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Dom Casmurro Machado de Assis Contexto Sociológico: Família e Finanças.

Por:   •  3/11/2015  •  Artigo  •  1.886 Palavras (8 Páginas)  •  683 Visualizações

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Língua Portuguesa

Dom Casmurro- Machado de Assis

Contexto Sociológico: Família e Finanças.

Amanda Rodrigues Nogueira 1120174,

Aryelly Paula Bedine 1120107,

Nathalia Felipe Delgado 1120212,

Yasmine Fialho Linhares, 1120085.

Prof. Robson Hasmann.

3º ano Técnico em Eletrônica Integrado.

São João da Boa Vista, Novembro de 2013

Introdução

Dom Casmurro é uma das obras de Machado de Assis que foi publicado em

1899, época do Realismo. O movimento Realista teve inicio aqui no Brasil, com o livro

Memórias Póstumas de Brás Cubas, também de Machado de Assis. O realismo tratava

de temas sociais que eram fieis a realidade e foi criado com a intenção de se opor ao

romantismo.

Por ser um livro do período realista, Dom Casmurro foi analisado,

principalmente, pelo aspecto da traição. As analises se tornaram quase que puramente

psicológicas, tendo em vista que o personagem principal conclui que foi traído devido a

um ciúme extremo que já demostrava na adolescência.

No entanto, a obra traz outros aspectos importantes que merecem ser analisados.

As relações da família patriarcal do século XIX, a ascensão da burguesia e os interesses

financeiros são temas muito presentes em toda a obra. O trecho a seguir, retirado do

documento Paginas Recolhidas de Machado de Assis, revela que o próprio autor tinha

essa visão de que seus livros serviriam de base para estudar o passado.

“Mas deixai pingar os anos na cuba de um século. Cheio o século, passa o livro a

documento histórico, psicológico, anedótico. Hão de lê-lo a frio; estudar-se-á nele a

vida íntima do nosso tempo a maneira de amar, a de compor os ministérios e deitá- os

abaixo, se as mulheres eram mais animosas que dissimuladas, como é que se faziam

eleições e galanteios, se eram usados xales ou capas, que veículos tínhamos, se os

relógios eram trazidos à direita ou à esquerda, e multidão de cousas interessantes para

a nossa história pública e íntima.” (Páginas Recolhidas, Machado de Assis).

Portanto este trabalho analisará os aspectos sociológicos do livro. Falará

especialmente sobre família e finanças. Mostrando principalmente que a obra de

Machado de Assis traz muito mais conteúdo do que simplesmente um caso de suspeita

de traição.

Família e Finanças na Obra Dom Casmurro.

Uma das relações mais importantes entre as famílias é o casamento. Na verdade,

durante muitos séculos foi ele quem marcou o inicio de uma nova família. Entretanto,

com o passar dos anos suas características se transformaram. Com a ascensão da

burguesia no Brasil alguns casamentos deixaram de ser arranjados pelos pais. Os

rapazes poderiam escolher suas esposas dependendo apenas da aprovação deles. Mesmo

com essas mudanças muitas uniões ainda eram motivadas pelo interesse econômico das

famílias.

Os casamentos presentes na obra são muito comparados no texto a uma aposta

em um bilhete de loteria. O narrador diz que um casamento feliz, apesar de ter sido

arranjado, é como se fosse um bilhete premiado, ou seja, quase impossível de acontecer,

mas como na caixa de pandora, sempre há de sobrar uma esperança no fundo. Mesmo

sendo difícil, foi o que aconteceu com os pais de Bentinho. O trecho a seguir em que

Bentinho esta observando um retrato de seus pais demonstra isso: “O que se lê na cara

de ambos é que, se a felicidade conjugal pode ser comparada à sorte grande, eles a

tiraram no bilhete comprado de sociedade”. (ASSIS, 2008 p. 21) 1

.

Bento Santiago morava em Matacavalos com a sua mãe Dona Glória e seu Tio

Cosme e a Prima Justina, os três eram viúvos. Vivia com a família também o agregado,

José Dias, que entrou nela a partir de uma relação de interesse, por parte do pai falecido

do Bentinho. Ele havia se fingido de médico e curado dois escravos da fazenda do

Senhor Santiago. Então foi convidado a morar lá e após alguns dias aceitou a oferta

porque também lhe pareceu uma oportunidade vantajosa. A relação era interessante para

ambas as partes já que ter um médico em casa e não perder mais escravos traria lucros

muito altos.

Após um tempo começou a realmente fazer parte do grupo familiar, tanto que ao

revelar seu segredo não foi despedido porque “... tinha o dom de se fazer necessário;

dava-se por falta dele, como de pessoa da família.” (p. 15) Mesmo após a morte de

Santiago ele continuou na família a pedido de Dona Glória. E com o tempo adquiriu

certa autoridade na família.

...

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