O Primeiro Ciclo de Oficinas da Disciplina de Estágio II em Língua portuguesa
Por: Rafael Lisboa • 6/12/2020 • Trabalho acadêmico • 4.044 Palavras (17 Páginas) • 225 Visualizações
Sequência didática
Gênero textual: Poema
Primeiro ciclo de oficinas da disciplina de Estágio II em Língua portuguesa e suas respectivas literaturas- Porto Nacional
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1- Apresentação da situação
O presente trabalho, aqui apresentado, trata-se de uma sequência didática que abordará o gênero textual: poema, que será trabalhado no primeiro ciclo de oficinas da disciplina de Estágio 2 em Língua portuguesa e suas respectivas literaturas, na escola Cem Florêncio Aires com a turma do 9° ano. A disciplina de estágio possui como docente, a professora doutora Ângela Francine Fuza. Para este trabalho, será apresentado nesta sequência uma breve fundamentação teórica sobre gêneros discursivos, concepções de linguagem, conceitos de poema, metodologia utilizada neste primeiro ciclo e as atividades que a constituira, no final, terá as referências bibliográficas e os planos de aula utilizados.
2- Fundamentação Teórica
2.1Gêneros do discurso
De acordo com os PCNs (BRASIL, 1998), os gêneros do discurso são instrumentos privilegiados para o ensino de Língua materna, tal como proposto por Schneuwly (2004). Nos PCNs de Língua Portuguesa (1998), a intenção é de que as propostas e idéias apresentadas venham oferecer subsídios para um ensino que permita aos alunos o uso eficaz da leitura e dos benefícios decorridos de sua apropriação, como a diminuição do fracasso escolar e a possibilidade efetiva do exercício da cidadania.
Todo texto se organiza dentro de determinado gênero em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, as quais geram usos sociais que os determinam. (BRASIL, 1998, p. 21)
Os gêneros textuais, assim, estariam realizando a questão de comunicação social, nas trocas sociais impressas por elas, pois, para bakhtin:“a utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana” (BAKHTIN, 2003, p. 280). Entendendo que cada um possui padrões a serem respeitados, que o identificam, que possuem motivos para estarem naquela forma
os gêneros são entendidos como tipos relativamente estáveis, realizadas em situações habituais de comunicação culturalmente estabelecidas, compartilhadas por toda a comunidade, de forma que se reconheça imediatamente o gênero após sua manifestação. São instrumentos maleáveis e dinâmicos da ação comunicativa humana.(BAKHTIN, 2003, p. 279)
O objetivo é levar para os alunos que participaram da oficina acerca do gênero, suas características, forma, público alvo, objetivo, entre outros. Entendendo que o processo de escrita se inicia bem antes de registrarmos no papel e/ou na tela do computador, principalmente, os sentimentos, comentários, ideias, informações, orientações, que desejamos/precisamos compartilhar com outras pessoas, ou ainda queremos reservar para uso ou descarte posterior.
A realização efetiva de uma ação de linguagem, no quadro de uma determinada formação social, procede da exploração das formas comunicativas que nela estão em uso. Em outros termos, requer empréstimos dos construtos históricos que são os gêneros de textos.(BRONCKART, 1999, p.107 – 108)
A produção textual dos presentes demandará tempo e compromisso dos pibidianos,
que se situam em desenvolver no ato de ministrar a aula, o desenvolver do aluno na compreensão, já que
produzir um texto é uma atividade bastante complexa e pressupõe um sujeito não apenas atento às exigências, às necessidades e aos propósitos requeridos por seu contexto sócio-histórico e cultural, mas também capaz de realizar diversas ações e projeções de natureza textual, discursiva e cognitiva, antes e no decorrer da elaboração textual (MARCUSCHI, 2010, p. 65).
Existem diversos gêneros textuais, que possuem abrangências variadas: crônica abrange um tempo e contexto curto de acontecimento que ocorreu a alguém; um conto pode levar dias para acabar sua narrativa, permitindo que a lembrança contada pelo narrador por aquele acontecimento produza uma lição ao final; o épico abrange pode abranger tanto a memória de uma cultura quanto a de uma sociedade. Como pode-se notar, alguns gêneros permitem que possamos ter uma visão sobre o que já aconteceu e sobre contextos sócio históricos diferentes.
Assim, o gênero textual é capaz de acionar no aluno, práticas discursivas diversas.
3-Concepções de Linguagem
Tendo em vista que a maneira que o professor concebe a língua e a linguagem influencia a estrutura de seu trabalho em sala de aula, é importante deixar claras as três principais concepções de linguagem, segundo Travaglia, 2002:.
3.1 Linguagem como expressão do pensamento
Atribui-se a falta de capacidade de expressão a inabilidade de pensamento, sendo assim, a linguagem é a tradução do pensamento. Dentro dessa perspectiva, a enunciação é um ato individual e independente das circunstâncias sociais em que acontece. Sendo assim, no ensino, existem regras a serem seguidas para a organização lógica do pensamento e da linguagem, ressaltando a importância das regras gramaticais a serem seguidas.
3.2 Linguagem como instrumento de comunicação
Esta concepção vê a linguagem como meio para a comunicação. A língua é vista como um código dominado pelos falantes, que é capaz de transmitir mensagens de um emissor para um receptor. Essa é uma visão monológica e imanente da língua, estudando-a sob uma perspectiva formalista, separada do contexto social do falante.
3.3 Linguagem como forma ou processo de interação
Sob essa ótica o indivíduo ao usar a língua, não somente traduz ou exteriorizar seu pensamento. Transformando a linguagem em interação humana, levando em consideração a situação de comunicação, o contexto histórico e ideológico. Essa concepção da linguagem favorece a reflexão sobre a língua e a independência intelectual, colocando a linguagem como meio de construção da identidade. Dentro dessa terceira concepção da linguagem como processo de interação, propõe-se o trabalho com gêneros de texto. Para isso, segundo Antunes (2009) os professores devem ter a consciência das amplas funções desempenhadas pelo uso da língua na construção da identidade e na promoção do desenvolvimento das pessoas e dos grupos sociais. Para tanto, é necessário que haja domínio sobre as questões textuais tais como coesão, coerência e graus de informatividade de um texto, as implicações lexicais, gramaticais e discursivas da diversidade de tipos e de gêneros de texto, dando um tratamento textual às unidades da gramática. Aliado a tudo isso é imprescindível que se saiba articular equilibradamente o ensino e a avaliação.
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