A Selva do Romance de Ferreira de Castro

A obra "A Selva" foi escrita pelo renomado romancista português e precursor do neo-realismo, Ferreira de Castro, durante os anos de 1910 a 1920, e publicada em 1930. Neste romance, o autor narra suas experiências vividas na adolescência através do protagonista Alberto. A trama se desenrola em uma fascinante narrativa situada no Brasil, mais precisamente em um seringal denominado "Paraíso", localizado na vastidão da Floresta Amazônica.

As características naturalistas encontradas nesse romance, que prenunciam elementos do Neo-realismo, estão fundamentadas nas vivências de contato direto experimentadas na selva amazônica, conforme revelado pelo próprio autor. Essa abordagem confere maior autenticidade aos eventos narrados, conferindo credibilidade aos leitores. A escrita se configura como uma espécie de denúncia à sociedade, através da qual Ferreira de Castro expõe a escravidão, as injustiças, a selvageria e as complexidades sociais enfrentadas por ele e pelos homens que laboravam no seringal.

A obra "A Selva" adquire traços neorrealistas devido à meticulosa descrição das duras experiências vivenciadas pelo autor no contexto do seringal. A riqueza de detalhes presentes na narrativa confirma a autenticidade e a verossimilhança dos acontecimentos. Ao retratar com fidelidade sua própria vivência nesse ambiente, o autor elimina a necessidade de criar uma realidade imaginária, uma vez que sua própria história comprova a luta dos homens que padeciam em condições desumanas.

Por fim, é relevante enfatizar que a narrativa do autor possui um caráter realista, pois expõe a realidade social e humana com o intuito de denunciar as injustiças existentes e sublinhar o que é verdadeiro. O propósito subjacente é estimular uma visão crítica e uma reflexão acerca das disparidades sociais presentes na sociedade.