Linguagem literária ou artística
Seminário: Linguagem literária ou artística. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: kessinhabeatriz • 8/3/2014 • Seminário • 528 Palavras (3 Páginas) • 297 Visualizações
No estudo da literatura, enfatizamos a relação entre o contexto histórico e cultural e os movimentos literários. A literatura portuguesa é estudada aqui sobretudo em função de sua importância como raiz da literatura brasileira, procurando-se mostrar como, aos poucos, a nossa produção literária foi adquirindo características próprias.
Em oito séculos de evolução, a Literatura Portuguesa atravessou as três eras históricas vividas pela Europa: a Era Medieval, marcada pelo feudalismo, pelo teocentrismo, do século XII ao XV; a Era Clássica, que abrange o Renascimento, o período da Contra-Reforma e a restauração dos valores clássicos, via Iluminismo, e se estende pelos séculos XVI a XVIII; a Era Moderna (ou Romântica), que assistiu às revoluções burguesas, depois à Revolução Industrial, para desaguar no século XX, das duas grandes guerras mundiais, a "era dos extremos", da máquina, da eletricidade e de todas as inquietações de um universo sob o signo da velocidade.
As escolas, correntes e movimentos literários em que didaticamente se divide a história literária refletem a evolução dos estilos através dos tempos. O contexto histórico-cultural certamente influencia os escritores e lhes fornece substância para suas obras, mas é por meio da linguagem que eles expressam essa substância. Literatura é um tipo de trabalho cuja matéria é a linguagem e cuja finalidade é provocar no leitor um determinado prazer de leitura, o prazer literário, semelhante ao que se tem ouvindo uma canção, assistindo a uma peça de teatro ou vendo um quadro ou uma escultura.
A linguagem literária ou artística desenvolveu ao longo da história sua própria tradição, composta pelo conjunto de obras que já foram escritas. É em função desse passado que um escritor, uma geração ou um movimento podem ser avaliados: há os diluidores, que nada acrescentam ao que já foi criado; os mestres, que retomam, aperfeiçoam e atualizam essa tradição, e os gênios, que buscam o novo e instauram muitas vezes uma nova tradição (utilizando aqui uma distinção que fez Ezra Pound entre esses três níveis — diluidores, mestres e gênios).
Um dos objetivos do estudo dos estilos literários é a compreensão das várias soluções formais que os escritores vêm criando, ao longo do tempo, para dar expressão aos sentimentos, valores e crenças de cada época, agrupando-os em escolas, correntes, movimentos e estilos, a partir de determinadas semelhanças formais ou temáticas. Essa "classificação" deve levar sempre em conta que literatura é continuidade, e a fixação de datas e limites atende a objetivos puramente didáticos e, às vezes, mais confundem que elucidam. É o risco inerente a toda generalização. Por exemplo: Camões, que estudaremos dentro do Classicismo, ou do Renascentismo português, porque assim o quer uma arraigada tradição didática, está, muitas vezes, mais próximo do Maneirismo, ou do Barroco, que da contenção e otimismo clássicos, sem falarmos na expressiva produção medieval, ainda sob os moldes do Cancioneiro Geral.
Os fatos históricos e culturais e o aparecimento de obras inovadoras que são tomados como referências para o início ou fim dos períodos literários devem ser compreendidos como artifícios didáticos, marcos divisórios estabelecidos
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