento de sua promessa de fidelidade.

   De qualquer forma, o assassínio dos próprios filhos não pode ser lançado na conta de Jasão. Ela foi a responsável, quem usou suas mãos para matar. Mas, é fato que Jasão sabia quem e do que Medéia era capaz.

Texto de G.P.Santos.

Bibliografia:

Evans, Bergen - Dictionary Mainly Classical of Mytology

Comellin, P. – Nova Mitologia Grega e Romana

Eurípedes – Medeia, tradução de Miroel Silveira e Júnia Silveira Gonçalves

Coro
Parece que muitos foram os males que com justiça o nume infligiu a
Jasão neste dia95.


Medeia
Amigas, decidida está a minha ação: matar os filhos o mais depressa que
puder e evadir-me desta terra, não vá acontecer que, ficando eu ociosa,
abandone as crianças, para serem mortas com mão mais hostil. É absoluta a
necessidade de as matar, e, já que é forçoso, matá-las-emos nós, nós que as
geramos. Mas vamos, arma-te, coração. Por que hesitamos e não executamos os
males terríveis, mas necessários? Anda, ó minha desventurada mão, empunha a
espada, empunha-a, move-te para a meta96 dolorosa da vida, não te deixes
dominar pela cobardia, nem pela lembrança dos teus filhos, de como eles te são
caros, de como os geraste. Mas por este breve dia, ao menos, olvida, que depois
os chorarás. Porque, mesmo matando-os, eles te são sempre caros e eu – que
desgraçada mulher que eu sou97!
(Medeia entra em casa.)


Coro
Estrofe
Ó terra, ó raios
do Sol coruscantes98,
vede, oh! vede esta mulher perdida,
antes que com mão suicida99
ela ataque os próprios filhos.
Da tua dourada estirpe
94 Depois de verberar os perigos da sabedoria e da eloqüência e de lamentar a triste condição do homem, o
Mensageiro abandona a cena.
95 Os manuscritos apresentam aqui três versos (1233-1235): “Ó desgraçada, como lamentamos a tua
desventura, ó filha de Creonte, que partiste para a mansão do Hades, por causa das núpcias de Jasão.”
96 Outra metáfora tirada das corridas.
97 Medeia sai por algum tempo de cena, onde se tinha mantido sem interrupção desde a primeira entrada,
ao começar o 1.º episódio.
98 As mesmas invocações do verso 148.
99 “Mão suicida”, porque, destruindo a sua descendência, se aniquilava também a si.
ela procede; e os mortais
temem derramar o sangue de um deus.
Detém-te tu, ó luz, filha de Zeus!
Desta casa arranca o crime infeliz
e a vingança da Erínia100!

...

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