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LEITANDO E SENTIR O TEXTO

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Por:   •  4/5/2014  •  Tese  •  2.246 Palavras (9 Páginas)  •  375 Visualizações

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BELO HORIZONTE

2013

UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

LEITURA E OS SENTIDOS DO TEXTO

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. Para compreender é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiência tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo que habita.

MOITA LOPES (1996, p.2) explica como agimos e nos portamos no momento da leitura. “Lemos como mulheres, homens, heterossexuais, negros, brancos, pobres, ricos, mais ou menos letrados, progressistas, conservadores, etc., agindo no mundo social através do discurso escrito em um momento sócio-histórico específico.”

Poucas escolas têm formado bons leitores, ou seja, não vemos grande empenho da maioria das escolas em aproximar os alunos dos livros. Os alunos na sua maior totalidade lêem porem não entendem o que estão lendo. A escola tem o dever de intermediar a relação de aluno/livro deixando claro que a concepção leitura é um processo de decifração. Sabemos que a leitura em nossa vida é muito importante, principalmente nas escolas na formação de leitores e principalmente em crianças e adolescentes. Saber ler não é apenas ler e sim aprender a raciocinar. Para entender o significado do texto que está lendo o leitor tem que elaborar uma interpretação. Ler é compreender, é um processo de construção de significados sobre o texto que pretendemos compreender. Se o aluno o ler compreensivamente e o aprender a partir da leitura, ele estará aprendendo a aprender. A leitura tem como finalidade aproximar as pessoas dos livros, oferecendo recursos para que possam interpretar e compreender os textos lidos, e ampliar a capacidade de manifestar sentimentos e opiniões.

As estratégias de leitura dizem respeito às formas utilizadas pelo leitor para facilitar a compreensão dos dados informativos de um texto. Assim, os procedimentos adotados por cada um se diferenciam, uma vez que nem todos assimilam conhecimento da mesma forma.

Algumas pessoas encontram dificuldades em ler, pois acham cansativo, monótono e difícil. Isso ocorre porque, na maioria das vezes, o indivíduo ainda não encontrou um meio estratégico para promover sua leitura de maneira prática. Para uma boa leitura, geralmente recorremos há algumas estratégias na construção dos sentidos e ela começa com antecipações e hipóteses com base em nossos conhecimentos. Inicialmente levantamos hipóteses ao nos depararmos com o título do texto, que no decorrer da leitura do texto será confirmada ou não.

Colocando em prática a leitura nos respaldaremos em nossos conhecimentos arquivados na memória, arquivamos novas informações, interferimos, comparamos, questionamos, criticamos, avaliamos e procuramos sentido no que lemos. Ou seja, dirigimos nosso processo de leitura. Estas estratégias são planos flexíveis adaptados às diferentes situações que variam de acordo com o texto a ser lido e a abordagem elaborada previamente pelo leitor para facilitar a sua compreensão.

O efeito da escolaridade nos padrões de atividade mental em adultos e idosos tem sido estudado sistematicamente pelas neurociências. Muitos estudos sugerem que o desempenho em diversas tarefas do dia-a-dia depende da estrutura cerebral, da ativação de regiões específicas que sofrem influência do aprendizado da leitura e da escrita. Algumas capacidades para desempenhar corretamente operações, não se desenvolvem naturalmente, mas resulta da escolarização. Assim, estratégias textuais que aprendemos na escola desde a infância, e que vamos aperfeiçoando com o hábito e interesse pela leitura e pela a escrita, dizem respeito aos padrões e uso dos conhecimentos, que por sua vez, acionamos para facilitar realização de diversas tarefas desempenhadas ao longo da vida. As associações lógicas entre conceitos e representações gráficas levam o ser humano a um grau de progresso e evolução que surpreende ele mesmo.

A mente humana necessita organizar as vivencias e experiências de modo significativo e articulado, buscando relações até mesmo entre acontecimentos que não revelam ligações ou correspondências evidentes entre si. Não lida apenas com o que é mais, com o que não pode ser, não se limita ao que está literalmente posto ao contrário, vai além das aparências do que se descortina aos órgãos do sentido. È esta a capacidade central do psiquismo humano que permite ao indivíduo fazer sentido do que ouve ou lê indo além do que está explícito ou acessível. O significado não está embutido ou inscrito totalmente no texto oral ou escrito. Embora o texto carregue um sentido pretendido pelo autor, ele é polissêmico, oferece possibilidades de se reconstruído a partir do universo de sentido do receptor, que lhe atribui coerência através de uma negociação de significados. O leitor tem liberdade para construir sentidos, mas ele também é limitado pelos significados trazidos pelo texto e pelas suas condições de uso. O texto é gerado a partir dos significados atribuídos pelo autor quando uma interação com seu mundo de significações são re-contextualizado pelo leitor, que busca atribuir-lhe significado a partir das relações que mantém com seu próprio mundo e com o autor. “Interpretar um texto implica reconhecer a intenção do autor, evidenciando a força do enunciado através dos recursos gráficos e léxicos.

“Para tal, é importante que o leitor seja capaz de diferenciar o leitor real que é do leitor pretendido pelo autor.” (Olson, 1997). A busca pela inserção no mundo se faz a partir da confrontação de diferentes horizontes de significado. O indivíduo sente-se inserido à medida que desvela e vivencia significados atribuídos ao mundo por ele mesmo e pelos outros (Silva, 1996).

Cada vez que produzo um texto, seleciono um gênero em função daquilo que desejo comunicar; em função do efeito que desejo produzir em meu interlocutor; em função da ação que desejo produzir no meio em que me inscrevo. Pelo fato de os gêneros apresentarem relativa estabilidade, isto permite com que sejam compreendidos.

Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados

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