Fichamento Texto: Estrutura da Língua Portuguesa
Por: Joice Ferrari • 31/3/2017 • Trabalho acadêmico • 1.569 Palavras (7 Páginas) • 1.518 Visualizações
Aluna: Joice Ferrari de Oliveira. 2º ano, 2º semestre. Letras noturno.
Matéria: Linguística II.
Fichamento texto: Estrutura da língua portuguesa. Joaquim Mattoso Camara jr. Capítulos X, XI, XII e XIII.
Capitulo X- O mecanismo da flexão portuguesa.
Inicia-se com a comparação entre derivação e flexão, como na derivação novas palavras se formam sem muita regularidade ou coerência, mas na flexão é obrigatório haver uma coerência, uma concordância nas palavras que serão mudadas, concordância essa de gênero e numero ou sujeito e verbo e ainda modo e tempo no caso dos verbos.
Na flexão de grau, por meio de um morfema gramatical que irá adicionar á um adjetivo, faltam às características de flexão em si, pois, não é obrigatório, mas sim uma opção de estilo de um falante. Não é um sistema coerente que ocorre para todos os adjetivos.
Oque ocorre é uma derivação, mas que no português foi considerado flexão por um aspecto da gramatica latina que foi herdado para a nossa gramatica.
Os sufixos flexionais não estão em grande quantidade no português, só estão presentes entre nomes e verbos, nomes se flexionando em numero (singular e plural) e em gênero (masculino e feminino), os numero possuem o sufixo flexional –s para marcar plural, e gênero o –a para marcar feminino, a ausência desses em uma oposição indicam singular e masculino respectivamente, chamados morfemas zero.
Os pronomes por muitas vezes podem ser vistos com essas flexões, mas eles se distinguem por três noções.
1ª é a noção de pessoa gramatical, no âmbito do falante 1ª pessoa, do ouvinte 2ª pessoa ou de fora 3ª pessoa, marcando o numero sem um morfema flexional especifico. Essa noção se adequa para pronomes pessoais, possessivo e demonstrativo, que se realiza por meio de vocábulos distintos, não por flexão.
2ª é a noção de gênero neutro, com função substantiva, que também tem vocábulos diversos e não flexionados.
3ª é a noção de casos, tendo pronomes que se aglutinam ao verbo ou complementam ele em uma frase.
Todas essas noções se expressão lexicalmente por meio de vocábulos, e não flexão, já que não usam de morfemas específicos e regras restritas.
Considerando agora os verbos, figuram-se dois noções que se completam para flexionar um verbo, a primeira a de tempo para indicar o momento da comunicação e com ele se acumula o modo do verbo, e segunda noção a de pessoa indicando a colocação pessoal no sujeito onde se acumula também o numero sendo singular ou plural.
A distinção entre tema e radical também é citada neste capitulo, e é básica, sendo que o tema é o radical (ou raiz) ampliado por uma vogal temática em –a para a 1ª conjugação, -e para a 2ªconjugação e –i para a 3ª conjugação. Isso pode se aplicar á nomes também, com temas –a, -o ou /u/, e –e ou /i/, oque facilita para não confundir a marca de gênero –a de feminino com –a de vogal temática. A ausência dessas vogais é chamada de atemática.
Capitulo XI- O nome e suas flexões.
Substantivos e adjetivos, podem muitas vezes trocar de funções dentro de uma única frase, tendo suas diferenças é claro, como os adjetivos que possuem mais terminações em vogais temáticas -o e –e, os que possuem terminação em –e não flexionam em feminino, já os substantivos de mesmo caso flexionam em feminino.
Nas gramaticas tradicionais do português, a flexão de gênero é colocada de modo incoerente e errôneo, pois, associam-na com classificação de sexo. Mas o gênero abrange todos os nomes que se referem a animais e coisas, ate mesmo nesses á desacordo entre gêneros e sexos, sendo que um substantivo feminino pode ser aplicado em um sujeito masculino e vice-versa.
“o gênero é uma distribuição em classes mórficas, para nomes, da mesma sorte que são as conjugações para os verbos.” (pag. 88).
O feminino e o masculino servem de oposição para a distinção de qualidades semânticas. O masculino sendo uma forma geral e o feminino especializado.
Outro erro comum das gramaticas é o de misturar flexão de gênero com processos lexicais ou sintáticos para indicar gênero. Confunde-se a semântica de um substantivo e sua diferença de gênero. Confundindo ate flexão com derivação.
Citam-se os alomorfes e suas possibilidades de ocorrência.
- A distinção de gênero por alternância vocálica de entonação na acentuação.
- Troca de Leão por Leoa, perdendo o travamento nasal.
- Valentão por Valentona, transferência de travamento nasal vocálico antes de acrescentar o feminino.
- Órfão Órfã, supressão da vogal temática no feminino.
- Europeu por Europeia, supressão da vogal temática no tema faz ditongação, com alternância tônica de timbre fechado para aberto.
- Grosso por Grossa, marca entonação apenas fonologicamente, não graficamente, alternância análoga.
O artigo, como pronome adjetivo, tem a função de marcar o gênero dos nomes substantivos.
Diferente das gramaticas tradicionais, podemos aqui, estabelecer algumas regras mais coerentes sobre gênero, sendo que há nomes substantivos de gênero únicos, nomes de dois gêneros em um só nome, nomes de dois gêneros com flexões diferentes para cada gênero.
Partindo disso para a flexão nominal de numero, podemos dizer que é a oposição entre um individuo e ou mais de um. (descartando o coletivo que sua forma singular envolve um plural.)
Ocorre também quando uma forma plural não tem singular, e no uso do plural como marca de amplitude.
Um outro modo que se usa o plural é o de conotar exaltação ou desprezo, mais usado na literatura em nomes de personagens.
Pode também marcar qualidade, ou mais de uma, de um substantivo. Tudo, além de sua aplicação comum para marcar quantidade.
Explica-se os alofones e alomorfes que a língua causa no plural /s/, que são diferentes em varias regiões do Brasil, como /s/ e /z/ em São Paulo. Por essa diferença só se consegue distinguir algumas palavras graficamente, pois, seus alomorfes se dão principalmente por meio da fala de cada região especifica.
Há palavras terminadas em consoantes ou em S que só se identifica seu numero e gênero pelo contexto.
Algumas também sofrem mudanças maiores com o acréscimo do S de plural, como ditongação e mudanças nas vogais temáticas. ( não compreendi muito bem os processos fonológicos)
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