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O Tema Da Morte

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Por:   •  9/9/2014  •  618 Palavras (3 Páginas)  •  451 Visualizações

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O tema da morte

A morte tem experimentado diversificadas interpretações ao longo dos anos, assim como os sentimentos referentes a ela, tais como medo e angústia. Segundo Kovács

A morte era esperada no leito, numa espécie de cerimônia pública organizada pelo próprio moribundo. Todos podiam entrar no quarto, parentes, amigos, vizinhos, e, inclusive, as crianças. Os rituais de morte eram cumpridos com manifestações de tristeza e dor, que eram aceitas pelos membros daquela comunidade. O maior temor era morrer repentinamente e sem as homenagens cabidas. (1992, p.33).

Apesar de estar lado a lado com o medo dos mortos, em tempos remotos a morte era vista como um acontecimento, no qual várias pessoas deveriam fazer parte.

Atualmente, esses valores são vistos inversamente, de acordo com Kovács (1992, p.39):

O século XX traz a morte que se esconde a morte vergonhosa, como fora o sexo na era vitoriana. A morte não pertence mais à pessoa, tira-se sua responsabilidade, e depois sua consciência. A sociedade atual expulsou a morte para proteger a vida. Não há mais sinais de que uma morte ocorreu. O grande valor do século é o de dar a impressão que “nada mudou”, a morte não deve ser percebida. A morte boa atual é a que era mais temida na Antiguidade, a morte repentina, não percebida. A morte “boa” é aquela que não se sabe se o sujeito morreu ou não.

Para Esslinger (2004, p.26):

Prevalece o mecanismo de negação da morte, negação esta reforçada pelo desenvolvimento científico e tecnológico do século XX, que faz com que a atitude do homem, como espécie, passe a ser a de brincar de Deus, determinando, no último ponto de um continuum, a hora em que a morte deverá ocorrer, bem como determinando uma mudança radical no local em que a morte ocorre: não mais em casa, com amigos, parentes e vizinhos, mas no hospital.

O tema morte provoca desânimo em várias pessoas devido à ausência de controle sobre ele. Não é possível prever quando a morte ocorrerá e, sendo assim, quando a morte acomete a família ou quando questões surgem por parte dos filhos, perguntas vêm à tona, como por exemplo, como lidar com esse tema?

O luto intenso, a reação à perda de um ser amado, reduz o mesmo estado de espírito doloroso, a mesma perda de interesse pelo mundo externo – na medida em que este não traz à lembrança esse alguém, a mesma perda da capacidade de adotar um novo objeto de amor, o que significa substituí-lo e afastá-lo de toda e qualquer ação que não esteja relacionada a pensamentos sobre ele (FREUD, 1917).

De acordo com Kübler-Ross (1991) a morte se manifesta ao homem em todo momento e por diversas causas, já que a mesma está arquivada em suas células, emoções, em sua razão. É possível atrasá-la, mas não fugir dela. Para o autor a morte é fatal e faz parte do dia-a-dia e do homem e nas ocasiões mais inesperadas.

A morte ainda é um grande mistério para o homem que gera maneiras de minimizar sua angústia e seu medo quando tal fato acontece. Várias pessoas fogem ou tentam ignorar este tema, porém essa é a única certeza desta vida.

Ao não falar, o adulto crê estar protegendo a criança, como se essa proteção aliviasse a dor e mudasse magicamente a realidade.

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