SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NA EUROPA, ESTADOS UNIDOS E BRASIL
Monografias: SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL NA EUROPA, ESTADOS UNIDOS E BRASIL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: eosilva • 10/10/2013 • 1.984 Palavras (8 Páginas) • 3.583 Visualizações
O CAPITALISMO E O SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL
INTRODUÇÃO
A perspectiva histórica enfoca o trabalho e o modo de produção capitalista como o berço do surgimento do Serviço Social.
O Serviço Social é entendido como um subproduto da síntese dos projetos políticos - econômicos, ao analisarmos a fundo o seu surgimento nos deparamos com a influência da Igreja Católica com o chamado Assistencialismo (as ajudas) as caridades, daí as raízes do início do surgimento do serviço social ser tão profundas na igreja em si.
DESENVOLVIMENTO
O Serviço Social surge com a questão social, demarcado pelo estatuto das condutas assistencialistas e filantrópicas consideradas como suas plataformas. Porém, o histórico do Serviço Social não se esgota na questão social, e sim nas suas peculiaridades no âmbito da sociedade burguesa fundada na organização monopólica. O capitalismo monopolista eleva o sistema de contradições da ordem burguesa nos seus traços de exploração, alienação e transitoriedade histórica. Assim, a organização monopólica da economia capitalista, faz crescer os preços das mercadorias e serviços, eleva as taxas de lucros nos setores monopolizados, gerando um aumento da taxa de afluência de trabalhadores industriais, com isso gera uma insatisfação das classes operárias. Segundo Netto o surgimento do Serviço Social, está vinculado à emergência da questão social esta é conceituada por Netto como um conjunto de problemas políticos, sociais, e econômicos que reclamados pela classe operária no curso da consolidação do capitalismo; portanto a questão social esta atrelada aos conflitos da relação capital/trabalho ( Netto 1992, p.13).
Entretanto Netto ressalta que “ Questão Social ” não deve ser tomada abstratamente, mas especificadamente ao momento histórico do capitalismo: a idade do monopólio, as conexões genéticas do Serviço Social não se entretecem com a “ questão social ”, mas com suas peculiaridades no âmbito da sociedade burguesa fundada na organização monopólica ( Netto 1992 p14) conforme esse autor:
O processo pelo o qual a ordem monopólica instaura o espaço determinado que, na divisão (e técnica) do trabalho a ela pertinente, propícia a profissionalização do Serviço social (1992 p. 70)
A política social no capitalismo concretiza-se nas lutas de classe, decorrentes da mobilização da classe operária trabalhadora, o Estado, apresenta respostas antecipadas e estratégicas a suas ações. Nessa dinâmica bipolar entre seguimentos da sociedade e o Estado burguês os confrontos e conflitos são inevitáveis. À medida que a ordem monopólica invade e devassa esse universo simbólico e afetivo do indivíduo as mediações psicológicas entre indivíduo e sociedade, ganham peso, e o individual passa a identificar-se com o psíquico. Surgem propostas para redefinições de características pessoais com estratégias e terapias de ajustamento.
Discorrendo sobre o assunto MARTINELLI sustenta que:
Mudando a face, a estrutura e a dinâmica da sociedade européia, em que foi engendrado e de onde se expandiu, o capitalismo fez de tal processo de expansão uma das páginas mais violentas na história da relação capital/trabalho. Instaurando-se como um forma peculiar de sociedade de classes fundadas sob a compra e venda da força de trabalho, revelou desde logo sua força opressora em relação ao proletariado. Com o capitalismo se institui a sociedade de classes e se plasma um novo modo de relações sociais, midiatizada pela posse privada de bens. O capitalismo gera o mundo da cisão, da ruptura da exploração da maioria pela minoria, o mundo em que a luta de classe se transforma na luta pela vida, na luta pela superação da sociedade burguesa (MARTINELLI, 1991 P.54)
Também não podemos deixar de citar que os primeiros agentes sociais tiveram suas origens no seio da igreja com a presença dos diáconos e apóstolos no início da igreja Cristã. Entra em cena a Igreja católica pelo fato de ser a religião oficial do estado. Assim todo assistencialismos ( ajudas, esmolas, suprimento das necessidades imediatistas) era efetuada pela igreja. São Tomaz de Aquino grande precursor da igreja se destaca colocando a caridade como um dos pilares que deveriam reger a vida Cristã. Rege a Bula Encíclica do Papa Leão XIII datada de 15 de maio de 1891:
E a Igreja, efetivamente, que haure no Evangelho doutrinas capazes de pôr termo ao conflito ou ao menos de suavizá-lo, expurgando-o de tudo o que ele tenha de severo e áspero; a Igreja, que não se contenta em esclarecer o espírito de seus ensinos, mas também se esforça em regular, de harmonia com eles a vida e os costumes de cada um; a Igreja, que, por uma multidão de instituições eminentemente benéficas, tende a melhorar a sorte das classes pobres; a Igreja, que quer e deseja ardentemente que todas as classes empreguem em comum as suas luzes e as suas forças para dar à questão operária a melhor solução possível; a Igreja, enfim, que julga que as leis e a autoridade pública devem levar a esta solução, sem dúvida com medida e com prudência, a sua parte do consenso. ( BULA ENCÍCLICA “ RERUM NOVARUM ” DO PAPA LEÃO XIII)
A verdade é que a igreja foi perdendo o seu espaço de poderio para a Burguesia e como sentiu perdendo o seu poder entra em cena não para ajudar a classe pobre, mais para subjugá-la a Burguesia. A verdade e que a igreja era um dos instrumentos de controle das massas. A prática social, sob influência da igreja Católica, teve preocupação não com a pobreza, mantendo se sagazmente distante das manifestações dos trabalhadores, pois o seu grande objetivo era levá-los a um ajustamento da ordem social vigente. Sobre o assunto, MARTINELLI sustenta que:
Estabeleceu-se uma troca de interesses de certa forma: à igreja Católica interessava servir-se dos conhecimentos científicos e procedimentos técnicos do Serviço Social para expandir sua doutrina, difundir os princípios do catolicismo, de modo a conquistar novos adeptos e manter sua posição hegemônica em um mundo que igualmente se expandia; ao Serviço social interessava servir-se da sólida estrutura da igreja, muito bem instalada na maior parte dos países europeus, para difundir e ampliar suas ações profissionais. (MARTINELLI, 1991, p. 113)
Neste âmbito os Agentes Sociais construíram as suas práticas nas ideologias da Igreja imprimindo o controle e repressão para ajustamento de padrões determinados pela sociedade burguesa. As damas de caridade fizeram parte importante
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