Anjos Do Sol
Pesquisas Acadêmicas: Anjos Do Sol. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: rafaelladias • 16/9/2014 • 640 Palavras (3 Páginas) • 494 Visualizações
Em uma pequena cidade no interior nordestino, uma menina de 12 anos é vendida pelos pais e forçada a trabalhar como prostituta. Esse é o ponto de partida de "Anjos do Sol", primeiro longa-metragem do cineasta brasileiro Rudi Lagemman, que estreou nesta sexta-feira (18) em circuito nacional. O filme leva para as telas do cinema um tema pouco discutido no Brasil: a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Notícias de jornal inspiraram o diretor a criar os personagens. Foto: Divulgação
Mais de 100 mil meninas são vítimas de exploração sexual no país, apontam os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Já a Organização das Nações Unidas calcula que tráfico de seres humanos para exploração sexual movimenta cerca de 9 bilhões de dólares no mundo, e só perde em rentabilidade para o mercado ilegal de drogas e armas.
O diretor e roteirista Lagemman conta que optou por fazer um roteiro de ficção, e não um documentário, porque queria "dar uma cara" às vítimas desse crime. "Eu não queria fazer um filme cruel e duro porque a realidade é cruel, mas também para não afugentar as pessoas. Queria fazer uma história 'atraente' para as pessoas terem acesso às informações".
Maria, a personagem principal de "Anjos do Sol", é uma compilação das histórias de vida de muitas outras garotas já retratadas em reportagens de jornais e revistas. Lagemman pesquisou o tema por nove anos até chegar ao roteiro final. "Vi uma notícia no interior de Pernambuco de uma menina que tinha o apelido de R$ 0,50, que era o preço que ela cobrava por programa. Pensei: 'o que seria contar a história dessa menina?'". A investigação também ajudou o diretor a ampliar sua visão sobre o assunto: "Eu pensava, como a maioria dos brasileiros, que a exploração sexual se concentrava no litoral e estava ligada apenas ao turismo sexual".
Travessia
Depois de ser vendida pelos pais no Sertão da Bahia, Maria é levada para uma fazenda e, em seguida, para trabalhar como prostituta em um garimpo na Amazônia. Mais tarde, a menina foge para o Rio de Janeiro pegando carona com caminhoneiros. O caminho trilhado por Maria é um entre as 141 rotas nacionais e internacionais existentes, de acordo com a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual Comercial no Brasil realizada em 2002.
Ao longo da trama, Lagemman expõe algumas das práticas que envolvem a exploração sexual infanto-juvenil, como o leilão de meninas virgens, e os personagens que lucram com esse mercado: aliciadores (que compram as meninas de suas famílias), donos de boates, cafetões, coronéis e políticos.
Também retrata a situação das prostitutas que vivem em regime de servidão: garotas que teoricamente recebem pelos programas, mas têm descontado o valor das roupas, comida, alojamento e remédios que consomem. Além disso, sofrem violências físicas e ameaças psicológicas para não deixarem o local.
Preconceito
Para enfrentar a questão, o diretor defende o fortalecimento das organizações que trabalham com as jovens exploradas e o aumento da repressão a esses
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