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A manteigui. Рoema em um só canto

Abstract: A manteigui. Рoema em um só canto. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/8/2014  •  Abstract  •  1.058 Palavras (5 Páginas)  •  489 Visualizações

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A MANTEIGUI

POEMA EM UM SÓ CANTO

ARGUMENTO

Da grande Manteigui, puta rafada,

Se descreve a brutal incontinência;

Do cafre infame a porra desmarcada,

Do cornígero esposo a paciência :

Como à força de tanta caralhada

Perdendo o negro a rigida potência,

Foge da puta, que sem alma fica

Dando mil berros por amor da pica.

CANTO ÚNICO

I

Canto a beleza, canto a putaria

De um corpo tão gentil, como profano;

Corpo, que, a ser preciso, engoliria

Pelo vaso os martelos de Vulcano:

Corpo vil, que trabalha mais n'um dia

Do que Martinho trabalhou n'um ano;

E que atura as chumbadas e pelouros

De cafres, brancos, maratás e mouros.

II

Vênus, a mais formosa entre as deidades,

Mais lasciva também que todas elas ;

Tu, que vinhas de Troia às soledades

Dar a Anquises as mamas e as canelas:

Que gramaste do pai das divindades

Mais de seiscentas mil fornicadelas;

E matando uma vez da crica a sede,

Foste pilhada na vulcânea rede;

III

Dirige a minha voz, meu canto inspira,

Que vou cantar de ti, se a Jaques canto;

Tendo um corno na mão em vez de lira,

Para livrar-me do mortal quebranto:

Tua virtude em Manteigui respira,

Com graça, qual tu tens, motiva encanto;

E bem pode entre vós haver disputa

Sobre qual é mais bela, ou qual mais puta.

IV

No cambaico Damão, que escangalhado

Lamenta a decadência portuguesa,

Este novo Ganós foi procriado,

Peste d'Ásia em luxúria e gentileza:

Que ermitão de cilícios macerado

Pode ver-lhe o carão sem porra tesa ?

Quem chapeleta não terá de mono,

Se tudo que ali vê é tudo cono ?

V

Seus meigos olhos, que a foder ensinam,

Té nos dedos dos pés tesões acendem;

As mamas, onde as Graças se reclinam,

Por mais alvas que os véus os véus ofendem;

As doces partes, que os desejos minam,

Aos olhos poucas vezes se defendem;

E os Amores, de amor por ela ardendo,

As picas pelas mãos lhe vão metendo.

VI

Seus cristalinos, deleitosos braços,

Sempre abertos estão, não para amantes,

Mas para aqueles só, que, nada escassos,

Cofres lhe atulham de metais brilhantes;

As níveas plantas, quando move os passos,

Vão pisando os tesões dos circunstantes;

E quando em ledo som de amores canta,

Faz-lhe a porra o compasso co'a garganta.

VII

Mas para castigar-lhe a vil cobiça

O vingativo Amor, como agravado,

Fogo infernal no coração lhe atiça

Por um sórdido cafre asselvajado:

Tendo-lhe visto a tórrida linguiça

Mais extensa que os canos d'um telhado,

Louca de comichões a indigna dama

Salta n'ele, convida- o para a cama.

VIII

Eis o bruto se coça de contente;

Vermelha febre sobe-lhe ao miolo;

Agarra na senhora, impaciente

D'erguer-lhe as fraldas, e provar-lhe o bolo:

Estira-a sobre o leito, e de repente

Quer do pano sacar o atroz mampolo:

Porém não necessita arrear cabos;

Lá vai o langotim com mil diabos.

IX

Levanta a tromba o ríspido elefante,

A tromba, costumada a tais batalhas,

E apontando ao buraco palpitante,

Bate ali qual aríete nas muralhas:

Ela enganchando as pernas delirante,

"Meu negrinho (lhe diz) quão bem trabalhas!

Não há porra melhor em todo o mundo!

Mete mais, mete mais que não tem fundo.

X

"Ah! se eu soubera (continua o couro

...

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