Performance, Arte, Marina Abramovic, Linguagem
Por: Larissavdasilva • 30/9/2019 • Trabalho acadêmico • 2.900 Palavras (12 Páginas) • 240 Visualizações
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Fernanda Cristina Viana (Graduação – UEL)
Larissa Vieira da Silva (Graduação – UEL)
Letícia Gabrielle Zilli (Graduação – UEL)
Orientador: Silvio José Stessuk
RESUMO: Este projeto de pesquisa visa estudar a linguagem presente nas performances artísticas. Essa modalidade, que surgiu em meados dos anos sessenta, é interdisciplinar, ou seja, pode incluir diversos tipos de arte, como música, teatro e poesia. Desempenhada ao vivo, não há regras nem limites em uma performance, ela é considerada arte pelas instâncias de legitimação, podendo ser divertida, chocante, dramática e, até mesmo, assustadora. Uma das pioneiras nessa categoria é a artista Marina Abramovic, que iniciou sua carreira nos anos setenta. Suas obras costumam abordar temas como as possibilidades da mente, a identidade, o tempo, as relações e os limites do corpo. A performer, nome dado aos artistas que praticam essa modalidade, é conhecida por se colocar em situações de dor e agonia, chegando a se expor ao perigo.
PALAVRAS-CHAVE: Performance, arte, Marina Abramovic, linguagem.
- INTRODUÇÃO
Por meio deste trabalho, busca-se analisar a linguagem presente nas performances artísticas. Nos anos sessenta, as performances surgiram como uma modalidade de manifestação artística interdisciplinar, ou seja, pode combinar diferentes variedades de arte, como música, poesia, vídeo e teatro.
A performance artística pode ser divertida, chocante, dramática e, até mesmo, assustadora. É desempenhada ao vivo e não possui limites e nem regras, é considerada pelas instâncias de legitimação. Pode ser improvisada, não sendo obrigatória a presença de um grande público.
A artista Marina Abramovic é uma das pioneiras nessa categoria de arte, e, por esse motivo, também será estudada no presente artigo. Nascida em 30 de novembro de 1946, na cidade de Belgrado, localizada na Sérvia, formada e pós-graduada em Belas Artes pela Academia de Belas Artes em Belgrado, Abramovic iniciou sua carreira nos anos setenta e manteve-se em atividade desde então. Suas performances são marcadas por temas como as possibilidades da mente, o tempo, a identidade, as relações e os limites do corpo. A artista é conhecida por se colocar em situações que envolvem a dor e agonia, muitas vezes se expondo ao perigo. Outros performers que serão citados neste trabalho são Casey Jenkins, Mao Sugiyama, Chris Burden, Yoko Ono e Vito Acconci.
Por meio desta pesquisa, deseja-se analisar o trabalho destes artistas, com destaque em Marina Abramovic, ressaltando a linguagem presente em suas obras e sua importância, não só para a arte, mas também para a vida.
- PERFORMANCES ARTÍSTICAS: UMA LINGUAGEM HÍBRIDA
2.1 – Origem e contexto histórico
Como já dito anteriormente, as performances artísticas surgiram na década de sessenta como uma modalidade artística interdisciplinar, porém, passou a ser reconhecida, definitivamente, como meio de expressão artística independente na década de setenta, segundo Roselee Goldberg, em seu livro A arte da performance (1979).
As performances artísticas, que surgiram nos Estados Unidos, possuem suas origens ligadas aos movimentos de vanguarda do início do século XX – dadaísmo, futurismo, surrealismo, Bauhaus – e, também a outras formas de expressões, como a Body Art e o Happening, que são realizados por alguns artistas desde o final dos anos cinquenta, com o objetivo de interagir mais com o público.
Essa modalidade artística, inicialmente, veio como forma de reflexão à rejeição dos artistas em relação aos instrumentos usados na realização de obras plásticas, como: o pincel, os materiais para esculturas e a tela.
2.2 – As diversas linguagens presentes e seus elementos
A principal característica da performance artística é a sua linguagem híbrida. Isso significa que ela carrega consigo características de outras formas de arte, como: música, artes plásticas, poesia, teatro, cinema e vídeo.
Essa modalidade artística tem como elementos o tempo e o espaço, o corpo e o espectador. O artista é o criador e sua própria criação ao mesmo tempo. Ele pode planejar sua performance, ou, simplesmente improvisá-la. Quanto mais complexa for sua visão de mundo, mais consistente será seu processo criativo e o impacto cultural de sua performance.
O tempo, em uma performance, é percebido de maneira individual para o artista e para o espectador. Ele é psicológico e subjetivo, não tendo jamais a mesma dimensão para os dois. Geralmente o tempo transcorre mais lentamente para o performer.
O ambiente em que o artista e o espectador – mesmo não sendo obrigatória a presença de um grande público – se encontram é o elemento espaço da performance, onde o aqui e o agora se manifestam. O espectador confronta-se com a obra e a visão de mundo do artista e, assim como o próprio performer, nunca sabe realmente o que esperar. A performance é sempre uma incerteza, uma incógnita, que pode acabar em uma surpresa agradável ou desagradável.
O principal elemento de uma performance é o corpo, utilizado pelo artista como matéria significante, rompendo as funções tradicionais dele, como, por exemplo, a de levar o ser de um lugar para outro. Em uma performance o corpo faz mais que ocupar um lugar no espaço. O artista dá a ele um re-significado por meio de gestos e ações. Como afirma a professora Alice Stefania (2013, PÁGINA), “performance é uma linguagem de corpo presente. Corpo presente no espaço. Corpo presente no tempo. Corpo presente ao outro. ”
Levando em consideração essa noção de corporalidade, vale ressaltar que as outras categorias artísticas podem tanto interagir, como se distanciar das performances.
O teatro, por exemplo, se distancia da performance pelo fato de possuir um tempo e um espaço ilusionista, pois está apoiado na dramaturgia, enquanto o tempo na performance é subjetivo e psicológico, como já dito anteriormente. Apesar disso, essas duas modalidades artísticas se igualam e se fundem no espaço em que ocorrem, o aqui e o agora, onde o artista e o espectador estão presentes.
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