As tramas do texto
Por: Edinha França • 7/11/2015 • Resenha • 721 Palavras (3 Páginas) • 1.239 Visualizações
Universidade Estadual do Paraná – Campus Paranaguá
Linguística III
Edna Cardoso de França
A autora Koch (2008), no capítulo 13 do texto as Tramas do Texto, declara que a concepção de texto está ligada de maneira direta ao conceito de língua e de sujeito.
Existem três noções básicas de texto, a primeira diz ser o texto um produto lógico do pensamento, a segunda, dirigi-se como um código, como um simples instrumento de comunicação e a terceira como um processo de interação. Primeiramente se dá a uma concepção de língua como representação do pensamento e do sujeito como senhor absoluto de suas ações e de seu dizer, o texto é visto, então, como uma representação metal. Desta maneira, cabe ao leitor apenas tomar essa representação, simultaneamente com os propósitos psicológicas do produtor. Nessa concepção o ouvinte/leitor, exerce a função essencialmente passiva. Após, o texto passa a ser visto com um produto de codificação. A língua é vista como um código por meio do qual um emissor envia uma mensagem a um receptor, a principal função nessa concepção é transmitir informações, cabendo ao leitor/ ouvinte, a posição de ser passivo. Na terceira concepção, há o texto, visto a partir da ideia de interação. Nesse conceito de interação, o sujeito é tido como ser ativo e construtor social, desse modo, o texto passa a ser visto como o próprio lugar interacional. Segundo Koch, é tomado como um evento onde o sujeito é o ator social.
O entendimento de um texto não se submete a apenas ter materiais de objetos linguísticos evidentes no corpo do texto, mas leva-se em consideração no processo da leitura, o despertamento de conhecimentos que estão guardados na memória do ouvinte/ leitor que colabora para a formação de sentidos.
No que diz respeito ao ensino de Língua Materna, segundo a autora, observa-se que não há mais um foco centrado apenas na gramática normativa, mudando seu foco para o texto. Priorizando as atividades de leitura e produção de textos, levando o aluno a refletir sobre o funcionamento da língua nas várias situações, sobre o uso dos recursos que a língua nos oferece. Porém, isso não significa que o professor não deva ensinar gramática, mas sim, acreditar que a analise dos itens da gramática deva manter-se no ensino, contudo, a mesma deve ser vista dentro de práticas concretas de linguagem. A inserção do texto em sala de aula deve ser visto não como desculpa para o ensino da gramática, cumpre-se ao professor fazer o aluno refletir sobre como se gera sentidos por meio da língua, ou seja, por intermédio de textos. A autora aponta que é de competência do educador aplicar nas suas práticas uma concepção interacional de língua, de sujeito e de texto. Adotando esta concepção, a compreensão deixa de ser vista como mero entendimento de uma representação mental ou como a decodificação de mensagem resultante de uma codificação de um emissor, passa a ser vista como uma atividade interativa, complexa na produção de sentidos, que se realizam com base nos objetos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização. A coerência presente no texto não se constrói apenas com a relação linguística e semântica, mas também de conhecimento cultura e social. Os recursos coesivos permitem a sinalizacção de dois grandes movimentos cognitivo-discursivo, que presidem a contrução da trama textual. A retroação e a progressão. A coerência textual contribui para a estruturação do texto, dando-lhe sentido
É de suma importância o papel que Linguistica Textual presta ao apoiar as professores de língua materna, quanto ao andamento de atividades referentes à análise lingüística, de modo que a principal intenção quando se fala em reflexões sobre a língua é aprimorar a compreensão e expressão dos estudantes, em situação de comunicação sejam elas escritas ou orais. A Linguistica Textual contribui no ensino de línguas, conduzindo o tratamento adequado com o texto em sala de aula. Percebe-se, ainda, conforme ressalta Koch, não só a possibilidade, mas uma relação inseparavel entre a Linguistica Textual, a produção de textos e ensino de línguas. É importante salientar que o professor carece está preparado para utilizar em sala os conceitos e as estratégias propagadas pela LT, e aplicá-las no ensino da produção textual, quer se fale em leitura, quer em escrita, conforme postula os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa.
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