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Memórias Póstumas de Brás Cubas

Por:   •  7/5/2017  •  Resenha  •  406 Palavras (2 Páginas)  •  192 Visualizações

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Entre a vida e a morte de Brás Cubas

Machado de Assis, nasceu dia 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Um garoto pobre, filho do operário mestiço Francisco José de Assis e da lavadeira Maria Leopoldina Machado de Assis, ficou conhecido mundialmente e foi considerado um dos mais importantes escritores da literatura nacional. Sua mãe morreu quando era pequeno, e seu pai casou-se novamente. Para ajudar nas despesas da casa trabalhou vendendo doces. Primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, foi também um dos fundadores. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado apresenta um estilo novo, rompendo com a tradicional narração linear e dando início ao realismo brasileiro.

Como seu próprio nome sugere, o livro conta a história de um defunto autor, e não de um autor defunto, onde Brás deixa claro desde o início. Acompanha-se seu nascimento, os primeiros anos de infância, sua juventude, estudos, relacionamentos amorosos, e se prolonga por quase todo o livro em sua vida adulta. Durante a leitura deve levar em conta sua dupla condição: há o Brás vivo, onde é personagem da narrativa e vive uma existência marcada pelas futilidades sociais, pela volubilidade sentimental e pelo desprezo que manifesta pelos outros e o Brás morto, onde ao rever a sua existência, ironiza sobre a falta de sentido da vida e narra seus amores, aventuras e frustrações.

A história é narrada sem esconder os defeitos. Já que está morto, não poderia mais ser atingido pela ira de seus contemporâneos, e a condição em que está lhe dá a sabedoria necessária para perceber que seu modo de agir é semelhante ao de todos os seres humanos, onde sociedade é caracterizada como o espaço do jogo entre aparência e essência, e as pessoas interpretam papéis e fingem ser o que realmente não são.

Percebe-se que Brás foi uma criança muito elevada e mimada. Desde sempre tinha tudo em mãos, mas acabou tornando a sua vida vazia. A ironia e o ceticismo que constituem o centro da visão de mundo de Machado de Assis estão expressas na construção das personagens, de grande densidade psicológica, e em uma técnica narrativa peculiar, que consiste em expor a matéria em capítulos curtos e em dialogar o tempo todo com o leitor. A obra foi escrita de uma forma que nos fazendo crer que sua visão estava à frente se seu tempo, pois muitos problemas sociais como as traições, interesses pelo dinheiro e preconceito existem até hoje.

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