O Enfermeiro de Machado de Assis
Por: Ana Carla Oliver • 6/11/2018 • Trabalho acadêmico • 734 Palavras (3 Páginas) • 241 Visualizações
1. Introdução
O objetivo deste trabalho é analisar a postura do Procópio, personagem central do conto, “o enfermeiro” de Machado de Assis.
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 1839 no Morro do Livramento, Rio de Janeiro. Filho de Francisco José de Assis e D. Maria Leopoldina Machado, perdeu a mãe ainda novo. Foi aprendiz de tipógrafo na “Imprensa Nacional” com apenas 17 anos. A publicação do primeiro trabalho na literatura foi em 1854 foi um soneto no “Periódico dos Pobres”. Machado de Assis foi o principal nome do Realismo brasileiro, o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras e um dos escritores mais aclamados da literatura, atuou como jornalista, crítico, cronista, dramaturgo e poeta. Machado escreveu contos, crônicas, poemas e romances, deixando a sua contribuição para diferentes gêneros literários. O autor, inclusive, é lembrado como um dos escritores mais importantes do Realismo.
“O enfermeiro" se passa em 1860, período de apogeu do Império brasileiro. o período da história brasileira iniciado com a Proclamação da Independência em 1822 e encerrado com a Proclamação da República em 1889. Apenas em 1888 houve a abolição. Após a independência, a única coisa que unificava as elites de todo o território nacional era a escravidão, vista politicamente como um "mal necessário". Entre 1850 e 1860, acaba a tensão entre elites regionais e poder local e passa a ser possível a extinção efetiva do tráfico negreiro. No entanto, o sistema colonial escravista produzira na sociedade brasileira uma camada de homens livres pobres que, não sendo proprietários e impedidos de se proletarizar, permaneceram à margem do sistema e, do ponto de vista da produção econômica, sem razão de ser. Restou a essa camada significativa da população a alternativa de sobreviver dos favores dos grandes, de escassas e mal remuneradas profissões liberais (barbeiro, costureira etc.), de pequenos golpes ou furtos. O nosso copista-enfermeiro, Procópio José Gomes Valongo, pertence à camada dos homens livres na ordem escravocrata, dependente dos favores de um ex-colega ou de trabalhos raros e, no caso do coronel Felisberto, ultrajantes.
2. Desenvolvimento
O conto "O enfermeiro" narra a história de Procópio, um homem do Rio de Janeiro que vai ao interior trabalhar como enfermeiro para um velho coronel muito doente. Os enfermeiros anteriores haviam se demitido por conta de não ter aguentado os maus tratos do velho coronel. Um bom tempo ele aguenta o mau humor e as agressões verbais do coronel com paciência. No entanto, quando o velho parte para a agressão física e joga a moringa no rosto dele, o enfermeiro perde a cabeça e o estrangula em um surto de ódio. O doente morre e Procópio esconde o assassinato declarando que ele morreu dormindo. Ao voltar para o Rio, o ex-enfermeiro descobre-se herdeiro universal do coronel. Sentindo-se culpado pela morte do ex-patrão, decide doar aos pobres toda a herança. Com o tempo, ele desiste de doar a herança, acreditando que aquela morte foi uma fatalidade, já que o velho coronel estava muito doente e poderia morrer a qualquer momento, então Procópio passa a usar a herança inesperada.
Acredito que Procópio seja inocente, pois ele já havia aguentado tantas humilhações
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