Dificuldade No Aprendizado E O Papel Do Alfabetizador
Casos: Dificuldade No Aprendizado E O Papel Do Alfabetizador. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Adrianamarins • 20/3/2014 • 5.415 Palavras (22 Páginas) • 694 Visualizações
INTRODUÇÃO
É na alfabetização e no aprendizado da língua escrita que vem se concentrando os problemas localizados não apenas na escolarização inicial, como também em fracassos no percurso do aluno durante toda sua jornada escolar.
A escola assume a responsabilidade de iniciar a criança no processo de alfabetização e de, paulatinamente, aperfeiçoar sua leitura, de modo a garantir-lhe o domínio de uma prática cuja finalidade não se esgota em si mesma. Assim, embora o processo de alfabetização de dirija a apropriação das operações de um código – a língua escrita, com seus mecanismos de leitura e escritura, complementares entre si -, a preparação do leitor efetivo passa pela adoção de um comportamento em que a leitura deixe de ser atividade ocasional para integrar-se à vida do sujeito como necessidade imperiosa, de que decorrem prazer e conhecimento. Consequentemente, cabe a escola mais do que alfabetizar e possibilitar a seus alunos o domínio de um código e, através desse, a convivência com a tradição literária: dela se espera a formação do leitor.
A leitura e a troca de experiências de leitura e de vida já não fazem parte dos encontros familiares. O encantamento oriundo de fábulas e de lendas, de narrativas fantásticas ou realistas, das histórias de vida, marcadas por fracassos e sofrimentos ou por sucessos e alegrias, bem como o ludismo dos jogos poéticos não mais agregam a família em torno de um círculo solidário e cedem lugar aos programas televisivos ou aos jogos eletrônicos, comprovando a afirmação de procedimentos que estimulam o individualismo e empobrecem o sujeito em sua capacidade de diálogo.
Em relação ao segmento escolar mais comprometido com a alfabetização – compreendido pelos três primeiros anos de escolaridade – a avaliação assume uma dimensão formadora fundamental. Ele representa importante fonte de informação para formulação de práticas pedagógicas, uma vez que os registros feitos ao longo do processo ajudam a compreender e descrever os desempenhos e as aprendizagens dos alunos, com ênfase em progressões e nas demandas de intervenção.
Saber ler e escrever são, na verdade, mais do que dominar um instrumento, pois o usuário integra-se na prática social: o aluno traz para a escola o seu cotidiano e o conhecimento adquirido volta para o cotidiano. Isto requer uma metodologia que se concentre na linguagem escrita como forma de inserção na vida do aluno e deste na realidade letrada.
2. NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
O conceito de “necessidades educativas especiais” começou a ser empregado nos anos 60, mas inicialmente não foi capaz de modificar os esquemas vigentes na educação especial. A escolha do termo empregado reflete o fato de que os alunos com dificuldades significativas de aprendizagem podem apresentar necessidades educativas de gravidades distintas em diferentes momentos. Existe, como conseqüência, um conjunto de alunos que manifestam necessidades educativas especiais em algum momento ao longo de sua escolarização.
Uma segunda característica do conceito de necessidades educativas especiais é seu caráter relativo e contextual. A avaliação dos problemas dos alunos não deve centrar-se unicamente neles mesmos, mas levar em conta o funcionamento da escola, os recursos disponíveis, a flexibilidade do ensino, a metodologia empregada e os critérios de avaliação utilizados. Os problemas de aprendizagem dos alunos são determinados, em grande medida, por seu ambiente familiar e social e pelas características da própria escola.
O tipo de ensino que se desenvolve em uma escola pode originar ou intensificar as dificuldades dos alunos. Quanto maios for a rigidez nos objetivos educativos, maior a homogeneidade nos conteúdos que os alunos devem aprender e menor a flexibilidade organizacional, havendo mais possibilidades de que um maior número de alunos se sinta desvinculado dos processos de aprendizagem e manifestem, por isso, mais dificuldades.
A terceira característica refere-se aos problemas de aprendizagem. Um aluno com necessidades educativas especiais apresenta algum problema de aprendizagem ao longo de sua escolarização, que requer uma resposta educativa mais específica. Ao falar de dificuldades de aprendizagem escolar e evitar a linguagem da deficiência, a ênfase situa-se na escola, no tipo de resposta educativa. Essa formulação não nega que determinados alunos têm problemas específicos em seu desenvolvimento. Uma criança cega, surda ou com paralisia cerebral apresenta inicialmente dificuldades que seus colegas não têm. O foco, contudo, está na capacidade da escola para adaptar a prática educativa às necessidades desses alunos e oferecer, assim, uma resposta satisfatória.
Finalmente, o conceito de necessidades educativas especiais remete a provisão de recursos educativos necessários para atender tais necessidades e reduzir as dificuldades de aprendizagem que esses alunos possam apresentar. Os recursos educativos podem ser muito variados, e seu referente imediato é o maior número de professores especializados ou profissionais específicos que devem cooperar para que estes alunos possam ter acesso ao currículo. Os recursos, entretanto, podem ser de tipos muito diversos: materiais curriculares, supressão de barreiras arquitetônicas, adaptação de edifícios, sistemas de comunicação alternativos ou qualquer meio educativo de caráter suplementar.
3. AVALIAÇÃO DO ALUNO
Os aspectos a avaliar dependem logicamente dos problemas que o aluno apresenta. Quando se trata de dificuldades leves da fala, a avaliação se centrará nos aspectos fonéticos e fonológicos, e não será preciso realizar uma análise detalhada das intenções comunicativas ou dos aspectos semânticos da linguagem. Ao contrário, quando se trata de avaliar uma criança cuja linguagem é muito limitada com relação à sua idade cronológica, a avaliação deverá ser mais global e estar atenta aos diferentes códigos.
Quando se trata de avaliar o uso da linguagem em situações de comunicação, deve-se necessariamente fazer referência a um processo de interação entre dois ou mais interlocutores em uma determinada situação. Uma avaliação centrada exclusivamente no aluno não dará conta das condições e das pessoas que favorecem ou dificultam o desenvolvimento. Por isso, sempre que possível, convém avaliar também algumas características do contexto, em particular as características dos interlocutores.
Nota-se, sem dúvida, que as escolas e educadores que apresentarem
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