Estocolmo
Seminário: Estocolmo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: zito1979 • 7/10/2013 • Seminário • 792 Palavras (4 Páginas) • 298 Visualizações
fraude, pois tenta esconder a contradição entre a finitude dos recursos natu�Trajetória da sustentabilidade:
Introdução
noção de sustentabilidade tem duas origens. A primeira, na biologia,
A
por meio da ecologia. Refere-se à capacidade de recuperação e reprodu-
ção dos ecossistemas (resiliência) em face de agressões antrópicas (uso
abusivo dos recursos naturais, desflorestamento, fogo etc.) ou naturais (terre-
moto, tsunami, fogo etc.). A segunda, na economia, como adjetivo do desen-
volvimento, em face da percepção crescente ao longo do século XX de que o
padrão de produção e consumo em expansão no mundo, sobretudo no último
quarto desse século, não tem possibilidade de perdurar. Ergue-se, assim, a noção
de sustentabilidade sobre a percepção da finitude dos recursos naturais e sua
gradativa e perigosa depleção.
Nos embates ocorridos nas reuniões de Estocolmo (1972) e Rio (1992),
nasce a noção de que o desenvolvimento tem, além de um cerceamento ambien-
tal, uma dimensão social. Nessa, está contida a ideia de que a pobreza é provo-
cadora de agressões ambientais e, por isso, a sustentabilidade deve contemplar a
equidade social e a qualidade de vida dessa geração e das próximas. A solidarie-
dade com as próximas gerações introduz, de forma transversal, a dimensão ética.
O relatório Brundtland (1987) abriu um imenso debate na academia sobre
o significado de desenvolvimento sustentável. Pearce et al. (1989) mostravam
uma quantidade razoável de definições. Hoje, há um verdadeiro mar de literatu-
ra que aborda o tema das maneiras mais diversas (Wackermann, 2008).
Defendemos em outro texto (Nascimento & Costa, 2010), presente tam-
bém em Nobre & Amazonas (2002), que o Desenvolvimento Sustentável (DS) se
tornou um campo de disputa, no sentido utilizado por Bourdieu, com múltiplos
discursos que ora se opõem, ora se complementam. O domínio da polissemia é a
expressão maior desse campo de forças, que passa a condicionar posições e medidas
de governos, empresários, políticos, movimentos sociais e organismos multilaterais.
Na academia, o debate e as interpretações não poderiam deixar de se fa-
zer presentes. Como exemplo, Redclift (1987) considera o Desenvolvimento
Sustentável (DS) uma ideia poderosa, enquanto Richardson (1997) chama-o de
estudos avançados 26 (74), 2012 51
rais e o caráter desenvolvimentista da sociedade industrial. Já O’Riordan (1993),
apoiado por Dryzeh (1997), é de opinião que o DS traz em si a ambiguidade de
conceitos, como os de justiça e democracia, e que não por isso eles deixam de ser
relevantes. Por sua vez, Baudin (2009) vai concebê-lo como uma nova ideologia.
No Brasil, Machado (2005) defende que o DS é um discurso, conforme
a proposição de Foucault; enquanto Nobre & Amazonas (2002) afirmam que
é um conceito político-normativo, noção que já estava presente no Relatório
Brundtland. Veiga (2010), no entanto, fará uma defesa interessante – de que se
trata antes de tudo de um novo valor. Na sua assimilação pela sociedade, encon-
tra-se a possibilidade da adoção de medidas que venham efetivamente a mudar
o rumo do desenvolvimento, levando-o da jaula do crescimento econômico ma-
terial para a liberdade do desenvolvimento humano, enquanto ampliação
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