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Elementos de psicologia dos povos: O Princípio da linguagem e o pensamento do homem primitivo

Por:   •  20/6/2018  •  Resenha  •  774 Palavras (4 Páginas)  •  599 Visualizações

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Lara Vitória Lima Silva

laralima1205@gmail.com

Psicologia (integral)

Elementos de psicologia dos povos: o princípio da linguagem e o pensamento do homem primitivo – Wilhelm Wundt

O presente texto, publicado originalmente em 1912 por Wilhelm Wundt, apresenta a investigação da origem e desenvolvimento do pensamento humano. O autor constrói este estudo investigativo a partir das comparações feitas entre linguagens de tribos primitivas, a linguagem gestual e a linguagem infantil.

Wundt entende que o estudo da linguagem não deveria despertar interesse apenas dos etnologistas e filólogos, mas assumindo que a linguagem está ligada ao pensamento, esta questão seria de extrema importância também aos psicólogos, a fim de compreender características mentais essenciais ao trabalho destes.

A partir de incessantes estudos linguísticos, não foi possível encontrar uma linguagem original. Evidentemente, as tribos primitivas possuíam uma língua própria; contudo o povo mais forte e, provavelmente com a linguagem mais desenvolvida, extinguiu a criação mental mais importante.

Um aspecto importante a ser evidenciado é o de que nem o desenvolvimento da linguagem nem do pensamento precisam acompanhar o desenvolvimento da cultura. Assim, esses dois fenômenos podem permanecer primitivos, mesmo que a cultura avance.

Algumas outras linguagens primitivas são expressadas por sons, outras são puramente expressivas, miméticas, mas conseguem comunicar os pensamentos da mesma forma. A linguagem gestual, por exemplo, surge no século XIX, como uma ferramenta elaborada e consciente a fim de firmar relações, além de possibilitar que os surdos-mudos pudessem se expressar.

O problema a ser enfrentado em relação aos estudos sobre a linguagem gestual é que os surdos-mudos estão cada vez mais oralizados, e assim a linguagem verbal ganha um espaço muito maior do que a linguagem gestual e a linguagem gestual se torna uma mera mimese, não se configurando como uma linguagem com uma organização própria.

Em seus estudos, Wundt também percebeu que tanto na linguagem oralizada quanto na linguagem gestual, as emoções e sentimentos são expressadas pela tonalidade da voz, pelas expressões faciais, pelos movimentos dos braços e mãos. Em algumas línguas, para designar “grande” e “pequeno” as mãos são levantadas ou abaixadas; a voz também pode ficar mais aguda ou mais grave para os mesmos adjetivos.

Uma característica importante acerca da linguagem gestual é que ela não obedece às mesmas leis sintáticas que a linguagem falada. A comunicação é o aspecto primordial, e não a qualidade convencional sobre a(s) linguagem(s). Esta característica pode ser comparada as línguas faladas primitivas, em que a inteligibilidade é mais fundamental.

A posição das palavras, as leis gramaticais e sintáticas são construídas de maneiras diferentes em cada língua (e consequentemente, em cada cultura). Essas construções revelam a maneira de pensar de cada povo. Sabe-se que as línguas se desenvolvem por aglomeração e aglutinação e em algumas línguas, as frases são formadas a partir de um objeto perceptível e concreto. Assim, o conceito de algo é criado a partir da aglomeração de ideias apreendidas. Um exemplo que o autor apresenta no texto é como as pessoas no Togo criaram o conceito de “cozinha”. “Lugar cozinha algo” é muito mais concreto e perceptível aos sentidos do que simplesmente a palavra abstrata “cozinha”.

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