As Funções da Linguagem

Roman Jakobson (1896/1982), desenvolveu suas habilidades em áreas e perspectivas muito além do campo linguístico como, por exemplo, a Psicologia Comportamental. Participante do Círculo Linguístico de Praga, ele identificou as línguas conforme suas funções (PAVEAU; SARFATI, 2006; WEDWOOD, 2002), o que resultou no desenvolvimento das Funções da Linguagem.

A partir desse fundamento, as funções da linguagem foram assim normatizadas: Referencial; Emotiva; Fática; Conativa; Metalinguística e a Poética – sendo essa última, um componente da Linguística. Cumpre ressaltar que, para Jakobson (1995), cada função da linguagem está unida a um elemento da comunicação.

Onde, ou em que situação, seria mais fácil identificar essas funções de linguagem? Que tal em uma conversa amigável, onde pessoas do círculo social difundem informações e mensagens? Dessa forma, todas as funções surgem de forma muito clara. Com esse objetivo, observei os diálogos durante uma animada festa de aniversário em minha casa.

Segundo Jakobson (1995), a função emotiva coloca a pessoa no centro da mensagem. Roberto, desde que chegou, não parou de reclamar: “Eu não aguento mais ser professor! Todo dia enfrento um leão na Escola. Não vejo a hora de chegar as férias!”

A função referencial, por outro lado, enfatiza a terceira pessoa (CHALHUB, 2002) e revela o que está sendo transmitido. O que vale é o contexto da mensagem. Em certo momento, o assunto na festa foi a Copa do Mundo 2022. Márcia trouxe uma informação relevante: “A seleção brasileira está a 20 anos sem ganhar uma Copa do Mundo”.

A função fática relaciona-se com o canal utilizado, a fim de, por exemplo, verificar se o mesmo está funcionando (SANTEE; DOS SANTOS, 2010). É função fática quando também o emissor testa o canal de comunicação. Observei que Roberto, em dado momento, falava ao telefone: “Alô! Você está me ouvindo?”

A função conativa é muito apreciada pela publicidade e propaganda, onde o objetivo maior é persuadir e convencer o interlocutor a fazer alguma coisa (JAKOBSON, 1995). Em certo momento, a conversa mudou para as compras de Natal. A maioria citou as Lojas RENNER e seu apelativo slogam: COMPRE AGORA E PAGUE EM 60 DIAS!

Na função metalinguística, o código é o tema da mensagem que é usado para falar sobre ele mesmo (JAKOBSON, 1995). Encontramos esta função em textos verbais e não-verbais, como um filme que explica como produzir um documentário. Observei esta função na Adriana, que não parava de falar de si mesma: que horas acordava, como estudava, que livros estava lendo.

A função poética sempre busca modificar o uso convencional da escrita. O poema e a música são ótimos exemplos, mas a função também está presente nos slogans publicitários, ditados populares, entre outros. Uma coisa todos concordaram na Festa: Mário Quintana é o maior poeta brasileiro. Inesquecível o seu Poeminha do Contra: “Todos esses que aí estão. Atravancando meu caminho, Eles passarão...Eu passarinho!