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Jane Eyre, sob a ótica da educação

Por:   •  19/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.860 Palavras (8 Páginas)  •  259 Visualizações

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FACULDADE SUMARÉ

Análise do romance Jane Eyre,
sob a perspectiva da Educação

Alessandra Cristina Batista RA 1612301

Marcos Antônio de Lima RA: 1615138

Marlede Rodrigues da Silva RA 1615576

São Paulo

2018


FACULDADE SUMARÉ

[pic 1]

Análise do romance Jane Eyre 

sob a perspectiva da Educação

Trabalho apresentado para disciplina Literatura Inglesa: séculos XIX e XX, curso de Letras Inglês da Faculdade Sumaré, para obtenção de nota bimestral.

Prof. Ingrid Isis Del Grego Hermann

São Paulo

2018

A Educação em Jane Eyre

Jane Eyre, assim como toda obra literária, está completamente inserido no contexto histórico em que foi criado e, por ser um romance escrito no século XIX, aborda a realidade daquela época. Nossa proposta é destacar essa inter-relação entre realidade ficção no que diz respeito a questão educacional e a alguns aspectos sociais presentes na obra.

Na Inglaterra do século XIX, esperava-se que os autores apresentassem uma literatura didática, comprometida com o público e com a sociedade. A literatura inglesa, geralmente, se propõe a contar uma história, as críticas sociais vêm como pano de fundo, aos poucos, sempre perceptíveis, contudo, surgem por meio de um olhar mais aprofundado. É desse modo em Jane Eyre, apesar de a história não ser sobre a sociedade opressora ou as injustiças sociais da época, esse traço permeia todo o enredo, e nosso objetivo é trazer à luz esta nuance no que se refere ao sistema educacional inglês do século XIX.

A fim de contextualizar e proporcionar um ponto de referência, oferecemos uma breve explanação sobre o conceito de “vitorianismo” presentes em na monografia de Marcos Maciel Ribas:

“Podemos considerar o vitorianismo como ascendente direto dos tempos atuais. [...] Essa é uma época de paradoxos e poder, com uma posição ambivalente em relação a religião. Junto com os movimentos múltiplos, como o movimento do catolicismo em Oxford, o movimento evangélico, a divisão da Igreja Anglicana, o aumento do utilitarismo, o socialismo, o darwinismo e o agnosticismo científico, enfim, a marca da religião vitoriana parece ser a dúvida. As dúvidas naquele momento eram inclusive sobre as funções e fundamentos das instituições religiosas. O período vitoriano era, até então, o momento em que mais se levantaram vozes na sociedade inglesa contestando a própria existência de Deus.” (RIBAS, 2010)

Marcos Ribas esclarece ainda, que “uma das características mais marcantes da literatura criada nos tempos vitorianos é a maneira como ela difere das outras literaturas europeias”, por serem tão vinculadas aos preceitos religiosos daquela sociedade. “A desonestidade dos homens, mulheres indecentes, ou qualquer tipo de conduta imprópria sexual ou social eram exemplarmente punidos no romance vitoriano (RIBAS, 2010)”.

Apesar de não fazer parte dessa análise, é interessante destacar como primeira inter-relação entre realidade e ficção no romance o seu título, Jane Eyre: uma autobiografia – pressupondo-se autobiográfico, é possível identificar na história de vida da autora inúmeras semelhanças com a personagem principal.

O romance de Charlotte Brontë conta a história de Jane Eyre, relatada pela própria personagem como em um diário, utilizando uma linguagem pessoal e direta, detalhando ano a ano sua vida, a partir dos 10 anos de idade, quando foi morar na casa de sua tia Mrs. Reed em razão da morte de seus pais.

A protagonista Jane Eyre possui uma personalidade forte e questionadora. Ainda quando criança, mostra-se confusa em relação aos valores de bondade e maldade, pois a tia Reed e o Reverendo Broklehurst (diretor de Lowood) são considerados pessoas boas e respeitáveis socialmente, no entanto, para ela são cruéis e injustos. Ser boa como eles talvez não interesse a ela diante da realidade em percebe a sua volta.

Em um dos momentos mais importantes dessa primeira fase, a personagem encontra-se na biblioteca, lendo um livro, e acaba brigando com seu primo simplesmente por estar escondida atrás das cortinas lendo, como se ela não tivesse esse direito. Podemos notar o interesse de Jane pelos livros, que é ampliado no decorrer da história, a princípio ela era atraída pelas figuras, mas sua curiosidade era aguçada pelas páginas introdutórias:

“Voltei ao meu livro – a “História dos Pássaros Ingleses”, de Bewick. Eu ligava pouco para as letras impressas, de modo geral, mas havia algumas páginas introdutórias que, sendo eu uma criança, aguçavam a minha curiosidade” (Brontë, 2017).

        Após a briga, ela é levada para um quarto e fica de castigo durante um longo período, causando uma sensação de estresse que lhe tira o folego e a deixa em situação de extremo desconforto, sendo indicado pelo médico que ela seja levada para uma instituição educacional de caridade para meninas chamada Lowood. Na verdade, a percepção que temos é que ela é enviada para essa instituição por ser má e ingrata com relação a tia que lhe abriga.

        

Nessa instituição, Jane aprende disciplinas voltadas à educação de meninas (como pintura, costura, falar francês, inglês), com o objetivo de formar futuras governantas e professoras, profissões que as mulheres podiam exercer na época. Durante esse tempo, Jane entendeu como funcionavam as aulas e como deveria ser o comportamento de uma aluna, mesmo assim, questionava o fato de ser obrigada a obedecer cegamente.

Ao conversar com sua amiga de quarto, Halen Burns, sobre as punições severas aplicadas pela professora e por Burns aceitar tudo de forma passiva, ela relata que se fosse com ela não agiria do mesmo modo. Contudo, ao longo do tempo, Jane entende que precisa se comportar como o esperado e aceitar essa rigidez para que consiga atingir seus objetivos.

Nesse contexto, é possível perceber as duras críticas de Brontë sobre a educação da época, ao abordar a forma como são ministradas as disciplinas para as alunas de Lowood e como as professoras autoritárias focavam suas aulas no regimento de uma instituição de caridade, em que a todo momento se deve agradecer por ter uma boa educação, um lugar para morar e comer.

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