Fax do Nirso - Questões de Reflexão
Por: Michelle Villaça • 14/5/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.385 Palavras (6 Páginas) • 539 Visualizações
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TURMA: LETRAS
Atividade de Prática de Ensino
Texto 3.2 – Fax do Nirso
Questões para reflexão:
- Digamos que a educação escolar, não que esteja perdendo espaço, porém não é considerada essencial no mercado de trabalho, já que o nosso sistema capitalista está extremamente voltado para o marketing, em que a maior preocupação é vender cada vez mais, obter o maior lucro possível. Sendo assim, o ensino básico fica em segundo plano, pois o mercado tem “outras prioridades”.
- A educação formal media os conhecimentos necessários para exercer uma função num determinado posto de trabalho. Tal processo seletivo se tornou uma tendência no campo industrial, tornando o modelo de capacitação antigo obsoleto, este que consistia em capacitar o funcionário ao longo de sua carreira, fazendo-o adquirir os conhecimentos necessários de uma ou mais funções.
A instantaneidade com que se adquire informações torna a disputa acirrada, partindo do pressuposto de que todos candidatos a uma vaga devam ter os conhecimentos práticos e teóricos necessários, tornando o mercado de trabalho mais competitivo.
- A educação formal, nos dias atuais, não tem recebido devida importância, pelo fato de, talvez, o método de ensino imposto pelas escolas estar “ultrapassado”, fazendo com que o aluno não consiga atribuir significado ao que está aprendendo. Os tempos são outros, a rápida evolução dos meios de comunicação de massa e a tecnologia fazem com que as pessoas, principalmente os jovens alunos, tenham mais interesse em estar por dentro deste universo de entretenimento do que, de fato, dentro de uma sala de aula, armazenando conteúdos que, para eles, não têm sentido. Assim, o ensino, ao invés de exercer seu papel, que é construir e posicionar cidadãos de opinião e conhecimento, torna-se um ato maçante, uma obrigação social para estes jovens.
Para melhorar este aspecto, os professores, juntamente com as escolas, devem procurar meios alternativos de repassar o conhecimento. Isso funciona, geralmente, quando é indicado um filme relacionado ao conteúdo da matéria, por exemplo, faz com que o aluno o absorva com mais facilidade, além de fazê-lo se interessar mais pelo assunto. Proporcionar atividades por meio do computador, celular, etc., é uma boa opção, já que os jovens estão extremamente ligados à tecnologia; seria importante fazer desta uma aliada, e não uma ameaça.
A educação no Brasil sob a ótica das necessidades e possibilidades
Nos últimos anos, o debate público brasileiro está submetido à comparação do "Brasil do passado" versus o "Brasil do presente". Olhando pelo retrovisor, o país de fato caminhou a passos largos. Há 60 anos, o que é muito pouco em termos históricos, o Brasil era um país eminentemente agrícola, com baixíssimos índices de acesso à educação e à cultura.
Chegando mais perto, por volta da década de 1980, os períodos de super e hiperinflação, somados às crises de empregabilidade, prejudicaram e sobretaxaram os mais pobres, intensificando ainda mais as gritantes desigualdades socioeconômicas e civis brasileiras. Diante do passado próximo, não há dúvida de que o Brasil mudou... e mudou para melhor.
Por característica de formação (em Ciência Política), ainda que reconheça o mérito dos governos como atores políticos determinantes, considero que o motor dos avanços nacionais é o aparato institucional estabelecido e desencadeado pela Constituição Federal de 1988, fruto de um dos mais interessantes capítulos de negociação da história brasileira. Mais que qualquer outro fator, foram o processo político de construção da Carta Magna e seu próprio conteúdo os elementos determinantes para demarcação das regras e objetivos do jogo democrático no Brasil, dando a régua e o compasso a todos os agentes públicos (sociedade civil, partidos, Estado).
No entanto, o país convive com uma contradição fundamental: o flagrante descumprimento dos ditames constitucionais. Restringindo a análise às políticas educacionais, o Brasil ainda não foi capaz de consagrar qualquer um dos princípios sob os quais deve ser universalizado o direito à educação. Para citar apenas alguns, não garantimos a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, a valorização dos profissionais da educação ainda é uma quimera distante e a gestão democrática parece ser algo irrealizável. Consequentemente, estamos muito distantes de consagrar um padrão (mínimo) de qualidade educacional.
Embora a alfabetização, que por determinação constitucional, devesse ter sido universalizada em 1998, ainda hoje, mais de dez anos depois, não foi garantido o direito elementar à educação a cerca de 14 milhões de brasileiros analfabetos. Igualmente grave quanto é o fato de que os estudantes brasileiros aprendem pouco, sejam eles alunos de escolas públicas ou privadas.
E, se mesmo na educação, o olhar pelo retrovisor também nos anima diante de um passado extremamente desolador, o olhar sincero e cuidadoso para a situação presente de nossas escolas públicas é gravemente desanimador.
Diante desse dilema, o debate educacional brasileiro não pode se restringir à comparação do "Brasil do passado" com o "Brasil do presente". Esse exercício comparativo não é capaz de fazer avançar a consagração de um direito humano há anos desrespeitado no país. Com efeito, ele não é suficiente para engendrar um futuro melhor.
Diferentemente, é preciso analisar quais são nossas necessidades em termos de direitos educacionais e quais são nossas possibilidades (orçamentárias, institucionais, políticas). Apenas sob esse prisma é que se pode buscar meios de melhorar o ritmo (lento!) de melhoria dos indicadores educacionais brasileiros, ainda tão vergonhosos.
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