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OS DESAFIOS PARA A APRENDIZAGEM DA ESCRITA ACADÊMICA

Por:   •  22/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.143 Palavras (5 Páginas)  •  245 Visualizações

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ATIVIDADE 04 – PRODUÇÃO DE TEXTOS ACADÊMICOS

NOME: Luana Gabryele Paranhos Macedo

RECORTE ESCOLHIDO: Desafios para a aprendizagem da escrita acadêmica

Escrita Acadêmica: um desafio universitário que está diretamente atrelado às desigualdades no processo de acesso à educação

Estudar também é uma forma de resistência.  

Um dos maiores desafios na “vida do universitário”, certamente é se adequar aos novos gêneros de leitura e novas regras de escrita. Em sua maioria, advindos do ensino médio de escolas públicas, foram vítimas de uma educação defasada e que não fornece o devido preparo para o que os seus alunos irão enfrentar futuramente.

        Além de todas as dificuldades que possivelmente enfrentaram durante o ensino médio, muitas universidades não dão ênfase à questão da escrita acadêmica, deixando o aluno totalmente à mercê de seus próprios esforços e entendimentos. Esse fato é observado por Marildes Marinho, quando expõe: “a escrita acadêmica não tem recebido a merecida atenção na universidade, seja do ponto de vista do ensino, seja como objeto de pesquisa” (MARINHO, 2010).

        Diante ao exposto, pode-se observar que a escrita acadêmica, apesar de ser um fator essencial e de extrema importância para o desenvolvimento da pesquisa, da ciência e da tecnologia, vem sendo desvalorizada por parte dos alunos e das próprias universidades, considerando que, dado as observações mencionadas anteriormente, é considerável o fato que a depreciação da mesma por parte das escolas e universidades causam desestímulo ao aluno.

        Os dois desafios supracitados no processo de formação acadêmica, são de fato bem complexos pois, um está totalmente interligado ao outro. É desconhecida a possibilidade de se alcançar uma boa escrita sem boas leituras, assim como, há a necessidade de se haverem boas escritas para serem lidas e tidas como referência no processo de estudo.

        Outro fator que é importante de ser observado, é quanto ao papel do professor no processo de aprendizagem da escrita acadêmica. Se por um lado há as diversas dificuldades acarretadas pela falência do sistema de ensino e falta de interesse por parte dos alunos, existe a necessidade do professor buscar meios de  superar essas adversidades, se empenhando principalmente, em estimular e valorizar os pequenos aprendizados de seus alunos. SOBRAL; GIACOMELLI, 2020) apresentam:

É comum ouvir de professores universitários que o aluno não mostrou nenhuma proficiência autoral. De nossa perspectiva, isso é questionável.  Talvez  se  pudesse  dizer  que  seu  nível de proficiência autoral não foi satisfatório para determinadas expectativas, mas não que ele não mostrou proficiência, já que ele produziu um texto que é dele, mesmo que tenha cometido erros. (SOBRAL; GIACOMELLI, 2020, p.31)

        De fato essa questão é um tanto quanto questionável, ousaria dizer que o retorno dado ao aluno é um processo crucial em qualquer tipo de aprendizagem. Um professor tem em suas mãos o poder de estimular totalmente a capacidade de um aluno, assim como, acabar com qualquer expectativa de aprendizagem do mesmo. Embora essa observação possa soar de forma exagerada, se considerarmos todo o processo sofrido pelo aluno para se adequar a uma nova realidade, é de se compreender o impacto que uma simples posição por parte de um professor pode acarretar.

        Cada artigo estudado apresenta um possível fator para justificar as dificuldades existentes no processo de aprendizagem da escrita acadêmica. Ao meu ver porém, o mais relevante de todos (não que os outros tenham valor inferior) é o social. Isso porque, as diferentes condições de acesso à educação, assim como os diferentes meios no qual um aluno está inserido, influenciará fortemente em suas leituras, em suas perspectivas e prioridades onde, em muitos casos, a escrita acadêmica é algo totalmente desconhecido. As consequências são perfeitamente expostas por Juliana Alves Assis:

A experiência com tais textos, inscritos em práticas sociais pouco familiares aos que estão fora do espaço universitário, redunda em entraves que chegam, inclusive, a perdurar por toda a formação na universidade, a ponto de muitos estudantes, findo o período de graduação e mesmo durante etapas seguintes de sua formação (o mestrado e, por vezes, até o doutorado), ainda se sentirem pouco aptos ou não familiarizados à escrita acadêmico-científica. (ASSIS,2014, p.803).

        Se atermos como ponto de partida a qualidade de ensino durante o período de aulas remotas, teremos um exemplo de como as questões sociais influenciam diretamente na aprendizagem dos alunos. Isso não quer dizer que os professores tenham sido falhos neste processo, mas que as diferentes condições de acesso à essas aulas, acabaram por dificultar (ainda mais) o processo de estudo, causando desestímulo e dificuldades no entendimento do conteúdo apresentado. O aluno está totalmente dependente de seus próprios esforços, o que, considerando a realidade, acaba por desestimulá-lo.

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