A Pretensa Confusão Entre O Escrito E O Oral Nas Teorias Da Antiguidade
Casos: A Pretensa Confusão Entre O Escrito E O Oral Nas Teorias Da Antiguidade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AdsonSampaio • 29/11/2013 • 794 Palavras (4 Páginas) • 419 Visualizações
O que é mimese?
Ellen dos Santos Oliveira[1]
O conceito de mimese vem sido largamente utilizado não só pelos filósofos, mas também por seus seguidores. A origem do termo decorre desde o século IV a.c., e correspondia à “imitação”, “representação”, “indicação”, “sugestão”, “expressão”, sempre referente à ideia de fazer ou criar algo que se assemelhe a outra coisa.
O termo surgiu com Platão que tentou definir o vocábulo em seus diálogos, em “a mais completa discussão acerca da natureza da arte que recebemos do mundo antigo” porém não consegue um sentido fixo para a palavra. Aristóteles em “ A Arte Poética” irá tratar como temática principal de sua obra, e atribui a mimese dois significados: o da imitação e o da emulação. Em seu tratado sobre poesia, Aristóteles, faz uso da mimese para diferenciar a natureza das espécies da poesia e atribuir características a cada uma, e ainda trata das artes em geral, e é por isso que sua obra é considerada um tratado para os estudiosos da Arte em geral. Em “Arte Poética” o filósofo irá tratar sobre a poesia que refere-se à: Comédia e à tragédia, à pintura, à escultura, à música e à dança. A partir daí o termo passa a ser utilizado como imitação. Assim, os imitadores imitam os homens que praticam ação, imitam caracteres, sentimentos e ações. O poeta é um imitador, assim como o pintor ou qualquer outro artista que utiliza a imaginação para expressar arte. Para Aristóteles a mimese é, primeiramente, a imitação da natureza, todavia natureza é entendida como o oculto princípio da geração e da corrupção dos seres naturais, e representa a própria realidade quando se realiza. No entanto, para ele a mimese é também a própria realidade quando se torna real, ou seja, a mimese refaz o caminho da natureza para apresentar uma obra através da arte. A imitação do ser humano mostra a sua natureza intrínseca, isto é, seu caráter, suas paixões e seu comportamento (MOISÉS, 2004, p.292-294).
Desde então o termo passou a ser utilizado com um entendimento de que se a literatura imita a realidade criando um mundo paralelo, um mundo autônomo em comparação ao contexto em que a obra é concebida e/ou recebida. No entanto, o conceito de mimese foi esquecido durante o Romantismo, quando se buscava um conceito libertário de Arte e de criação estética. Foi graças aos “novos críticos” que o termo retornou ao vocabulário e continua sendo estudado pelos novos especialistas na atualidade.
Um desses estudiosos, foi o pensador, brasileiro, Luiz Costa Lima que em 1980 participou de discussões e pesquisas filológicas que visavam compreender o conceito aristotélico. Como resultado dessa discussão e pesquisa, passou-se a entender mimese como emulação, que significa um sentido construtivo de rivalidade que induz alguém a imitar outro, seja para igualar-se ou para superá-lo. Assim, não está simplesmente imitando a realidade, mas possibilitando que alguém crie uma nova realidade própria, com os mesmos elementos da realidade a qual se imita, porém com um novo olhar, uma experiência única e nova. Costa Lima acredita que todo fenômeno é recebido pelo agente humano conforme um conjunto de expectativas apreendido a partir da cultura a qual o agente pertence (LIMA, 1986, p.361).
Ou seja, toda ação
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