A linguagem do Povo
Por: Renato Marques • 27/9/2015 • Resenha • 1.226 Palavras (5 Páginas) • 600 Visualizações
NOME: RENATO MARQUES DE LIMA RA: 01120155
DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM II DATA: 25/08/2015
RESENHA CRÍTICA
Título: A Linguagem do Povo
Artigo: Um Aspecto na Fraseologia Popular: Frases, Expressões e Ditados Populares.
Referência bibliográfica:
Urbano, Hudinilson. Um aspecto na fraseologia popular: frases, expressões e ditados populares. Rio de janeiro, Revista Philologus, ano 19, nº 56, maio/ago 2013.
O autor do artigo Um Aspecto na Fraseologia Popular: Frases, Expressões e Ditados Populares, Hudinilson Urbano, aborda a linguagem verbal de acordo com os espaços geográficos, trazendo reflexões sobre a diversidade de linguísticas. Aborda a evidente diferença linguística focando o amplo panorama das frases feitas. Ele traz em suas considerações iniciais que a linguagem verbal, sofre com alguns fatores extralinguísticos como os socioculturais, econômicos e geográficos. Com isso, considera-se que a forma culta é usada pelos ingressantes das classes mais altas, e a forma coloquial ou popular é usada pelas classes mais baixas. Porém, há uma forma que todos usam independente de classes que é a linguagem comum, ou seja, aquela usada no dia a dia reunindo elementos tanto da linguagem culta como da coloquial.
Urbano destaca sobre a linguagem falada popular como aquela dita pelo povo, mas que não necessariamente esteja errada gramaticalmente. Mesmo assim, com base nas opiniões de Dino Preti, o autor argumenta que esta é uma linguagem que se difere da linguagem culta por diversos aspectos, entre eles, a ausência de elaboração consciente, um vocabulário comum, e a articulação oral das palavras (pra por para, tão por estão...). Outro aspecto destacado é a criação de dialetos por diferentes grupos inseridos na comunidade linguística global. Como por exemplo, as linguagens técnicas profissionais de médicos, mecânicos, economistas, rappers, dos jovens, etc. Destaca-se também as linguagens bairristas carregadas de gírias.
É interessante lembrar que dentro deste contexto de linguagens, a bairrista está contida na linguagem regional que vem a ser conhecida popularmente, como por exemplo, o carioquês, paulistanês, baianês, e tantos outros.
Outro aspecto interessante abordado por Urbano é a construção de frases ditas pelo povo utilizando-se de provérbios, ditados, entre outros, com o objetivo de agilizar o entendimento e colorir a maneira de falar. O termo usado para o estudo deste fenômeno é a fraseologia.
Com relação a isso, percebe-se que no Brasil os moradores da região Sul, em especial os gaúchos, são bons na construção de expressões, ou “frases feitas”, em seus diálogos. Expressões como dobrar o cotovelo (beber), chorar as pitangas (se queixar), em cima do laço (em cima da hora), mais por fora que arco de barril, entre outras, são frequentemente utilizadas.
Segundo a especialista Eva Miskoviskova, as frases feitas são precárias porque elas estão quase sempre ligadas a uma postura circunstancial. Ao contrário dos provérbios populares, que transmitem de geração em geração a sabedoria acumulada numa determinada região, principalmente naquelas de menor formação literária onde o povo usa para educar e distinguir o bem do mal ou o certo e o errado.
E o que dizer das frases de para-choques? Muito comum aqui no Brasil, elas se espalham pelos carros e caminhões por todos os cantos. Expressões como, antes tarde do que nunca, deus ajuda quem cedo madruga, quem pouco faz... pouco se esforça, entre outras, manifestam a imensa riqueza e expressividade no uso da língua pelo povo brasileiro.
Urbano destaca a diferença entre a linguagem escrita culta e a fala popular mostrando que há uma construção descuidada com maior frequência por parte da linguagem popular que é aquela formulada com base no dia a dia, nos costumes e modo simples de pensar dos falantes.
Em relação aos conceitos, Urbano em seu artigo Um Aspecto na Fraseologia Popular: Frases, Expressões e Ditados Populares, coloca em discussão o termo “frase feita” que significa, a grosso modo, imutável no seu uso. No entanto, as frases feitas podem ter formas muito semelhantes e sentidos bem diferentes, ou sentidos semelhantes e formas diferentes. Por exemplo, dar a cara (... Para apanhar) x dar as caras (aparecer). No termo “frase feita” está inserido vários fenômenos como os provérbios, com as verdades populares inquestionáveis, de cunho moral e conselho prático (casa de ferreiro, espeto de pau); as expressões idiomáticas, cujo significado não se mostra transparente e cujas palavras não se somam para compor seu sentido global (chover canivete – chuva torrencial, bater as botas – morrer, descascar um abacaxi – resolver um problema); os ditos e ditados populares usados em situações do dia a dia (cair do cavalo, uma andorinha só não faz verão); e as locuções e expressões de caráter gramatical ou textual (uma vez que, às claras, por outro lado, entre outras).
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