O Narrador - Walter Benjamin (resumo)
Por: isabellaspl • 1/10/2018 • Resenha • 685 Palavras (3 Páginas) • 1.248 Visualizações
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- O que é importante em um narrador (a distância, que deixa ver o mais importante).
- O narrador “camponês sedentário” e o narrador “marinheiro comerciante”. E a idade média, que uniu ambos.
- Leskov como agente russo de firma inglesa.
- Narrativa => conselho. Conselho se perdeu (não é mais comunicável), assim como a sabedoria. Então, narrativa está se perdendo (mas é um processo antigo).
- Romance é distinto de todas as outras formas e depende do livro. Isolamento. Oposto ao conselho. Início da morte da narrativa.
- Transformação das formas épicas foi lenta (crosta terrestre). Informação impôs novas condições. Informação exige verificação imediata, e por isso é incompatível com a narrativa. Metade da narrativa está em evitar explicações. O contexto psicológico é imposto ao leitor (amplitude). Informação ajudou na extinção da narrativa.
- A informação só tem valor no momento em que é nova. A narrativa, ao contrário, conserva suas forças e é capaz de se desenvolver mesmo depois de muito tempo.
- Memorização das narrativas depende da concisão que as salva das análises psicológicas, e da distensão psíquica que só o tédio provoca. O ninho do tédio está desaparecendo e, assim, a rede do dom narrativo está se desfazendo.
- A narrativa é como o artesanato (meio do qual elas vêm), e o narrador, artesão, deixa sua marca nela como a mão do oleiro na argila do vaso (narrando a situação em que ouviram os fatos relatados). As coisas perfeitas e bem trabalhadas ficaram para trás depois da indústria.
- Nos últimos séculos, houve uma mudança no tratamento da morte, e consequentemente da eternidade. A existência e as histórias dos que morrem não são transmitidas, e tem-se pressa (porque não se é eterno). Decadência da narrativa.
- A morte é a sanção de tudo o que o narrador pode contar. É da morte que ele deriva sua autoridade. Suas histórias remetem à história natural. (Exemplo da narrativa de Hebel)
- Investigação das formas épicas segundo a historiografia. Na crônica, todas as maneiras de se contar uma história se estratificam. Diferença entre historiador/narrador (que explica os episódios com que lida) e cronista (cuja historiografia está no plano da salvação e não necessita de um encadeamento lógico). Narrador = literatura ingênua = harmonia com a natureza.
- Relação ouvinte-narrador: interesse em conservar o que foi narrado. Memória, Mnemosyne, reminiscência (funda a cadeia da tradição).
- Romance é a única forma que inclui o tempo entre os seus princípios constitutivos. Romance separa o sentido (essencial) e a vida (temporal). Na narrativa é possível perguntar o que vem depois. O romance não dá um único passo além de seu fim, em que convida o leitor a refletir sobre o sentido de uma vida.
- No romance, o leitor quer devorar a história e transformá-la em coisa sua. O interesse é o que alimenta esse processo, e ele só existe porque o leitor quer saber o que acontece no fim, já que no romance ele pode saber o que acontece no fim (a morte confere um outro sentido à coisa toda), diferente de sua vida real.
- O grande narrador tem suas raízes no povo. Camadas que atingem todo o povo. Assim, são múltiplos os conceitos através dos quais seus frutos podem ser colhidos. Narradores se movem com facilidade pela sua experiência e, através da experiência coletiva, as suas são continuadas, não morrem nunca. Primeiro narrador verdadeiro é o de conto de fadas, forma que nos revela as primeiras medidas tomadas pela humanidade para libertar-se do pesadelo mítico.
- Leskov = afinidade profunda pelo espírito do conto de fadas, favorecida pelos dogmas da Igreja Ortodoxa grega.
- Hierarquia do mundo das criaturas. Para Leskov, o mundo se exprime através da “voz da natureza”.
- Quanto mais Leskov desce na hierarquia, mais ele se aproxima do misticismo, porque a observação do artista pode atingir uma profundidade quase mística. A alma, o olho e a mão (associada ao trabalho do artesão) definem uma prática, que se está perdendo. O narrador trabalha sua matéria (vida humana). O narrador, como o sábio, dá conselho para muitos casos, pois pode recorrer ao acervo de toda uma vida. Seu dom é poder contar sua vida; sua dignidade é contá-la inteira.
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