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A Sutil Arte de Ligar o Foda-se - Mark Manson

Por:   •  24/5/2018  •  Resenha  •  9.526 Palavras (39 Páginas)  •  667 Visualizações

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A Sutil Arte de ligar o f*da-se de Mark Manson

Nem Tente

O renomado escritor, Charles Bukowski, antes da fama - que o projetou internacionalmente -, foi rejeitado por diversas editoras. “Bukowski era alcoólatra, mulherengo, viciado em jogo grosseiro,sovina, preguiçoso e, em seus piores dias, poeta”, por isso, seria a última pessoa que você veria como referência em um livro de autoajuda, como em “A Sutil Arte de ligar o f*da-se de Mark Manson”, mas, por isso mesmo, o autor o escolhe como ponto de partida perfeito. A rejeição de Bukowski durou três décadas, até que, aos cinquenta anos de idade, recebeu o convite de um editor para publicar. Essa era a primeira e única oportunidade que ele teria. Bukowski trabalhava, naquela altura, nos Correios e escreveu ao editor:  “eu tenho duas opções: ficar nos Correios e enlouquecer… ou dar uma de escritor e morrer de fome. Decidi morrer de fome.” Três semanas depois de assinar o contrato, Bukowski tinha o primeiro romance pronto, chamava-se Cartas na rua e a dedicatória foi: “a ninguém”. Ao longo de sua vida, o escritor publicou seis romances, centenas de poemas e vendeu mais de dois milhões de exemplares. Apesar de representar o modelo ideal de superação, o epitáfio de Charles Bukowski tem escrito: “Nem tente. O que isso significa?

Mark Manson, autor do livro, explica que, “apesar das vendas e da fama, Bukowski era um fracassado.Ele sabia disso. Seu sucesso não brotou de uma grande vontade de vencer na vida, mas da consciência do contrário: ele sabia que era um fracassado, aceitava o fato e escrevia honestamente sobre isso. Nunca tentou ser quem não era. A obra de Bukowski não se sustenta na ideia de superar obstáculos impensáveis nem de se empenhar para ser um gênio literário. É o oposto: seu sucesso vem da completa e inabalável honestidade consigo mesmo (sobretudo em relação às piores partes) e da capacidade de falar abertamente sobre seus fracassos, sem hesitação ou dúvida”. Isso significa: ligar o foda-se.
Ligar o foda-se pode até parecer simples, mas no fundo a história é outra. Quase todos passamos a vida em suplício por nos importarmos demais em situações que merecem o botão do foda-se, por isso o primeiro passo é lembrar que vamos morrer um dia e que, num curto período entre o agora e o dia da sua morte, você só pode se importar com uma quantidade limitada de coisas. Entretanto, que fique claro: uma coisa é ligar o foda-se, outra é ser indiferente e não existe absolutamente nada admirável na indiferença, pessoas indiferentes são fracas e medrosas e só cultivam a indiferença porque não sabem ligar o foda-se. Elas se importam tanto com o que os outros pensam de suas ideias que se escondem atrás do sarcasmo e se comportam como as donas da verdade. De acordo com Mark: “pessoas indiferentes têm medo de deixar os outros se aproximarem, então se convencem de que são floquinhos de neve especiais e únicos, com problemas que ninguém entenderia. Pessoas indiferentes têm medo do mundo e da repercussão de suas escolhas. É por isso que não tomam decisões importantes. Escondem-se no apático poço cinzento de egocentrismo e autopiedade que criaram, distraindo-se eternamente dessa coisa insuportável chamada vida, que exige tanto tempo e energia”. Portanto, com alguma coisa a gente tem que se importar. Sendo assim, a pergunta é: com o que se importar? Como escolher o que importa? E como ligar o foda-se para todo o resto?


O primeiro passo é saber reconhecer se você tem realmente um problema, ou se está se importando com uma coisa banal que merecia um grande foda-se. Para isso, você precisa, antes, saber perceber o que é realmente importantes para se preocupar.

A felicidade é um problema

Conta a lenda que, há 2500, num palácio no sopé himalaio do atual Nepal, um rei, desejando que que seu filho nunca tivesse nenhum sofrimento,mandou construir muros bem altos ao redor do castelo para evitar, assim, que o menino olhasse para as mazelas que haviam ao redor. Apesar de toda essa super proteção, o príncipe cresceu estressado e, certa vez, revoltado, saiu escondido do castelo para descobrir o que havia além dos muros vendo, pela primeira vez, pobres, doentes e desabrigados. O sofrimento que isso causou ao jovem príncipe o levou a concluir que o grande problema de sua vida era o dinheiro. Por isso, ele decide abandonar tudo, fugir e viver uma vida dura nas ruas, às vezes passando o dia inteiro tendo comido apenas uma nós, para conseguir encontrar o verdadeiro sentido da vida. Mas, diferente do que ele imaginava, isso não aconteceu e o seu sofrimento não trouxe nada de significativo, tendo sido uma má ideia; de todo modo, ele decide que vai se sentar debaixo da sombra de uma árvore e ficar lá até encontrar a verdade, o que aconteceu depois de quarenta e noves dias, de acordo com a lenda. O grande ensinamento, que este príncipe obteve foi: a vida em si é um sofrimento.

Explico: o ser humano nunca está satisfeito com nada, por isso é que está sempre indo buscar uma coisa diferente a cada vez, isso é uma característica própria do ser humano, pois assim, de acordo com sua natureza, poderá sempre evoluir e progredir.  Anos depois, esse mesmo príncipe revelou outro grande ensinamento: “devemos parar de tentar
resistir à dor e à perda, pois são inevitáveis”. O príncipe se tornaria conhecido como Buda.

A dor, portanto, não deverá ser evitada, pois ela é natural e serve para nos ensinar. Por exemplo, a dor de queimar a língua, vai fazer você aprender a assoprar a comida antes de comê-la, na próxima vez. Isso é a dor física. A dor psicológica também ensina, demonstrando que há um desequilíbrio interno, que um limite foi excedido. Como na história, evitar a dor faz com que nos desconectamos da realidade. Portanto, não existe uma vida sem problemas, mesmo que você resolva um problema, logo outro irá começar. Por exemplo, se você tem problemas de peso e resolve fazer academia, terá problemas para acordar mais cedo para ir malhar, antes do trabalho, e terá que tomar banho e se trocar no banheiro da academia. Portanto, o problema nunca acaba, ele é apenas atualizado ou substituído. Assim sendo, a felicidade está em resolver os problemas. Repare que resolver problemas, não evitar problemas. Porque para ser feliz você precisa ter problemas para resolver, o que significa que você está vivendo, que está agindo, e não vivendo de modo passivo. Por outro lado, é preciso realizar escolhas. Não dá para levar um vida sem dor.  Entretanto, qual dor você prefere tolerar? Muitas vezes queremos coisas, que na verdade não queremos, isso acontece quando focamos especialmente no resultado, não no processo, ou seja, a recompensa, não as dificuldades. Portanto, você precisa gostar do processo também, para valer a pena e isso não tem nada haver com “força de vontade e coragem” ou “não há vitória sem dor”, mas o mais simples e básico: as batalhas determinam as conquistas. Ou como diz o autor do livro: “os problemas criam a felicidade,
junto com problemas um pouco menores e mais atualizados. Veja bem: trata-se de uma interminável espiral ascendente. Se você acha que em algum momento terá permissão para parar, infelizmente não entendeu nada. Porque a alegria está na subida”

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