A Produção Científica Na área De Fisioterapia Vem Crescendo Lentamente No Brasil, Embora A Maioria Da Literatura Tradicional Utilizada Nos Cursos De Graduação Tenha Origem Em Outros Países, Como Estados Unidos, França, Austrália (Blascovi-Assis
Ensaios: A Produção Científica Na área De Fisioterapia Vem Crescendo Lentamente No Brasil, Embora A Maioria Da Literatura Tradicional Utilizada Nos Cursos De Graduação Tenha Origem Em Outros Países, Como Estados Unidos, França, Austrália (Blascovi-Assis. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: reginarony • 14/4/2014 • 1.634 Palavras (7 Páginas) • 829 Visualizações
A produção científica na área de Fisioterapia vem crescendo lentamente no Brasil, embora
a maioria da literatura tradicional utilizada nos cursos de graduação tenha origem em outros
países, como Estados Unidos, França, Austrália (Blascovi-Assis & Peixoto, 2002). Tal cenário
promove perspectivas de atuação a partir de dados coletados em países com diferenças culturais,
epidemiológicas e até mesmo de sistemas de saúde distantes da realidade nacional. No entanto,
alguns estudos, principalmente advindos do universo ensino-pesquisa-extensão, vêm sinalizando
a necessidade de uma investigação mais integral a partir da realidade local.
A formação e a prática da Fisioterapia, hoje, estão direcionadas, prioritariamente, para a
clínica de reabilitação e para os centros de terapias hospitalares. Há a tendência no ensino
superior de Fisioterapia em valorizar o individual, a terapêutica, a especialidade e a utilização de
métodos e técnicas sofisticadas (Rezende, 2007). Talvez aqui resida o determinismo do caráter
predominantemente clínico e limitado aos locais de atendimento em níveis secundário e terciário
de atenção à saúde na prática do Fisioterapeuta.
Tais características, segundo a mesma autora, estão em consonância com o modelo
médico-assistencial privatista, ainda hegemônico no Brasil. A forma de perceber, explicar e
enfrentar os problemas de saúde ao longo da história do nosso país acarretou o predomínio do
pensamento clínico sobre o processo saúde-doença e, consequentemente, os esforços dos
profissionais ou áreas de estudo preocupadas com as condições de saúde do homem
concentraram-se, por um extenso período, na descoberta de novos métodos de “tratamento” das
doenças, revelando a preponderância de uma assistência “curativa”, recuperativa e reabilitadora.
No sentido de tentar compreender a tendência dos estudos recentes sobre o campo de
atuação profissional e sua interseção com a política de saúde no Brasil, propõe-se a presente
revisão crítica acerca do tema a fim de desenvolver algumas aproximações e desafios sobre a
assistência fisioterapêutica nacional.
As particularidades de profissões historicamente inscritas no contexto da reabilitação, tal
como a Fisioterapia, favorecem a cultura de atuação limitada à existência de amplas salas,
equipamentos, recursos caros e dependentes de uma infra-estrutura física e de material
específico. Essa visão mantém a Fisioterapia à margem de muitas discussões que atualmente tem
permitido avanços para outras profissões da saúde (ABRASCO, 2003).
A forma como a Fisioterapia vem se inserindo na rede pública de saúde sofre influência do
seu surgimento, pois teve sua gênese e evolução caracterizadas pela atuação na reabilitação.
Surgindo, inicialmente, como uma especialidade da medicina tornou-se, posteriormente, uma
profissão autônoma, mas seguindo a lógicada especialidade, foi enquadrada, em termos de
hierarquia na organização do sistema de saúde, em serviços de atenção secundária e terciária.
Essa lógica de distribuição, durante muito tempo, excluiu da rede básica os serviços de
fisioterapia, o que tem acarretado uma grande dificuldade de acesso da população a esses
serviços (Ribeiro, 2002).
Alguns autores como Barros (2008), Salmória & Camargo (2008), Rezende (2007), Silva &
Da Ros (2007) também destacam o contexto histórico do processo de profissionalização da
Fisioterapia no Brasil como elemento crucial para a compreensão da construção do perfil
profissional do Fisioterapeuta, bem como da arena de disputas pelo mercado de trabalho entre as
categorias profissionais de saúde. Destacam-se, no contexto histórico, as controvérsias que
ocorreram com relação à denominação da profissão e seu nível de autonomia no tratamento dos
pacientes e na relação com outras categorias profissionais da saúde, especialmente a medicina.
SegundoBarros (2008:952):
“A indefinição com relação ao nome da categoria profissional não foi mera
formalidade burocrática, mas representava, entre outros aspectos, as disputas e
atritos por espaço no mercado de trabalho, interesses relacionados à
hierarquização das profissões, reconhecimento social, reconhecimento entre os
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próprios pares, autonomia ou subordinação da categoria e participação ou
exclusão na produção dos conhecimentos científicos.“
Nesta perspectiva, o fisioterapeuta surgiu com o propósito de reabilitar e preparar as
pessoas fisicamente lesadas para o retorno à vida produtiva (Rebelatto e Botomé, 1999). Para
este tipo de atividade este profissional tem mercado de trabalho e reconhecimento, pois, embora a
Fisioterapia seja uma profissão relativamente recente (criada em outubro de 1969), os agentes
físicos
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