Cinco Minutos - Análise
Por: Elizeu1996 • 24/4/2017 • Resenha • 325 Palavras (2 Páginas) • 2.706 Visualizações
Análise Literária de Cinco Minutos, de José de Alencar
A obra se trata do primeiro romance escrito por José de Alencar. É um conto que o próprio narrador caracteriza não como um romance, mas como uma “história curiosa”.
Alencar é bastante fiel aos padrões da literatura romântica de sua época. O texto narrativo caracteriza-se como monofônico. O autor causa um despertar de interesse em torno de dois personagens, enquanto se desenvolve toda história. Há um sentimentalismo que enfrenta a distância, enfrenta o mistério, e ainda a fatalidade de uma doença. Por fim, a idealização da felicidade conquistada e da vivência num recanto longe da vida urbana.
Ao descrever os ambientes por onde tramita, o narrador-personagem ressalta sempre a inserção do lugar onde se encontra como fator preposicionado para a compreensão dos seus sentimentos e anseios. Há sempre a interferência do meio no desenrolar do drama de encontros. O romance obedece à ordem cronológica. Não há uma perda de rigor quanto à sequência coerente com o espaço.
Durante a construção da narrativa, nota-se a característica de uma personagem redonda em Carlota. A mesma aparece durante toda a história, trazendo um envolvimento meticular do leitor. No começo, pouco se sabe sobre Carlota, mais adiante se percebe mais e assim, sucessivamente, encerrando o drama com um final miraculoso e não premeditado e cabível de detectar linhas gerais de seu caráter.
Como já foi dito acima, se lida em Cinco Minutos com um narrador-personagem. Alencar dimensiona seu personagem central de forma que o seu interior e sua expressão são bastante visíveis.
Quanto a recursos linguísticos utilizados no texto, há pouca variação. É comum se deparar com comparações, como “esse suave perfume que a cercava como uma auréola”.
Como leitor, é grande o envolvimento durante todo o livro. O mistério apreende a atenção daqueles aos quais o gosto privilegia. Enquanto há dúvidas e possibilidades, mantém-se a inquietação. O título marca a grande ironia do destino onde o atraso devolve períodos de busca apaixonante e tempos de felicidade.
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