O Inter e Transdiciplinaridade
Por: Nayara Kethelynn • 7/1/2024 • Projeto de pesquisa • 4.703 Palavras (19 Páginas) • 61 Visualizações
Linha de pesquisa: Metodologias ativas e currículo na educação básica; inovação pedagógica e currículo na educação básica; interdisciplinaridade e transdisciplinaridade no currículo da educação básica.
Indicação do orientador: Prof. Dr. Márcio Antônio Raiol dos Santos
INTERDISCIPLINARIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE NO ENSINO BÁSICO DA REGIÃO AMAZÔNICA: Um olhar para a escola EMEF Otacílio Lino de Altamira.
Altamira PA. Maio de 2023.
A região amazônica apresenta características únicas que exigem um olhar interdisciplinar e transdisciplinar no ensino para crianças do ensino básico. A interdisciplinaridade se refere à integração de diferentes disciplinas na abordagem de um mesmo tema ou problema, enquanto a transdisciplinaridade ultrapassa os limites disciplinares tradicionais, buscando criar uma compreensão a partir da interação entre diferentes áreas do conhecimento.
A conexão e interação entre as disciplinas é de extrema importância no contexto atual, para a promoção de um ensino-aprendizado de maneira eficaz e aplicável. A cultura da região amazônica como conteúdo em sala de aula, além de aproximar os discentes para a sua realidade, estimula os mesmos a conhecerem e estabelecerem pertencimento.
A Interdisciplinaridade possui forte característica no ato de buscar mais do que o conhecido, ou seja, pesquisar. Como consequência aproximar os alunos dos aspectos de sua região que abrangem sua preservação ambiental, cultural, a identidade dos povos indígenas e tradicionais, faz com que eles se conscientizem e respeitem as tradições do seu local.
Para Saviani (2003), é imprescindível que as disciplinas escolares se aproximem, sendo necessário que aja uma organização do material de estudo e currículo, refletindo assim na relação de ensino-aprendizagem. A partir do momento em que há uma articulação entre os componentes curriculares o processo de ensino-aprendizagem se tornará mais prático e eficaz.
Apesar da abordagem transdisciplinar ainda ser mais distante dos discentes e um desafio a ser enfrentado em sala de aula, Pires (1998) corrobora que as disciplinas não devem ser vistas de forma inconsumível, por isso é necessário rever os currículos estudantis e a preparação dos docentes, afinal, esses são os encarregados de promover um espaço receptível e crítico.
Abordar a diversidade cultural da região amazônica nas aulas, é mostrar que não há dúvidas que essa região pode oferecer e acrescentar no ensino, promover através da transdiciplinaridade a prática e transmissão do que se aprende no cotidiano e nas vivências. É compreender as histórias que atravessaram séculos e que, agora, adaptam-se à modernidade. Dar ênfase sobre a importância de falar sobre a Amazônia em todos os seus contextos em sala é também integrar os alunos a sua cultura, sua língua, seu povo, seus costumes e saberes.
Para além de toda sua importância ecológica, hoje tratar sobre as questões da diversidade amazônica é fazer uma abordagem e voltar na história dos povos que já habitaram e ainda habitam essa região. É preciso ter consciência histórica dessa diversidade sociocultural e de forma responsável valorizar, respeitar e garantir a sua continuidade. As discussões sobre a Amazônia sempre foram presentes, tanto sobre os aspectos ambientais, culturais e sua população. Promover esses debates nas diferentes disciplinas faz com que o educando construa sua identidade regional, percebendo as características culturais da sua região por meio do seu cotidiano e suas vivências sociais. Compreendendo que cada realidade escolar é única, é necessário a elaboração de projetos que contemplem essas singularidades, porém é de suma relevância propiciar aos alunos novas percepções sobre si e seu contexto social e como ele vai estar inserido na prática educativa. Todas essas formas de integrar os alunos, professores, disciplinas, e consequentemente os resultados, fazem com que a interdisciplinaridade e a transdiciplinaridade ganhem notoriedade dentro do espaço educacional. A indispensável necessidade de práticas inovadoras na educação para envolver os discentes quando se trata de falar sobre a sua própria cultura, promovendo e estimulando o pensamento crítico, a liberdade, voz e participação nos processos pedagógicos. Tendo em vista que hoje as tecnologias, redes sociais estão mais próximos das crianças e adolescentes. O docente pode estar levando para sala de aula recursos que o aproximem da linguagem dos alunos, pesquisas a respeito do vocabulário da cultura amazônica revela aos alunos um acervo de novos conhecimentos, colaborando assim o processo de ensino-aprendizagem. Visto que se torna um atrativo e ajuda na criatividade e no desenvolvimento de diversas habilidades. Entende-se que a inovação pedagógica transforma a educação e aumenta o engajamento do alunos, porém têm-se dificuldade de implementá-las. Por isso a importância de acrescentar no currículo estratégias para trazer os recursos tecnológicos para sala de aula, com o intuito de como inovar, estimular e aprender com novas formas de aprendizagem. A diversificação da linguagem na sala de aula, aproxima o aluno da sua realidade e leva ao professor entender como o seu discente pode aprender. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nas competências gerais 4 e 5 deixa claro que o objetivo é diversificar as linguagens utilizadas em sala de aula e orienta a criação e utilização de tecnologias digitais para a comunicação, levando o aluno a ser protagonista durante as práticas escolares.
JUSTIFICATIVA
Na região amazônica, é preciso considerar aspectos como a preservação do meio ambiente, a diversidade cultural das populações indígenas e tradicionais, além das questões socioeconômicas que envolvem a região. Nesse sentido, é importante que os conteúdos de ciências, história, geografia, artes, língua portuguesa e outras disciplinas sejam trabalhados de forma integrada, destacando a interdependência entre aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Além da interdisciplinaridade, é fundamental que o ensino na região amazônica adote uma abordagem transdisciplinar, buscando integrar conhecimentos científicos, tecnológicos, culturais e sociais em um diálogo constante. Esse tipo de abordagem requer uma abertura para o diálogo entre diferentes saberes e perspectivas, permitindo a criação de novas formas de pensar e agir diante dos desafios da região. Segundo Fiorin (2008), a interdisciplinaridade pressupõe uma complementariedade, sendo a transferência de conceitos teóricos e metodologias, e por outro lado, também uma combinação entre as áreas dando origem a novos campos de saber. Já o segundo seria uma ampliação do primeiro, uma compreensão da realidade, onde a temática vai além e atravessa as disciplinas. Ressaltando que a interdisciplinaridade é necessária para que os estudantes consigam pôr em prática o que aprendem nas diversas disciplinas e promover soluções concretas para os desafios propostos, sendo eles, em sala de aula ou na vida cotidiana. Em concordância com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), eles enfatizam
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