Anchieta ou flechas opostas do sagrado
Seminário: Anchieta ou flechas opostas do sagrado. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: rutraanaimad • 6/11/2014 • Seminário • 896 Palavras (4 Páginas) • 1.763 Visualizações
Anchieta ou as flechas opostas do sagrado
Alfredo Bosi nasceu em São Paulo (SP), em 26 de agosto de 1936. Descendente de italianos, logo depois de se formar em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), em 1960, recebeu uma bolsa de estudos na Itália e ficou um ano letivo em Florença. Embora professor de literatura italiana, Alfredo Bosi sempre teve grande interesse pela literatura brasileira, o que o levou a escrever os livros Pré-Modernismo (1966), História Concisa da Literatura Brasileira (1970) e Dialética da Colonização(1996).
A literatura inicial da colônia foi marcada pela busca de uma tradição local em substituição de uma tradição européia o que gerou a aculturação dos índios por jesuítas, liderados por Anchieta na tentativa de universalismo cristão assim, Alfredo Bosi explicita em seu ensaio Anchieta ou as flechas opostas do sagrado.
Os escritos de Anchieta se diferenciam dos documentos informativos, porque é composto de poesia e teatro além das cartas e relatórios de valor documental e histórico.
Para transpor a fala do índio era necessário penetrar no imaginário do outro. Havia casos de uma passagem simbólica para outras incontornáveis, em que Anchieta preferia inserir o vocabulário português no tronco do idioma nativo, pois percebeu (com sua capacidade como linguista) que existia uma raiz comum nas línguas, que falavam as diferentes tribos indígenas. Por exemplo: como falar sobre a palavra pecado a um povo que não conhecia o sentido da mesma, que inexistia em sua cultura ou vocabulário. Para Bosi a tradução também era uma forma de aculturação.
O propósito desses trabalhos linguísticos era a catequese(louvor) tanto os teatros como as músicas, eram usados principalmente com criação de uma doutrina para os índios, que dizia que era proibido comer carne humana, não ter mais que uma mulher, nunca atacar os portugueses e sempre ouvir os padres.
Segundo Bosi fácil para os jesuítas incutir nos indígenas o catolicismo, por que perceberam que não prestavam culto organizado e sistemático a deuses e heróis.
Alfredo Bosi em sua "História concisa da Literatura Brasileira" chama esses relatos de "textos de informação" que eram feitos por viajantes e missionários europeus. Bosi diz que eles não pertencem à categoria de literário, mas a pura critica histórica, ele reconhece que é graças a esses relatos da paisagem, do índio e de grupos sociais, que podemos captar as condições primitivas de nossa cultura. Todos esses textos de informação têm como característica a informação, como diz Bosi, eram comerciantes, navegadores, aventureiros, e militares que ao chegarem da Europa aqui no Brasil, deslumbravam-se com a beleza da nossa terra e informavam sobre o Brasil para a Europa.
Padre José de Anchieta, chegou ao Brasil com o intuito de fazer a catequese aos nossos índios, isto é transformá-los através da religião católica. A partir de 1552 começa uma nova fase a chamada Literatura Jesuítica Brasileira que tem como grande informação a religião católica, eram textos e poemas que os padres jesuítas comandados pelo padre Jose Anchieta e pelo padre Manoel da Nóbrega faziam para os nossos índios contando a eles a história da igreja católica.
Alfredo Bosi escreve que a poesia de Anchieta revela diferenças internas de forma e sentido:
"O projeto de transpor para a fala do índio a mensagem católica demandava
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