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Modo oral e escrito

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Por:   •  27/8/2014  •  Tese  •  2.579 Palavras (11 Páginas)  •  736 Visualizações

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normalmente se comete são

transgressões às regras gramaticais. De fato, aquele que, num m

omento íntimo do discurso

diz: “Ninguém deixou ele falar”, não comete propriamente um erro: na verdade transgride à

determinada regra da gramática normativa.

Nesse caso, vale salientar que a comunicação foi estabelecida

. Portanto, quem pratica

a língua em

nível popular não fala de forma errada, apenas fala de acordo com o meio em

que vive. O importante é usar a língua de forma adequada ao interlocutor, ao contexto e ao

assunto.

Falar errado é não se fazer entender em seu meio ou usar uma variedade inadequa

da

ao ambiente em que se encontra, pois há fatores sociais, econômicos e regionais que

justificam a variação.

É importante perceber que o nível da linguagem deve variar de acordo com a situação

em que se desenvolve o discurso; o ambiente sociocultural de

termina o nível de linguagem a

ser empregado; e o vocabulário, a sintaxe (organização lógica), a pronúncia e até a entoação

variam segundo esse nível. Um padre não fala com uma criança como se estivesse rezando

uma missa, assim como uma criança não fala co

mo um adulto. Um engenheiro não usa o

mesmo nível de fala quando se dirige a colegas e a funcionários da obra, assim como nenhum

professor utiliza o mesmo nível de fala quando está com sua família e quando está em sala de

aula.

2.

Modalidade Oral e Escrita

Segundo Mac

-

Kay (2000), “na linguagem, as modalidades oral e escrita se completam,

guardando cada uma suas propriedades. O fato de possuírem formas características não pode

nos levar à falsa noção de que são modalidades destituídas de pontos de integração

”.

Koch em seu livro

O texto e a construção de sentidos

(1997) ressalta que os textos

podem apresentar

-

se de várias formas, ou seja, ora se aproximando do polo da fala (por

exemplo: os bilhetes domésticos, os bilhetes de casais, e

-

mails entre amigos e text

os de

humor), ora se aproximando do polo da escrita (por exemplo: os discursos de posse de cargo,

as conferências, as entrevistas especializadas e propostas de produtos de alta tecnologia por

vendedores especialmente treinados).

Conforme observa a autora,

a fala e a escrita constituem duas possibilidades de uso da

língua que utilizam o mesmo sistema linguístico e que, apesar de possuírem características

próprias, não devem ser vistas de forma dicotômica, ou seja, totalmente distinta.

Em síntese, Koch ilustr

a que as mais frequentes diferenças entre fala e escrita podem

ser apontadas: a fala não é planejada, é mais fragmentada e incompleta, pouco elaborada, e

possui a predominância de frases curtas e simples; a escrita já é mais planejada, não é

fragmentada e

apresenta

-

se mais completa, melhor elaborada e possui a predominância de

frases mais complexas, entre outras características.

Fávero, Andrade e Aquino (2002, apud Mac

-

May) observam o fato de as gramáticas

adotarem como parâmetro a escrita e associarem a fa

la a um dos seus registros de realização

o informal

e que essa posição fortalece o enfoque que polariza as duas modalidades por não

incluir a possibilidade da existência de níveis de formalidade. As autoras sinalizam para o fato

de que, “na verdade, ta

nto a fala como a escrita abarcam um

continuum

que vai do registro

mais informal ao mais formal, passando por graus intermediários” (p. 273), e afirmam que

essa variação depende das condições de produção do texto.

Tais condições estão em estreita relação c

om o contexto, com as condições de

interação, com os interlocutores e com o tipo de processamento da informação. Assim, na

língua falada, há entre falante e ouvinte um intercâmbio direto, o que não ocorre com a língua

escrita, na qual a comunicação se faz

geralmente na ausência de um dos participantes; na fala,

as marcas de planejamento do texto não aparecem, porque a produção e a execução se dão

...

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