Análise do Discurso
Por: marjoryc • 16/9/2015 • Resenha • 758 Palavras (4 Páginas) • 306 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ
CAMPUS FAFIPAR – PARANAGUÁ
Análise do discurso – Profª Daniela Machado
Acadêmica: Marjory Louise de Freitas Carvalho
Resenha “Relações entre análise do discurso e leitura” de Sírio Possenti.
O livro “Questões para analistas do discurso”, do autor Sírio Possenti (2009), inicia o texto falando sobre as vertentes presentes na Análise do Discurso (AD), em sua obra, que vai orientar o leitor em relações aos temas que serão exibidos. A primeira vertente trata da questão da leitura, é uma investigação do dispositivo social que é referente à como a sociedade se preocupa sobre os discursos, que de fato, não se importam com os sentidos.
Uma segunda grande vertente que o autor destaca é o modo de significação do discurso, não tendo a ver com a circulação que um texto tem, mas sim, com o que ele realmente significa. Com isso, o autor vai examinar todos os aspectos relacionados a leitura, no sentido de atribuição de sentido, interpretação, as vezes, de verdadeira decifração e, defende que o mesmo seja concebido discursivamente. Possenti destaca que ambas as vertentes constituem-se em teorias e metodologias que se interessam em mostrar as diversas formas de restrições que um discurso se submete.
No decorrer do texto é destacado que a AD tenta fornecer um conjunto de fatores a partir dos quais o número de leituras possíveis se restringe. Comenta também sobre a questão da AD se tornar árbitro em relação ao que seja ou não uma leitura adequada, mas não só a isso ela foi atribuída, mas também a de dar conta dos percursos de quem lê como lê, sendo assim, a AD vai explicar que independente de como alguém lê, se sua leitura é adequada ou não, do ponto de vista da instituição, por exemplo, e com isso a AD vai tentar esclarecer quais são esses movimentos que um leitor faz para ler como ele lê.
Podemos tirar a conclusão, segundo o autor, que a posição da AD leva mais em conta sua relação com a história (diversas formas de história) e a segunda com as diversas formas de desentranhar sentidos, sendo eles “ocultos”. De certa forma, como exibido no texto, a primeira relação da AD, história, é compatível adotar posições de defesas de certas leituras, e em relação a segunda, sendo a psicanálise, fica com o sentido de privilegiar a forma de conceber sentido, sendo menos relevante explicitar as estratégias de leituras, mas isso não quer dizer que a psicanálise vai aceitar todo o tipo de interpretação posta, mas que essa corrente fornece instrumentos mais adequados para a aceitabilidade de leituras que delineiem os textos.
O autor coloca em ênfase a questão de “quem lê é o leitor”, sendo algo incontestável, levando a uma tese de leitura banal e outra interessante; a banal pode-se dizer que se cada indivíduo pode ler como quiser, e a leitura interessante parte desse princípio, mas que quase um lema que reconhece limitações, tanto de gênero como de épocas etc. e vai especificar os critérios textuais e alguns outros que suportam a leitura. A AD não acredita que os sujeitos possam “ler como querem”, pelo fato de que não haja sujeitos tão individuais assim para ler como “querem”, mas, defende a idéia que há grupos de sujeitos em determinada posição que lêem como lêem porque têm a história que têm.
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