Frey Luis de Souza
Tese: Frey Luis de Souza. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: amy_castle • 20/5/2014 • Tese • 4.162 Palavras (17 Páginas) • 393 Visualizações
Frei Luís de Sousa
Frei Luís de Souza (Manoel de Sousa Coutinho) é um drama romântico português que foi escrito por Almeida Garrett, em 1843 e foi representada em 1844.
Introdução á Obra:
D. João foi dado como morto na batalha de Alcácer Quibir. Sua esposa, D. Madalena de Vilhena, depois de sete anos se casa com Manoel de Sousa Coutinho. Deste casamento nasce uma filha, D. Maria. Mas Telmo, o velho criado, que sempre fora fiel ao seu amo, acreditava que um dia D. João voltaria. A filha do casal morre de desgosto, e ele deu entrada no convento de S. Domingos de Benfica e ela no convento de Sacramento.
Análise da Obra:
A trama ocorre em Lisboa e Almada, houve influência das lutas pela liberdade religiosa e do Iluminismo.
A descrição dos personagens é dada ao longo da peça através do diálogo dos personagens, nessa descrição não há características físicas dos personagens, somente a classe fidalga é descrita, os empregados em momento algum são descritos, somente é citado sobre eles sua ocupação e seu nome.
Almeida Garrett emprega muitos elementos da tragédia clássica, porém escreveu um drama romântico onde sobressai o estado emocional dos personagens, utilizou linguagem coloquial, fluente e próxima das realidades vividas pelos personagens, bem diferente da linguagem clássica.
Características românticas na obra:
Nacionalismo, os personagens mostram patriotismo;
Sentimentos em emoções agitadas, não há paz no relacionamento entre os personagens principais. A natureza também não é tranquila;
Escapismo: quando a situação adquire uma carga insuportável de sofrimento moral e emocional, os protagonistas não enfrentam o repúdio da sociedade e aceitam o refúgio na vida religiosa;
Idealização de personagens femininas: Maria, D. Madalena, D. Joana de Castro são exemplos das mais diversas virtudes. O segundo casamento de D. Madalenaa não chega a ser uma atitude pecaminosa, posto que procurou por D. João de Portugal durante sete anos, investindo uma grande quantia de dinheiro nessa procura. Somente quando todos, exceto Telmo Paes desacreditaram na possibilidade de D. João estar vivo, consolidou sua união com D. Manuel;
Pessimismo: é facilmente detectado no diálogo das personagens. Notamos que esse pessimismo explícito abre portas ao metafísico, sob a forma de presságios e agouros, que disputam, em pé de igualdade com os dogmas do catolicismo, a fé popular. Algumas personagens acreditam em Deus, mas creem igualmente que seus medos e suas sensações são avisos de que alguma coisa ruim realmente acontecerá.
Personagens:
D. Madalena de Vilhena: É nobre, o epiteto Dona só dava, no sec. XVII, às senhoras da aristocracia. Seu nome lembra a figura bíblica de Maria Madalena, mulher que era possuída por demônios, que Cristo libertou e depois disso seguiu fielmente Jesus, isso nos mostra que ela era a mulher-anjo, entretanto com natureza demoníaca. Madalena também cometera um pecado, o do adultério, apesar desse pecado ter sido cometido involuntariamente, já que achava que seu marido havia sido morto na guerra. Porém ela acha que traiu seu marido, pois se apaixonou por D. Manuel enquanto era casada, seu corpo manteve-se fiel ao seu marido, mas seu coração não. O sentimento de culpa a seguiu mesmo depois de casada pela segunda vez, mesmo que tudo apontasse para sua inocência, e é isso que não a deixa ser feliz ao lado do homem que verdadeiramente ama, e também é de onde deriva seu comportamento desequilibradoe irracional.
D. Maria:o nome serve para impor á personagem uma pureza maior, pois se associa a Virgem Maria Mãe de Jesus Cristo.
Maria é uma personagem diferente. Menina-mulher tem 13 anos, e atitudes que não são comuns para sua idade, se preocupa com assuntos que não são compatíveis à sua idade. É patriota, idealista que gostava de poder combater pela pátria, mas que conhecia suas limitações por ser menina e por motivo de doença. Tinha indícios de sofrer de Tuberculose. Havia nela um espirito sonhador e fantasioso, frequentemente tem pesadelos que são como relâmpagos que aparecem em sua mente e que pressagiam a desgraça. Quando vê Romeiro pela primeira vez diz que já o viu em seus pesadelos, com seus sonhos, ela acaba por atormentar ainda mais o inconsciente da mãe.
Maria é apresentada como vitima inocente que é sacrificada sem ter cometido pecado algum, quase que sua morte servisse para redimir os pecados dos outros.
Manuel de Sousa Coutinho: É nobre e também tem nome bíblico, é um dos nomes de Messias e significa Deus conosco, nome que não fica mal para esta personagem. Apesar de apaixonado por Madalena consegue manter uma frieza de espirito notável. Ele nunca deixa a os sentimentos apagar a clareza de espirito e atua sempre de modo racional e equilibrado. Ele quase sempre faz o que é certo.
O importante é ainda para Manuel seu amor á pátria. Isso o leva a cometer atos de autêntica loucura: desafia a autoridade espanhola, arriscando-se a ser preso. Ao incendiar o seu palácio, Manuel mostra grande espirito de sacrifício, estando disposto a tudo por sua prática, pelo seu sentimento bom português.
D. João de Portugal: guerreiro honrado e generoso; parece ser cruel e vingativo, mas perdoa a esposa; pede a Telmo que salve D. Madalena e D. Manuel do triste fim que os aguardava.
Telmo Paes:escudeiro que ajudou a criar D. Manuel, e antigo amigo da família que dizia amar Maria como se fosse sua filha. Alimenta os temores de D. Manuela e não impede que ela e o marido se entreguem ao claustro. Desejava o tempo todo o retorno de D. João de Portugal.
Questão Coimbrã
A grande polemica literária do séc. XIX foi, sem dúvida, a chamada “Questão Coimbrã”. No despoletar da polémica, surgem dois nomes ideológica e literariamente opostos: Antero de Quental e António Feliciano de Castilho.
Tudo começou em 1865, quando o grande símbolo do Ultrarromantismo português, António Feliciano de Castilho faz uma referência pouco elogiosa à nova literatura portuguesa (representada, entre outros, por Antero de Quental), no posfácio a um livro de Pinheiro Chagas.
Antero de Quental responde à provocação numa famosa carta aberta – “Bom Senso e Bom Gosto” – onde utiliza um sarcasmo violento, que acaba por desencadear a escalada de folhetins e artigos que se iriam trocar entre as duas
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