A UTILIZAÇÃO DAS HQ's COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA
Por: Felipe Padilha • 7/2/2018 • Dissertação • 5.967 Palavras (24 Páginas) • 191 Visualizações
FACULDADES INTEGRADAS SANTA CRUZ DE CURITIBA - INOVE
A UTILIZAÇÃO DAS HQ's COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O PROFESSOR
CURITIBA
2016
FELIPE DA SILVA PADILHA
LIOHANA GASPAR
A UTILIZAÇÃO DAS HQ's COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O PROFESSOR
Artigo acadêmico apresentado como requisito à conclusão do Curso de Letras: Português e Inglês, Faculdades Integradas Santa Cruz de Curitiba - Inove.
Prof.: Valter Zotto de Andrade
CURITIBA
2016
A UTILIZAÇÃO DAS HQ's COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O PROFESSOR
RESUMO
Com o passar do tempo, a forma do professor trabalhar em sala de aula foi mudando e ele acabou não se restringindo exclusivamente ao livro didático. A cada dia que passa, novas práticas pedagógicas estão sendo introduzidas em sala de aula. Uma dessas práticas é a utilização de histórias em quadrinhos, que tem o cunho de estimular e instigar a criatividade dos alunos. É interessante comentar que as HQ’s não pertencem somente às aulas de Língua Portuguesa e é possível utilizá-las na maioria das matérias e até em projetos interdisciplinares. Porém, esta ferramenta não recebe o devido valor que merece e não é explorada como deveria ser e são esses motivos que serão analisados neste artigo.
Palavras-chave: Práticas Pedagógicas, Histórias em Quadrinhos, Língua Portuguesa, Projetos Interdisciplinares.
- INTRODUÇÃO
O processo de educação vem passando por uma constante mudança, hoje em dia é muito comum ver professores que deixam de lado o livro didático e partem para outros meios. As histórias em quadrinhos, também conhecidas como HQ’s, é um exemplo desses métodos que podem ajudar os professores a tornarem as suas aulas muito mais prazerosas para os seus alunos.
As HQ‘s possuem alguns fatores que ajudam a tornar as aulas mais atrativas para as crianças, como as imagens (além da escrita), os diversos formatos de balões, as onomatopeias, que são algumas expressões que aparecem ao longo das histórias, o enredo da história e etc.
Ao longo dos anos, foi possível perceber que as HQ’s apresentam grande importância para a formação do aluno, pois ajuda no processo de alfabetização, quando a criança está começando a ler, e estimulam o interesse pela leitura, por esses motivos foram introduzidas no PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais).
Há inúmeros temas que são possíveis trabalhar com as HQ’s: preconceito linguístico, história do Brasil, contextos sociais e políticos e etc. É interessante comentar também que as HQ’s estão sendo utilizadas em provas a nível federal, como o ENEM.
De um modo geral, o objetivo do artigo é analisar o que são as HQ’s, primeiramente apresentaremos o percurso das histórias em quadrinhos até hoje. Em seguida, a linguagem presente nas HQ’s. Nas seções seguintes, analisaremos o uso das histórias em quadrinhos no ensino, tanto de Língua Portuguesa quanto de outras matérias e uma proposta para a utilização em sala de aula. As duas últimas seções do artigo estão divididas respectivamente nos diferentes gêneros de histórias em quadrinhos e a sua contribuição para a formação de leitores.
- A TRAJETÓRIA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Os primeiros registros das histórias em quadrinhos são da época pré-histórica, em que os homens das cavernas desenhavam imagens dentro das suas cavernas, contando uma história. Porém, conforme a evolução do homem, desenhar em cavernas não era mais o que precisavam, portanto a escrita simbólica era o meio de comunicação básico.
As origens das histórias em quadrinhos estão na civilização europeia, onde o aparecimento das técnicas de reprodução gráfica proporcionaram a união do texto com a imagem. A ilustração atinge tão depressa a imprensa como o livro. A imagem toma certas características que influenciarão a HQ. (LUYTEN. 1985 p.10)
Para Vergueiro (2008), com a evolução tipográfica e surgimentos de jornais, criou-se condições para as HQ’s, então surgiram as tirinhas satíricas em jornais, com personagens caricaturais. Começaram a ter publicações diárias em jornais, com temas diversificados, como histórias sobre núcleo familiares e protagonistas femininas. Após isso, as tirinhas foram tomando uma grande proporção, registros mostram que uma das primeiras tiras que foi um sucesso era de Outcault, chamada The Yellow Kid. Também foi a primeira história em quadrinho impressa em cores.
Com a segunda guerra mundial, foi surgindo os heróis de quadrinhos, como Capitão Marvel, Tocha Humana, Namor - O Príncipe Submarino, isso ajudou mais ainda para as HQ’S se transformarem em um meio de comunicação em massa.
Com o sucesso dos quadrinhos veio logo a crítica, o psiquiatra alemão Fredic Werthan, alertava que os quadrinhos poderiam fazer mal aos jovens. Um exemplo foi a história do Batman, que poderia levar a homossexualidade para as crianças, pois ele e seu companheiro Robin mostravam o sonho de viver como um casal. Werthan chegou a lançar um livro chamado a sedução dos inocentes. Devido a esse impacto que chegou ao mundo todo, inclusive no Brasil, alguns editores resolveram criar o Comics Code, um selo de qualidade para os quadrinhos, que visava garantir aos pais aquele era um conteúdo adequado e de qualidade. Porém, em vez de ajudar, só prejudicou, pois houve um desaparecimento das editoras. Sua recuperação veio na década de 60, quando a justiça não perseguia tanto e foram surgindo outros heróis mais humanos, com problemas do cotidiano, como o Homem-Aranha.
Já no Brasil, a primeira a ser considerada HQ foi As aventuras de Nhô Quim ou impressões de uma viagem à corte, de Ângelo Agostini, publicada em 1869, na revista Vida Fluminense do Rio de Janeiro.
A primeira revista em quadrinhos lançada no Brasil foi “O Tico Tico”, em 1905. Em 1929, o jornal A Gazeta inaugura a Gazeta Infantil, ou Gazetinha, que tinha tanto quadrinhos nacionais quanto estrangeiros. Também trouxe as aventuras do Gato Félix, até o ano de 1950.
Roberto Marinho, dono do jornal O Globo, cria, em 1939, a revista Gibi, destinada ao público infantil, que ganha enorme popularidade logo que é lançada. Por causa desse fato, essas publicações foram chamadas “gibis”, para nominar todas as histórias em quadrinhos no Brasil.
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