Como Estrelas na Terra - Relatório

Como Estrelas na Terra

Direção e Produção: Aamir Kahn

Roteiro: Amole Gupte

Elenco: Aamir Kahn, Darsheel Safary, Tisca Chopra, Vipin Sharma, Sachet Engineer.

País: Índia

Ano: 2007

Ouvindo as notas de sua turma, vislumbrando os olhares decepcionados de suas professoras, Ishaan tem notas sempre abaixo do esperado e muito inferior às de outros alunos. De fundo as variadas letras entrelaçadas formam inúmeras imagens e palavras indecifráveis. O neon vermelho insinuando “FALHA” já remete ao espectador a sensação inicial do fracasso em relação à leitura.

Ishaan é uma criança de nove anos que não tem amigos, faz traquinagens e tem péssimo desempenho escolar. Seu mau desempenho provém de sua incapacidade de leitura que é consequente de sua dislexia. Sua família desconhece a dislexia, por este motivo, seu pai, Nandkishore, é sempre rigoroso na questão de educar o menino, pois acha que o problema de Ishaan é a desatenção e a preguiça. Seu irmão mais velho Yohaan é sempre o destaque de sua classe, reforçando mais a ideia de Nandkishore que Ishaan é preguiçoso. Entretanto, o garoto tem um talento sensacional para desenhar.

Sua mãe Maya também desconhece a deficiência, porém, tenta educar o menino de sua forma. A ideia de sua família consiste em adaptá-lo ao mundo dos vencedores, para que o menino obtenha êxito profissional e molde sua família para o âmbito social.

Na escola, uma professora pede para que Ishaan leia um texto. Com muita dificuldade, ele abre o livro, não podendo identificar nem a página, o capítulo e o parágrafo. Um amigo o ajuda pôr na página. Insinuando que as letras dançam, sob a risada dos outros alunos, Ishaan é posto em castigo pela professora depois de se mal comportar porque não conseguiu ler.

O garoto volta à classe e é alertado por um de seus colegas que seus pais devem assinar suas provas. Então, foge da escola e enxerga o mundo de sua forma, com cenas incrementadas por uma música infantil com ritmo típico indiano.

Mais tarde, antes de dormir, Ishaan conta a Yohaan que havia matado aula e explica que não fizera as lições de matemática e nem sequer tivera pedido para que seus pais assinassem suas provas. Então, pede a Ishaan que assine suas provas, e que depois de insinuar e hesitar contar à mãe faz o pequeno favor ao irmão.

Depois de entregar o caderno com a falsa assinatura de sua mãe, Ishaan se prepara para fazer uma prova de matemática. Quando mira a prova, sua imaginação paira e uma pequena animação é explorada no filme. É a imaginação de Ishaan contemplando uma nave espacial e dominando um planeta do sistema solar. Com isto, ele tenta chegar à resolução da multiplicação de três vezes nove. No fim do tempo da prova, com uma enorme dificuldade de escrita, ele pôs o resultado que lhe foi encontrado na imaginação: três.

Seus pais descobrem que Ishaan acabara matando aula e andara pelas ruas sozinho sob a desculpa de que estava febril.

Na presença de Ishaan, seus pais conversam com suas duas professoras e sua diretora na escola. As professoras explicam que não houve nenhum progresso na educação de Ishaan; que sua leitura vai de mal a pior; e que faz isso propositalmente. A diretora entende que “algumas crianças têm menos sorte”, por isso sugere aos pais de Ishaan que o punham em uma escola especial.

Seus pais quedam-se nervosos, Nandkishore fica ofendido, pois acha que a diretora quis dizer que Ishaan fosse retardado e anormal; Maya reflete sobre o que e no que pudera ter errado. Em casa, o pai o repreende e diz que vai mandá-lo a um internato que seu primo fundara. O menino implora para que não o mandem, mas no ápice de sua severidade, seu pai não muda de opinião.

Já na nova escola, a falta de sua família e o aborrecimento pesam na consciência do menino. Na primeira aula com sua nova turma, desatento, Ishaan aprecia um pássaro alimentando seus filhotes. Com isso, o professor ordena que os garotos peguem seus lápis e cadernos. Ishaan continua desatento às ordens do professor. Então, o professor nota a desatenção de Ishaan e fita desapontado o menino. Faz um ponto na lousa com um giz e atira o giz contra o menino e então sugere ao menino que diga em qual parte da lousa está o minúsculo ponto. O professor o zomba. O menino afirma que não consegue ver. O professor, então, chama outro aluno que mostra à sala onde estava o ponto e pede para que Ishaan vá até ele e repreende o menino batendo cinco vezes uma palmatória em sua mão. A cena sugere que, por um motivo banal de desatenção, a severa punição do professor causa repreensão aos outros alunos e demonstra a crueldade de certos educadores na aplicação de castigos.

A cena seguinte incita a incapacitação da aprendizagem do menino. Uma canção de temática oposta às propostas escolares contempla a expressão enraivecida de Ishaan que demonstra não conseguir aprender, seus colegas e professores zombando-o por sua dificuldade e, por este motivo, sua irritação. Na visita de seus pais, Ishaan fica alarmado por sua irritação com os mesmos e acaba correndo adentro da quadra escolar. No dia seguinte, seus pais vão embora, e ele não havia conseguido amigar-se deles. Na manhã seguinte, Ishaan sobe num ponto alto da escola e observa o mundo afora. Um de seus colegas, Rajan, que usa muletas, - e pela dificuldade de andar, acaba caindo – avisa-o que um de seus professores saíra da escola e que entraria um professor substituto. Ishaan não se anima e, mesmo assim, volta à classe.

Um som de flauta provindo da porta desperta os alunos da classe. Os curiosos espiam para saber quem é o flautista. O novo professor entra vestido de palhaço, dançando, esbanjando alegria e sorrisos pela turma. Quando ele canta uma canção, todos dançam. Com exceção de Ishaan, que emudecido e desatencioso, seguira intacto em sua carteira.

O novo professor Nikumbh pede para que os alunos pintem o que lhes der vontade. Ele nota que todos seguem pintando, exceto Ishaan. O professor tenta conversar com Ishaan que o ignora por um instante. Ishaan segue triste e emudecido durante alguns dias e quando sua mãe o faz uma ligação, ele não responde.