Fichamento do Livro: LIBÂNIO - A arte de formar-se
Por: machadopsico • 20/2/2018 • Projeto de pesquisa • 1.535 Palavras (7 Páginas) • 908 Visualizações
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia
Adriano de jesus machado
Metodologia da Pesquisa Filosófica
Fichamento: Capítulo do livro: LIBANIO, João Batista. A arte de formar-se. São
Paulo: Loyola, 2002
Professor: Elton Vitoriano Ribeiro
Belo Horizonte17, fevereiro 2018
CAPITULO 2
Aprender a fazer
LIBANIO, João Batista. A arte de formar-se. São Paulo: Loyola, 2002).
“Se o presente se anuncia no futuro, já estamos a construí-lo com o que fazemos. A relação entre aprender a conhecer e aprender a fazer se torna patente numa perspectiva histórica. Aprender a conhecer leva-nos a pensar a realidade em seu conjunto e seu contexto, nunca como um saber isolado. ”(p.81)
Oposição a leitura metafisica.
“A dimensão histórica ilumina nossa realidade e nosso agir de modo diferente. Opõe-se a uma leitura da "Tradição determinada pela Metafísica" que busca a essência sempre válida do ser em sua globalidade.” (p.81)
“Aprender a fazer é colocar-se num movimento histórico em que o presente assume continuamente uma instância crítica em relação ao passado. Aí está um dos pontos fundamentais da modernidade que nos ajudam a aprender a fazer.” (p.82).
Rotina e repetição
“Enquanto se vive num presente entendido como mera repetição e rotina do passado, seja por causa da sacralização desse presente, seja por causa de uma alienação de seu significado, não se aprendeu ainda a fazer. Pois faz-se exatamente como se vinha fazendo até então. ‘’ (p82).
Historicidade da consciência ou sua abertura para o ser-no-tempo*.
“Nesse processo de criação da consciência história, que está no coração do aprender a fazer, esbarramos com dificuldades vindas de trincheiras opostas. Já nos referimos à posição tradicional, que dificulta o aprender a fazer, porque já indica o fazer a partir de princípios e verdades eternos, imutáveis, definitivos. Aprender a fazer transformou-se, em muitos casos, em pura casuística. ”(p.83)
A perspectiva ética
“Uma consciência de responsabilidade só é possível com consciência histórica. Assim sendo, nosso agir histórico adquire gravidade maior. Aprende-se a fazer captando o lado ético de todo agir humano. Implica um senso de responsabilidade. Não existe presente desligado do futuro.” (p.86)
Assim, “Nossas ações deixam de ser veleidades para adquirir densidade de futuro, de responsabilidade O pensar histórico envolve-se necessariamente com a ética. Por isso, tanto no aprender a conhecer como no aprender a fazer inseridos numa perspectiva histórica abre-se maior espaço para a ética. (p.86)
Alcance do pensamento
“Quanto mais percebemos o alcance de nosso pensamento e de nosso agir, tanto maior responsabilidade assumimos. Mais se torna importante a ética para alimentar a lucidez de nosso conhecer e fazer...” (p.87)
“Portanto, “prender a pensar e a fazer não é privilégio de inteligências. Gênios se perderam no encurralamento de seu saber fragmentado e hiperespecializado, desconhecendo um continente de outros saberes e vivências. Por isso desenvolveram experiências que terminaram em produtos nefastos para a humanidade. Não se pode entender o investimento de inteligências na pesquisa de armamentos de morte a não ser porque estas pessoas nunca aprenderam a pensar e a fazer. Aprender a assimilação dos
Práxis.
“Aprender a fazer influencia aprender a conhecer O conhecimento adquire uma intencionalidade para a práxis. Não simplesmente para ser aplicado a ela, mas também para responder a situações ainda inéditas. Cria-se uma capacidade criativa de articulação entre conhecimento e prática, entre saber e ação, de modo que ambos se alimentam mutuamente. A prática modifica o conhecimento, e este, por sua vez, gera sempre novas práticas.” ( p.91)
Atitude mental.
“Cria-se assim a atitude mental de sempre pensar o conhecimento em sua prolongação pratica e a prática em seu caráter cognitivo. O progresso do conhecimento traz inovações no agir As mudanças no agir exigem reformulações do conhecimento.” ( p.91)
Incorporarão do conhecimento
“A tendência crescente do mercado é incorpora sempre mais conhecimento no trabalho. Precisa –se de gente mais preparada. Por isso, exige-se que a educação se pense olhando para o futuro trabalho na sociedade.” ( P.92)
“Hoje surgem exigências novas. Não se trata de maneira como se fazia ou ainda se faz em tais escolas. Não está em questão uma relação imediatista entre estudo e trabalho, formando técnicos para tarefas bem determinadas. Não há garantia alguma de que elas continuarão a existir.” (p.92)
“Nos exames de seleção de operários e mesmo engenheiros têm sido usados outros lestes além da simples avaliação dos conhecimentos técnicos.” (p.92)
Educação e trabalho
“O trabalho da sociedade pós-industrial absorve cada vez mais conhecimentos. E os conhecimentos são percebidos em sua relação com a totalidade da vida, incluindo necessariamente o trabalho. (p.93)
Há três tipos de relação entre saber e prático.
“Saber agrário funda-se na experiência dos mais velhos Pais transmite aos filhos a maneira de plantar, cultivar cuidar dos animais.
“O saber industrial parte do pressuposto de que a tecnologia está a avançar continuamente. Ele se atualiza por meio de cursos, treinamentos que as fábricas e as escolas técnicas proporcionam.”
“O saber pós-industrial passeia noutro espaço implica saltos qualitativos que se alçam mediante o desenvolvimento da capacidade criativa.” (p.94)
Valorização da profissão
A sociedade atual valoriza a profissão de tal modo que ela se torna critério da valorização da vocação. Daí crises contínuas. O caminho formativo parece ser o inverso: ler a profissão em vista da vocação segundo o critério inaciano do tantum quantum. Tanto mais profissão quanto mais ajuda à vocação e à missão.
João Paulo Il oferece valiosa reflexão sobre o trabalho ao distinguir nele as dimensões objetiva e subjetiva". A primeira refere-se à transformação da realidade O Ocidente valoriza-a ao extremo, sobretudo no sistema industrial em função do mercado. Ele vale pelo que produz. A dimensão subjetiva, por sua vez, mira a realização humana. De tal perspectiva, o trabalho adquire outra avaliação. Nao coincide com a produtividade, que não raro se faz à custa da humanidade dos trabalhadores. 14. Joko Pavto I1, papa, Carta Encíclica sobe o trabalho huanLaboren esercens. 90 aniversário da Rerum Novarum, São Pau Paulinas, '1981, n.5-6, p. 18-24 (p.98)
...