BRASIL E MOÇAMBIQUE: COLONIZAÇÃO E IMPOSIÇÃO CULTURAL
Por: mesil • 24/1/2023 • Artigo • 8.990 Palavras (36 Páginas) • 115 Visualizações
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ISSN 1808-6136
BRASIL E MOÇAMBIQUE: COLONIZAÇÃO E IMPOSIÇÃO CULTURAL
DÉBORA FELIPE RAMOS¹, JEFFERSON DE MELO SILVA², LÍVIA SERPA DE CASTRO³, LÍDIA MARIA NAZARÉ ALVES4
1 Graduada em Direito pela FEAD - BH e graduanda em Letras – Português/Inglês, UEMG – Carangola, deboraframos2@gmail.com
² Graduando em Letras – Português/Inglês, UEMG – Carangola, jeffersonmesil2014@gmail.com
3 Graduanda em Letras – Português/Inglês, UEMG – Carangola, livinhaserpa@yahoo.com.br
4 Doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Especialista em Língua Portuguesa, Metodologia do Ensino Superior, Literatura em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Graduada em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola (FAFILE), Professora na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e na Faculdade de Ciências Gerenciais de Manhuaçu (FACIG). e-mail: lidianazare@hotmail.com.
RESUMO
O presente trabalho propõe um estudo de perspectiva qualitativa sobre as culturas brasileira e moçambicana antes do processo de colonização, cujos povos nativos já possuíam suas línguas e tradições e, também, sobre o processo de imposição dos padrões de ser e de viver europeus. Este trabalho aborda algumas considerações sobre os aspectos culturais dos nativos e sua relação com seus colonizadores, bem como a imposição de uma língua e de uma escrita sobre tais povos que não tinham nenhuma forma de representação gráfica, cujos meios de comunicação eram orais e, assim, considerados povos ágrafos. O objetivo é evidenciar as culturas dos primeiros habitantes e o processo de imposição cultural sobre tais povos, considerando a influência das tradições indígenas, portuguesa e africana para a formação da identidade cultural do Brasil e de Moçambique. Para autenticar este trabalho, serão feitas pesquisas de cunho bibliográfico, a fim de fundamentar e justificar esta pesquisa.
Palavras-chave: Brasil; Colonização; Imposição Cultural; Moçambique.
BRAZIL AND MOZAMBIQUE: COLONIZATION AND CULTURAL IMPOSITION
ABSTRACT
The present work proposes a qualitative study of Brazilian and Mozambican cultures before the colonization process, whose native peoples already had their languages and traditions and also the process of imposing the standards of being and living in Europe. This work addresses some considerations about the cultural aspects of the natives and their relationship with their settlers, as well as the imposition of a language and a writing on such peoples that had no form of graphic representation, whose means of
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Recebido em 30/10/2018 e aprovado para publicação em 22/01/2018
communication were oral and, thus, considered as staggered peoples. The objective is to highlight the cultures of the first inhabitants and the process of cultural imposition on these peoples, considering the influence of the indigenous, Portuguese and African traditions for the formation of the cultural identity of Brazil and Mozambique. To authenticate this work, bibliographic research will be done, in order to substantiate and justify this research.
Keywords: Brazil; Colonization; Cultural Imposition; Mozambique.
INTRODUÇÃO
Antes do processo de colonização, as terras brasileiras e moçambicanas já possuíam seus habitantes (indígenas e africanos) com suas próprias culturas, suas línguas e estilo de vida. No entanto, os portugueses desembarcaram na costa atlântica rendendo todos os nativos a fim de dominar suas terras em busca de riquezas e tudo que possuísse algum valor, além de impor seus padrões de ser e de viver sobre os nativos brasileiros.
Em Moçambique, aconteceu da mesma forma, porém, os africanos foram escravizados, alguns trazidos para o Brasil para trabalharem nas lavouras de café, cana- de-açúcar e nos engenhos das grandes fazendas. Os nativos brasileiros resistiram ao máximo que puderam, mesmo sendo massacrados, vituperados e marginalizados, tornando-se a principal mercadoria dos portugueses. Já os moçambicanos, ao mesmo tempo que queriam sua cultura e tradições respeitadas, queriam também compreender e aceitar a dos portugueses.
Vale ressaltar que os primeiros habitantes, tanto os brasileiros quanto os moçambicanos, eram considerados ágrafos, pois não tinham uma escrita que os representasse; porém, aprenderam a dominar e praticar a escrita e a língua dos portugueses, assim, puderam se comunicar entre si e, também, com os colonizadores. A assimilação da fala e da ecscrita dos primeiros habitantes, bem como o processo de imposição cultural por parte da matriz portuguesa, deram início à formação da identidade cultural brasileira e moçambicana, atrelada ao resultado da imposição europeia.
Diante disso, o presente trabalho propõe um estudo qualitativo sobre os dados bibliográficos, no tocante a cultura dos primeiros habitantes, bem como a imposição cultural da matriz europeia sobre esses povos a fim de fundamentar e justificar esta pesquisa.
METODOLOGIA
Estudo qualitativo sobre o processo de assimilação da fala e escrita dos nativos brasileiro e moçambicano, considerando o processo de imposição dos padrões de ser e de viver europeus sobre tais nativos, os quais eram considerados povos ágrafos apenas por não terem uma escrita que os representasse. Para isso, serão aplicadas técnicas de coletas de dados e informações bibliográficas para fundamentar o estudo realizado e justificar esta pesquisa.
A CULTURA BRASILEIRA E MOÇAMBICANA DOS PRIMEIROS HABITANTES
Há muito tempo atrás, antes do Brasil receber esse nome, ser colonizado e nele ser constituída uma nação, já era ocupado por vários povos que viviam de variadas formas em seu território:
Nos últimos séculos, porém, índios de fala tupi, bons guerreiros, se instalaram, dominadores, na imensidade da área, tanto à beira-mar, ao longo de toda a costa atlântica e pelo Amazonas acima, como subindo pelos rios principais, como o Paraguai, o Guaporé, o Tapajós, até suas nascentes. [...] a costa atlântica, ao longo dos milênios, foi percorrida e ocupada por inumeráveis povos indígenas. Disputando os melhores nichos ecológicos, eles se alojavam, desalojavam e realojavam, incessantemente (RIBEIRO, 1995, p. 29).
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