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LÍNGUA, NAÇÃO, MUNDO E ESTRANGEIRISMOS A LÍNGUA EM UMA RELAÇÃO COMERCIAL

Por:   •  11/5/2016  •  Resenha  •  473 Palavras (2 Páginas)  •  344 Visualizações

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LÍNGUA, NAÇÃO, MUNDO E ESTRANGEIRISMOS: A LÍNGUA EM UMA RELAÇÃO COMERCIAL

Toda língua falada por um povo sofre uma determinada influência estrangeira, sejam palavras ou expressões, situação que ocorre em todas as épocas. Essas palavras, para alguns, são consideradas empréstimos, entretanto, para os puristas da língua, são consideradas invasoras no idioma nacional, pois eles defendem que uma língua pura é uma língua isenta de estrangeirismos, ou seja, íntegra.

A professora da Universidade da França, Marina Yaguello, dá uma explicação em seu texto Não mexe com a minha língua (2001) sobre essa concepção purista da língua. Segundo ela, os puristas temem que eles próprios envelheçam devido às novas gerações transformarem e rejuvenescerem a língua, incrementando palavras e expressões estrangeiras no idioma.

BRÉAL em seu texto Ensaio de Semântica (1992) afirma que defender a conquista de uma língua pura acarreta preconceitos, pois os puristas encaram palavras ou expressões estrangeiras integradas ao idioma nacional com repudio, como se o contaminasse e desintegrasse a identidade nacional. Ainda segundo ele, "o homem não pertence a apenas um único grupo étnico ou nacional" (REIS, 2006), portanto, para o bom desenvolvimento pessoal e profissional de um cidadão, este precisa aperfeiçoar-se trocando experiências com pessoas de outros países e recorrendo aos "mecanismos de transporte" da comunicação, ou seja, ouvindo músicas, lendo livros e assistindo a filmes estrangeiros, preferencialmente com legendas estrangeiras.

É perfeitamente normal e comum que uma língua seja influenciada por outras e, com o avanço da globalização, cujo seus líderes dominam o idioma inglês, elas espalham estrangeirismos.

O comércio busca tornar-se atrativo associando-se à língua inglesa, idioma de forte influência e de uma sociedade mais desenvolvida, utilizando-a para o anúncio e comercialização de mercadorias em seus estabelecimentos.

Uma pessoa que domina a língua inglesa passa a ser admirada como culta e distinta, e quem não o faz, vê-se obrigado aprendê-la para incluir a si próprio neste mundo globalizado. Para RAJAGOPALAN (2003), esta pessoa é, por definição, multilíngue e devido a isso, torna-se emergente, correndo o risco de não ter uma língua própria e de não pertencer a uma pátria. Esta é uma afirmação vaga, pois uma pessoa não é apátrida por aprender/saber um idioma ou cultura estrangeira. Isto não influencia na perda da própria cultura, idioma ou nacionalidade, pois não se perde conhecimento, ao contrário, adquire-se mais.

Abominar e condenar o uso de estrangeirismos é algo "irracional e irrealista" (Yaguello, 2001), pois a língua não é imutável e não há como impedir suas recorrentes mudanças, afinal as nações não vivem plenas e totalmente isoladas dos demais países do mundo. Aceitar que a língua sofre transformações é a melhor opção, pois, por mais que tentem proibir o uso de estrangeirismos nos meios de comunicações, tais quais a TV e os comércios, as pessoas – os falantes - continuarão utilizando-os, pois são elas que fazem as alterações e determinam o modo como a língua deve ser falada.

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