ATPS de Literatura Brasileira
Por: anacristina2015 • 5/9/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 5.024 Palavras (21 Páginas) • 237 Visualizações
FACULDADE ANHANGUERA - TABOÃO DA SERRA
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ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
LITERATURA BRASILEIRA
Taboão da Serra, 2014
FACULDADE ANHANGUERA - TABOÃO DA SERRA
Ana Cristina – RA: 3820154710
Trabalho apresentado ao curso de
Letras da Faculdade Anhanguera,
como parte dos requisitos para
obtenção de grau em Língua
Portuguesa, orientado pelo
Professor
Taboão da Serra, 2014
Sumário
Introdução: ............................................................................................................................
Etapa 1: Resenha crítica da obra Os Sapos, de Manuel Bandeira e Profissão de Fé de Olavo Bilac .......................................................................................................................................
Parnasianismo: ........................................................................................................................
O Parnasianismo no Brasil: .....................................................................................................
Etapa 2: O Realismo..............................................................................................
O Realismo no Brasil: ..........................................................................................
Naturalismo: .........................................................................................................
Comparação entre as Obras O Cortiço de Aluísio Azevedo e Vidas Secas de Graciliano Ramos : ..............................................................................................
Conclusão: ............................................................................................................
Referências Bibliográficas: ...................................................................................
Introdução
O trabalho a seguir tem o objetivo de informar o leitor acerca do Realismo e as tendências que envolveram o contexto desse período no Brasil e no mundo.
Etapa n° 1
Resenha crítica da obra Os Sapos, de Manuel Bandeira e Profissão de Fé de Olavo Bilac
No poema Os Sapos (paródia), o autor critica os poetas parnasianos pelo zelo excessivo da forma poética, usando para isso a sátira, técnica literária por meio da qual se pode “estilisticamente” ridicularizar alguém ou estilo. O poema assume uma imitação exagerada, promovendo, dessa forma, o efeito cômico que lhe é peculiar. Dentre as muitas bandeiras que o Modernismo defendeu, em sua primeira fase (1922-1930), destaca-se o combate às características estéticas tradicionais e conservadoras, cujo melhor exemplo era o Parnasianismo. Esta foi conhecida como a Fase heroica do Modernismo brasileiro.
A crítica presente no poema Os Sapos é contra a concepção adotada pelos parnasianos da "arte pela arte", foi um manifesto do poeta inconformado diante dos modelos e limitações da estética parnasiana, do endeusamento da forma que é reduzida a "forma" em busca do estilo poético perfeito e do total desligamento com a realidade do nosso país na época adotando valores europeus artificiais e fechando os olhos para os problemas sociais enfrentados na época.
O traço mais característico da poética parnasiana presente no poema Profissão de Fé de Olavo Bilac é o culto excessivo pela forma perfeita, por meio da utilização de rimas ricas, raras e perfeitas, vocábulos extremamente refinados e complexos, tornando a poesia uma atividade da elite intelectual brasileira, estilo este reprovado pela nova geração de poetas considerados modernos.
Em Os Sapos, Manuel Bandeira substitui os termos mitológicos pela prosaica presença dos sapos, o que pode representar, metaforicamente, que aqueles que se julgam deuses, criaturas sublimes, que possuem “status” elevado, não passam de seres rebaixados, que vivem à margem dos rios, no brejo, em outras palavras, à margem da sociedade.
(Fragmento do poema Os Sapos):
“Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
(Fragmento do poema Profissão de Fé):
Não quero o Zeus Capitolino
Hercúleo e belo,
Talhar no mármore divino
Com o camartelo.
Que outro - não eu! - a pedra corte
Para, brutal,
Erguer de Atene o altivo porte
Descomunal.
O poema inovador, como pode ser considerado Os Sapos, foi lido no dia 15 de fevereiro de 1922, no segundo dia do evento intitulado Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, esse movimento foi de extrema importância, considerado uma ruptura com os padrões antigos não só na literatura, mas na arte de forma geral. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a princípio, chocou por fugir completamente da estética européia tradicional que influenciava os artistas brasileiros. Um detalhe, durante a leitura do poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira , o público presente no Teatro Municipal fez coro e atrapalhou a leitura, mostrando desta forma a desaprovação.
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